Saiba quais são os exames do colo do útero

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O colo do útero é uma parte bastante importante do sistema reprodutor das mulheres. Conhecido também pelo nome de cérvix, ele se encontra na região inferior do útero, ligando o útero à vagina.

Ele permite a passagem de fluidos entre o útero e a vagina. Além disso, o órgão exerce um papel bem importante na concepção, na gravidez e no parto.

Afinal, o esperma precisa passar pelo colo do útero para chegar até as trompas de falópio, de modo que ocorra a fertilização do óvulo. 

O colo do útero também é o local onde o bebê cresce durante a gestação. O órgão tem uma pequena abertura que se expande durante o parto. Isso também é o que permite que o sangue menstrual seja expelido do corpo da mulher.

Como se não bastasse, o órgão ainda protege o útero, impedindo que objetos que foram colocados na vagina, por exemplo, absorventes íntimos ou diafragmas contraceptivos, passem para dentro do útero.

Por ser tão importante, o colo do útero precisa receber atenção. Até porque alguns problemas de saúde podem afetá-lo, como cervicite (inflamação do colo do útero), pólipos e cistos cervicais e câncer cervical, chamado também de câncer do colo do útero.

Exames do colo do útero

Ginecologista
O exame papanicolau é um dos mais conhecidos e realizados para prevenção de doenças

Ao longo de toda a sua vida, uma mulher pode precisar passar por exames de colo do útero, como os que vamos conhecer a seguir.

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Papanicolau

Trata-se de um exame preventivo, que serve para detectar alterações nas células do colo do útero. A realização periódica do papanicolau é importante porque permite que o diagnóstico de um eventual câncer do colo do útero seja feito cedo.

Toda mulher que tem ou já teve vida sexual, especialmente as que têm entre 25 e 64 anos de idade, devem fazer o exame. Mas, há médicos que indicam manter o teste até os 65 a 70 anos de idade.

Em um primeiro momento, o papanicolau deve ser feito anualmente. Depois de receber dois exames seguidos (com um intervalo de um ano entre eles) com resultado normal, ele pode passar a ser feito a cada três anos.

Para coletar o material necessário para o exame, um instrumento chamado espéculo ou bico de pato é introduzido na vagina da paciente. 

Durante o papanicolau, o médico inspeciona visualmente o interior da vagina e do colo do útero. Então, ele provoca uma pequena escamação das superfícies externa e interna do órgão. As células coletadas são colocadas em uma lâmina e partem para a análise em laboratório.

É importante que a mulher não esteja menstruada durante o papanicolau, pois a presença de sangue pode alterar o resultado do exame. 

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A paciente também não deve ter relação sexual, inclusive com camisinha, nas 72 horas anteriores ao exame, além de evitar o uso de duchas higiênicas, cremes, lubrificantes, medicamentos vaginais e anticoncepcionais locais.

Colposcopia

A colposcopia pode ser feita pelo ginecologista ou a pedido do profissional. O exame funciona como se fosse um microscópio, conta com lentes de aumento e permite analisar não apenas o colo do útero, mas também a vagina e a vulva de forma ampliada e detalhada.

Geralmente realizado junto do papanicolau, a colposcopia consegue analisar os tecidos dos órgãos citados e diagnosticar lesões benignas, pré-malignas (que antecedem um câncer) e malignas.

O exame ainda pode identificar problemas como inflamação do colo do útero, pólipos benignos e verrugas genitais no colo do útero, que geralmente são causadas pelo vírus do HPV (sigla em inglês para papilomavírus humano). Se forem identificadas lesões, biópsias podem ser realizadas durante a colposcopia.

O exame é semelhante a uma consulta ginecológica habitual: a paciente tira a roupa da parte inferior do corpo e se deita na maca com as pernas afastadas, na chamada posição ginecológica.

Feito isso, um espéculo vaginal é introduzido para manter a vagina aberta e o colposcópio é colocado a cerca de 30 cm de distância dela. O aparelho possibilita uma visão ampliada e conta com um filtro de cores que ajuda o profissional de saúde a diagnosticar pequenos vasos sanguíneos anormais no colo do útero.

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O profissional ainda pode usar ácido acético, um líquido que permite uma visibilidade maior das células anormais, sua localização e tamanho. Após a aplicação do ácido acético, outra solução diluída em iodo (solução de Lugol) pode ser usada para visualizar essas anormalidades de forma ainda mais clara.

Quando há a presença de malefícios ou anormalidades, o médico pode solicitar que a paciente faça a colposcopia anualmente. Já após dois resultados normais na sequência, o exame pode ser feito a cada três anos. Ele deve ser realizado em mulheres que sejam ou já foram sexualmente ativas.

Assim como ocorre com o papanicolau, a mulher não pode estar menstruada durante a colposcopia, pois o sangue interfere nas imagens e os resultados não saem claros. Nas 24 horas antes do exame, a paciente não deve ter relações sexuais e não pode usar duchas vaginais, absorvente interno, medicamentos ou cremes na região.

Biópsia do colo do útero

Ela pode ser indicada quando o médico nota algo anormal em outros exames. A biópsia do colo do útero ajuda a identificar a presença de células cancerosas ou pré-cancerosas, que são células anormais que podem ser o primeiro sinal de um câncer que pode se desenvolver anos depois.

O exame ainda pode ser usado para diagnosticar ou ajudar a tratar pólipos no colo do útero, verrugas genitais e exposição ao dietilestilbestrol (DES), caso a mãe da paciente tenha tomado o DES durante a gestação, substância que aumenta os riscos de câncer no sistema reprodutivo.

Colo do útero
Há diferentes tipos de biópsia do colo do útero e o médico avalia o mais adequado

Há diferentes tipos de biópsia do colo do útero e o médico avalia qual é o método adequado conforme as necessidades e condições da sua paciente:

  • Biópsia por punção: Uma lâmina circular é usada para remover uma amostra de tecido. Uma ou mais punções podem ser feitas em diferentes áreas do colo do útero.
  • Biópsia em cone: Uma laser ou bisturi remove porções grandes no formato de cone do tecido do colo do útero.
  • Curetagem endocervical: Um instrumento chamado cureta, que tem o formato de uma colher, raspa o revestimento do canal endocervical, uma área entre o útero e a vagina que não pode ser vista do lado de fora do colo do útero. Durante o procedimento, são removidas células do canal endocervical.

Antes do procedimento, a paciente deve esclarecer ao médico se está grávida ou pensando em engravidar, dar detalhes sobre o seu histórico médico, relatar todos os remédios e suplementos que usa, informar se tem alergia ou sensibilidade a qualquer tipo de remédio, anestesia ou látex e responder as demais perguntas que o médico fizer.

A preparação para o exame pode incluir a necessidade de fazer jejum, se abster de ter relações sexuais nas 24 horas antes do procedimento e não usar absorvente interno e cremes vaginais, por exemplo.

Fontes e referências adicionais

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Sobre Dra. Akemi Martins

Dra. Akemi Martins Higa é bióloga, formada pela Universidade Federal de São Carlos em 2011. Doutora na área de Medicina Tropical e Saúde Internacional, com ênfase em doenças neurodegenerativas, pela Universidade de São Paulo. Tem experiência na área de nanotecnologia e imunologia aplicada ao diagnóstico de neuromielite óptica e esclerose múltipla. Para mais informações, entre em contato.

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