Além de atrair a atenção e curiosidade das pessoas, o mercado de medicamentos para emagrecer movimenta investimentos em pesquisas científicas na área.
No último Congresso da Associação Americana de Diabetes, que aconteceu entre 23 e 26 de junho, médicos discutiram qual remédio será o substituto do Ozempic, um medicamento à base de semaglutida, desenvolvido pela farmacêutica Novo Nordisk.
Originalmente criado para ser usado no tratamento da diabetes, o Ozempic se popularizou como um alternativa para emagrecer. Inclusive, uma mulher de 29 anos foi parar na UTI após usar Ozempic sem orientação médica.
Ozempic e a revolução no tratamento para obesidade
Durante o congresso, a Novo Nordisk apresentou duas novas opções de medicamentos que são considerados a segunda geração do Ozempic. Ambos contêm semaglutida e mostraram ser ainda mais eficientes do que o remédio anterior.
Além disso, a empresa farmacêutica Eli Lilly apresentou formulações, com novas moléculas, como a retatrutida e a tirzepatida, que tiveram resultados promissores nos testes clínicos.
Essas descobertas empolgam os profissionais de saúde, como o endocrinologista Carlos Eduardo Barra Couri, que foi convidado pela Novo Nordisk para compartilhar os avanços divulgados no congresso com os jornalistas brasileiros.
De acordo com ele, estamos nos aproximando cada vez mais de pensar em soluções definitivas para a diabetes do tipo 2 e a obesidade.
Novos medicamentos
Esses novos medicamentos seguem a fórmula de sucesso do Ozempic, usando moléculas que imitam hormônios naturais, com o intuito de estimular a produção de insulina no pâncreas, regular o açúcar no sangue e proporcionar sensação de saciedade. A diferença entre eles está na concentração e na combinação dessas moléculas.
Oasis
Uma das novas opções apresentadas que se destaca é o Oasis-1, um medicamento desenvolvido pela Novo Nordisk. Nos estudos clínicos, o Oasis-1 mostrou uma redução de peso corporal de 17,4% em pacientes obesos ao longo de 68 semanas.
Uma vantagem em relação ao Ozempic é que o Oasis-1 é administrado por via oral, tornando mais fácil para os pacientes aderirem ao tratamento.
A Novo Nordisk já tem um medicamento similar no mercado, o Rybelsus, mas o Oasis-1 foi testado em doses de 25 mg e 50 mg de semaglutida, enquanto o Rybelsus contém 14 mg.
CagriSema
Outra opção promissora é o CagriSema, um medicamento também desenvolvido pela Novo Nordisk. Ele combina a semaglutida com a cagrilintida, resultando em efeitos mais rápidos.
Em um estudo clínico de 32 semanas com 92 voluntários diabéticos que usaram o remédio, o CagriSema levou a uma redução de peso de 15,6%.
Eli Lilly
A Eli Lilly, por sua vez, apresentou a molécula retatrutida, que em dose de 12 mg resultou em uma perda média de peso de 24,2% após 48 semanas de uso semanal. Esse resultado é comparável aos efeitos da cirurgia bariátrica.
Além disso, a Eli Lilly também chamou a atenção com o medicamento à base de tirzepatida. Nos testes de fase 3, o remédio auxiliou pacientes com obesidade ou sobrepeso a eliminar até 15,7% do peso corporal.
Desafios no acesso aos tratamentos
No entanto, embora haja avanços promissores, enfrentar desafios no acesso a esses tratamentos é uma realidade.
O endocrinologista Carlos Eduardo Barra Couri destacou que esses avanços podem esbarrar no fator preço e apontou a necessidade de uma política nacional de distribuição desses medicamentos, semelhante àquela existente para doenças como HIV e tuberculose.
Atualmente, o Ozempic, por exemplo, tem um custo mensal de aproximadamente R$ 900, tornando o tratamento inacessível para muitas pessoas. As informações são do Metrópoles.
Você já tinha ouvido falar do Ozempic? Já usou ou conhece alguém que toma remédios para emagrecer? Comente abaixo!
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