Lipidograma: o que é, para que serve e o que indica

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O lipidograma é um tipo de exame de sangue que também é conhecido como exame de perfil lipídico. Este exame serve para verificar a quantidade de colesterol LDL, HDL, VLDL, triglicerídeos e colesterol total. 

Quando os níveis desses tipos de gordura estão fora da faixa de normalidade, eles indicam maiores riscos de uma pessoa desenvolver doenças cardiovasculares, como AVC e infarto. 

Veja em detalhes o que é o exame de lipidograma, quem deve fazer este exame, para que serve, como é feito e quais são seus valores de referência. 

Lipidograma: o que é?

Colesterol
O lipidograma quantifica os níveis de colesterol e triglicerídeos no sangue

O lipidograma é um exame de análise clínica que quantifica os níveis de colesterol e triglicerídeos no sangue. Detalhadamente, o exame identifica os níveis das seguintes moléculas de gordura no sangue:

  • Colesterol LDL (lipoproteína de baixa densidade): mais conhecido como colesterol ruim. 
  • Colesterol HDL (lipoproteína de alta densidade): mais conhecido como colesterol bom. 
  • Colesterol VLDL: lipoproteína de densidade muito baixa.
  • Colesterol não HDL: somatória do colesterol LDL e VLDL. 
  • Colesterol total: somatória de todos os tipos de colesterol, que são o LDL, HDL e VLDL.
  • Triglicerídeos: que é o principal tipo de gordura que temos em nosso corpo, sendo uma forma importante de reserva de energia. 

Quem deve fazer o exame 

Este exame faz parte da rotina de check-up médico que é solicitado, em média, a cada 5 anos pelo médico ou médica que te acompanha. Mas em casos especiais, a frequência deste exame pode ser maior. 

Pode ser que você tenha que fazer um lipidograma com maior frequência se você se encaixar nos seguintes grupos/fatores de risco:

  • Homem idoso.
  • Jovem com histórico familiar de dislipidemia: níveis de colesterol anormalmente elevados. 
  • Sedentarismo.
  • Tabagismo.
  • Uso de esteroides anabolizantes.
  • Grande consumo de carnes vermelhas.
  • Consumo exagerado de bebidas alcoólicas.
  • Ser portador(a) de diabetes, hipotireoidismo, doença renal crônica ou cirrose biliar primária. 
  • Fazer tratamento com medicamentos de uso contínuo, como estrogênios orais, corticosteroides e antiviral para HIV/AIDS, por exemplo. 

Para que serve o lipidograma

O exame de lipidograma é solicitado quando o médico ou médica quer traçar o seu perfil lipídico, para avaliar como estão seus níveis de lipídios, que é o nome científico para gorduras.

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Com os valores obtidos no exame, o(a) profissional consegue identificar os seus riscos de sofrer com doenças cardiovasculares, que são promovidas pelo excesso de gorduras no sangue, como: 

Além das doenças cardiovasculares, valores altos de triglicerídeos podem provocar pancreatite. 

Com os valores dos níveis de colesterol e triglicerídeos em mãos, o médico ou médica consegue compreender detalhadamente como estão suas condições de saúde e até associar o problema com outros sinais e sintomas de distúrbios metabólicos, como:

Geralmente, níveis alterados de colesterol ocorrem juntamente com um ou mais sinais de um metabolismo alterado, o que propicia o desenvolvimento de doenças cardiovasculares e diabetes.

Por fim, além de ajudar a identificar o risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares silenciosas, os resultados ajudam a orientar o tratamento para impedir tais complicações de saúde. 

Como é feito o lipidograma

O lipidograma é um exame de sangue normal, em que o técnico ou técnica de enfermagem coleta uma amostra de sangue venoso (5 mL), geralmente da veia do braço e a envia para análise em laboratório. 

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Normalmente, o médico ou médica solicitante recomenda que você não consuma bebida alcoólica e nem faça atividade física muito desgastante nas 72 horas que antecedem o seu exame. 

Alguns médicos pedem para fazer jejum antes do exame, mas não são todos. De acordo com o consenso brasileiro para a normatização da determinação laboratorial do perfil lipídico, não é obrigatório realizar jejum para fazer o exame de lipidograma. Mas se outros parâmetros forem analisados na mesma amostra de sangue, como a glicemia, é preciso fazer um jejum de 8 a 12 horas. 

É importante confirmar esses dados com o médico(a) ou a clínica onde você fará a coleta da amostra de sangue. 

Valores de referência de um lipidograma

Exame de sangue
Um exame de sangue normal é coletado para fazer o lipidograma

Os valores de referência, que são aqueles considerados ideais, para adultos são:

  • Colesterol total: entre 190 mg/dL e 240 mg/dL. Acima disso é considerado um valor de risco.
  • Colesterol LDL: o ideal é estar abaixo de 130 mg/dL, sendo aceitáveis valores dentro da faixa de 130 mg/dL a 160 mg/dL. Acima disso é considerado um valor de risco.
  • Colesterol não-HDL: deve estar com nível de até 30 mg/dL a mais do valor considerado normal para o LDL isolado, ou seja, não deve ultrapassar o valor de 160 mg/dL. 
  • Colesterol VLDL: deve ser mantido abaixo de 30 mg/dL. 
  • Colesterol HDL: deve estar acima de 40 mg/dL, sendo aceitável um valor limítrofe baixo de 35 mg/dL. Quanto maior for o valor de HDL, menor o risco de doença cardiovascular. Entenda as diferenças entre colesterol LDL e HDL.    
  • Triglicerídeos: entre 150 mg/dL e 200 mg/dL, acima disso é considerado valor de risco. 

Quando o nível de colesterol total se aproxima de 300 mg/dL, o risco de doença cardiovascular duplica

Possíveis sintomas de níveis elevados de gordura no sangue

Níveis elevados de lipídios (gorduras) no sangue podem produzir alguns sinais e sintomas, como: 

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  • Xantomas: nódulos benignos que se formam pelo acúmulo de gordura na pele e nos tendões. 
  • Aneis brancos ou cinzas no entorno da córnea, o tecido transparente que fica na parte da frente do olho. 
  • Formigamento ou queimação nas mãos e nos pés. 

O que fazer quando o lipidograma está alterado

Quando o perfil lipídico está alterado, é fundamental realizar o tratamento que será orientado pelo médico ou médica de acordo com cada situação. 

Além do tratamento medicamentoso, é importante contar com o acompanhamento de um/uma nutricionista, para orientar quanto aos alimentos que você deve comer e evitar, bem como as quantidades de cada um.  

De forma geral, o tratamento de uma pessoa com o lipidograma alterado segue os seguintes princípios: 

  • Ajustes na dieta: deve-se evitar os alimentos ricos em gordura e açúcar, como as carnes gordas e os industrializados. 
  • Rotina de exercícios físicos: é possível diminuir o colesterol ruim (LDL) e aumentar o colesterol bom (HDL) fazendo exercícios físicos com regularidade, pelo menos 150 minutos semanais, divididos em 5 ou 6 sessões de 20 a 25 minutos por dia. 
  • Uso de medicamentos: seu médico ou médica pode receitar alguns medicamentos para ajudar no controle dos níveis de colesterol e triglicerídeos no sangue, como a Sinvastatina, Atorvastatina, Rosuvastatina, Ciprofibrato e Bezafibrato. 

Se você tiver outras comorbidades associadas, como obesidade, diabetes e/ou pressão alta, terá que fazer o controle delas com medicamentos específicos e com as mesmas mudanças na dieta e estilo de vida. 

Fontes e referências adicionais

Você já fez um lipidograma alguma vez na vida? Como está/estava o seu perfil lipídico? Teve que fazer algum tratamento medicamentoso ou seu médico(a) pediu que mudasse algo na alimentação? Comente abaixo!

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Sobre Dr. Lucio Pacheco

Dr. Lucio Pacheco é Cirurgião do aparelho digestivo, Cirurgião geral - CRM 597798 RJ/ CBCD. Formou-se em Medicina pela UFRJ em 1994. Em 1996 fez um curso de aperfeiçoamento em transplantes no Hospital Paul Brousse, da Universidade de Paris-Sud, um dos mais especializados na Europa. Concluiu o mestrado em Medicina (Cirurgia Geral) em 2000 e o Doutorado em Medicina (Clinica Médica) pela UFRJ em 2010. Dr. Lucio Pacheco é autor de diversos livros e artigos sobre transplante de fígado. Atualmente é médico-cirurgião, chefe da equipe de transplante hepático do Hospital Copa Star, Hospital Quinta D'Or e do Hospital Copa D'Or. Além disso é diretor médico do Instituto de Transplantes. Suas áreas de atuação principais são: cirurgia geral, oncologia cirúrgica, hepatologia, e transplante de fígado. Para mais informações, entre em contato.

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