Insulina NPH: o que é, como usar, para que serve e efeitos colaterais

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A insulina é um hormônio produzido pelo pâncreas, uma glândula do nosso corpo. A função desse hormônio é controlar os níveis de glicose no sangue, entregando essas moléculas às células, para serem transformadas em energia. 

Se houver baixa concentração de insulina circulante no organismo, os níveis de glicose no sangue aumentam em demasia, podendo resultar em diabetes. Por isso, pessoas que têm diabetes precisam repor esse hormônio com injeções de insulina. 

Não existe apenas um tipo de insulina, mas a mais comum é a Insulina Humana Recombinante, mais conhecida pela sigla NPH, que vem da palavra inglesa Neutral Protamine Hagedorn (Proteína Neutra de Hagedorn). 

A insulina NPH pode ser adquirida em farmácias e drogarias, mediante apresentação da receita médica. O hormônio é oferecido gratuitamente nas farmácias do SUS, na forma de seringas e canetas de aplicação. 

Veja o que é a insulina NPH, como usá-la, para que serve, quais são as contraindicações e os possíveis efeitos colaterais. 

Insulina NPH: o que é?

insulina nph
Reprodução: via Prefeitura de Novo Horizonte

A insulina NPH é um hormônio sintético de origem humana, desenvolvido em laboratório com uma tecnologia de DNA recombinante. 

A principal diferença entre a insulina NPH e a insulina regular é o tempo de ação

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A insulina regular precisa ser aplicada várias vezes ao dia, antes das refeições, para que os níveis de glicose no sangue fiquem controlados após a ingestão alimentar. Por isso, a insulina regular é uma insulina de ação rápida.

Já a insulina NPH controla os níveis de glicose entre as refeições, pois seu tempo de ação é maior, dispensando a necessidade de várias aplicações diárias. 

O pico de ação da insulina NPH varia entre 4 e 10 horas, podendo permanecer até 18 horas no organismo. Assim, em média, são necessárias apenas de 1 a 2 aplicações diárias. 

Em muitos casos, a insulina NPH é usada juntamente com a insulina regular, ou outra de ação rápida, para um melhor controle dos níveis de glicose ao longo do dia. 

Além da insulina NPH e da regular, existem outros tipos de insulina desenvolvidos em laboratório. Veja quais são os outros tipos de insulina e suas diferenças.

Para que serve a insulina NPH

A insulina NPH pode ser usada por crianças, adultos e gestantes com diabetes mellitus, uma doença em que o pâncreas não produz insulina suficiente para controlar a concentração de glicose no sangue. 

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As características de cada pessoa, como o tipo de diabetes que possui, o peso corporal e o valor de glicemia é que vão determinar a dosagem de insulina NPH necessária no controle do diabetes. 

Quem faz controle da diabetes com insulina NPH ou qualquer outro tipo de insulina passa por um monitoramento constante dos seus níveis de glicose no sangue, tanto com o automonitoramento utilizando fitas e glicosímetro quanto com o exame de hemoglobina glicada.

Como usar a insulina NPH

A insulina NPH vem em frascos ampola de 10 mL e é encontrada sob os nomes comerciais:

  • Humulin N 100UI/mL
  • Novolin N 100UI/mL

Para tratar a diabetes mellitus do tipo 1, a dose recomendada é de 0,5 a 1,0 UI/kg/dia. Em pré-adolescentes, a dose varia entre 0,7 a 1,0 UI/kg/dia. Veja quais são os sintomas da diabetes tipo 1

A dose recomendada para o tratamento da diabetes do tipo 2 é de 0,3 a 0,6 UI/kg/dia. Veja quais são os sintomas da diabetes tipo 2.

Em casos de insuficiência renal ou hepática, pode ser necessária a redução da dose de insulina. 

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A insulina NPH pode ser injetada na região subcutânea da coxa, do glúteo ou do deltóide. É importante variar o local de aplicação, para evitar a lipodistrofia no local, que pode retardar a absorção de insulina. 

Lipodistrofia é quando a gordura fica distribuída de forma irregular no local da aplicação, quando não há um rodízio. Isso provoca a formação de nódulos e o endurecimento da pele.

A insulina NPH precisa ficar armazenada na geladeira, sem congelar. Fora da geladeira, a insulina NPH fica viável por até 28 dias, se ficar longe de fontes diretas de luz e calor. 

Contraindicações da insulina NPH

A insulina NPH não é indicada para pessoas com quadros de hipoglicemia, ou seja, com níveis de glicose muito baixos no sangue . 

Também não é indicada para quem tem alergia à insulina humana ou a outro componente presente na fórmula. 

Efeitos colaterais de superdosagem da insulina NPH

Assim como a falta de insulina no sangue é prejudicial ao organismo, o excesso do hormônio também pode levar a efeitos adversos. 

O principal efeito colateral que pode afetar uma pessoa que está utilizando a insulina NPH é a hipoglicemia, quando os níveis de glicose no sangue caem para valores inferiores a 70 mg/dL. 

A superdosagem de insulina NPH pode ocorrer pela combinação do uso do hormônio com hábitos errados, como alimentação feita fora de hora e prática de exercícios físicos em excesso. 

Os sintomas típicos da hipoglicemia são os seguintes:

  • Suor frio
  • Palidez
  • Tremor
  • Palpitação
  • Visão borrada
  • Irritabilidade, ansiedade e nervosismo
  • Cansaço
  • Fraqueza
  • Enjoo
  • Sonolência
  • Dor de cabeça
  • Fome
  • Confusão mental
  • Dificuldade para se concentrar
  • Batimentos cardíacos acelerados
  • Convulsão
  • Coma

O que fazer para evitar a hipoglicemia

Para reverter a queda brusca dos níveis de glicose, é recomendado ingerir o equivalente a 15-20 gramas de um carboidrato de rápida absorção, como uma colher de sopa de açúcar dissolvido em água ou um suco de laranja. Após 15 minutos, confira a glicemia novamente e, se continuar alterada, procure atendimento médico.

Para evitar que o problema aconteça, é preciso tomar alguns cuidados, por exemplo: 

  • No momento da aplicação, preste bastante atenção se está seguindo corretamente a dose indicada pelo seu médico ou médica endocrinologista. 
  • Se for um problema recorrente, converse com o médico(a) que te acompanha, para que ele ou ela avalie a necessidade de ajuste da dose da insulina NPH. 
  • Cuide da alimentação realizada antes da aplicação da insulina, para que tenha a contagem correta de carboidratos. 
  • Faça atividades físicas orientadas por um profissional que saiba lidar com a diabetes. Veja alguns exemplos de exercícios físicos para diabetes e como evitar a hipoglicemia

Efeitos colaterais da falta da insulina NPH

Náusea
É comum a falta de insulina NPH provocar náuseas e vômitos

Da mesma forma que pode haver uma superdosagem de insulina NPH no sangue se alguns cuidados com a alimentação e atividade física não forem tomados, também podem ocorrer efeitos adversos decorrentes da falta de insulina NPH.

A falta desse hormônio no sangue leva a um quadro clínico de hiperglicemia, que ocorre geralmente após a ingestão excessiva de alimentos, especialmente com alto teor de carboidratos, ou devido ao uso de uma dose de insulina inferior à recomendada pelo médico(a) endocrinologista. 

Os sintomas típicos de um quadro de hiperglicemia são:

  • Aumento do volume de urina
  • Sede
  • Boca seca
  • Pele seca
  • Falta de apetite
  • Náuseas e vômitos

Para evitar este problema, é importante seguir as orientações sobre alimentação e uso da insulina NPH, além de monitorar constantemente os níveis de glicemia, pois a hiperglicemia é muitas vezes silenciosa.

Fontes e referências adicionais

Você tem diabetes do tipo 1 ou 2? Já usou a insulina NPH? Se adaptou bem a ela? Comente abaixo!

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Sobre Dr. Lucio Pacheco

Dr. Lucio Pacheco é Cirurgião do aparelho digestivo, Cirurgião geral - CRM 597798 RJ/ CBCD. Formou-se em Medicina pela UFRJ em 1994. Em 1996 fez um curso de aperfeiçoamento em transplantes no Hospital Paul Brousse, da Universidade de Paris-Sud, um dos mais especializados na Europa. Concluiu o mestrado em Medicina (Cirurgia Geral) em 2000 e o Doutorado em Medicina (Clinica Médica) pela UFRJ em 2010. Dr. Lucio Pacheco é autor de diversos livros e artigos sobre transplante de fígado. Atualmente é médico-cirurgião, chefe da equipe de transplante hepático do Hospital Copa Star, Hospital Quinta D'Or e do Hospital Copa D'Or. Além disso é diretor médico do Instituto de Transplantes. Suas áreas de atuação principais são: cirurgia geral, oncologia cirúrgica, hepatologia, e transplante de fígado. Para mais informações, entre em contato.

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