Não é exatamente uma novidade que a falta de exercícios físicos é um dos fatores de risco para o desenvolvimento da demência. Ao mesmo tempo, a caminhada é a atividade escolhida por muitas pessoas que estão começando a sair do sedentarismo.
Mas, uma pesquisa da Dinamarca apontou qual é o tipo de caminhada que pode ter um impacto mais significativo na diminuição dos riscos de ter demência.
O estudo, que foi publicado no JAMA Neurology, contou com a participação de aproximadamente 78 mil pessoas pessoas com idade entre 40 e 79 anos, que usaram acelerômetros de pulso durante o experimento.
O total de passos que eles davam por dia foram registrados e sete anos depois, os pesquisadores analisaram os diagnósticos de demência (de qualquer tipo) dos participantes.
A pesquisa também levou em conta aspectos como idade, etnia, educação, status socioeconômico, gênero, dieta de baixa qualidade, o hábito de fumar, histórico de doença cardiovascular, o uso de medicamentos e problemas para dormir.
Então, os pesquisadores identificaram que aqueles que davam 9.826 ou mais passos por dia tinham 50% menos chance de serem diagnosticados com demência. Eles observaram ainda que mesmo dar apenas 3.800 passos por dia reduziu o risco da doença em 25% entre os participantes.
Mais do que isso: os pesquisadores notaram que um tipo específico de caminhada, mais vigorosa e rápida, com mais de 40 passos por minutos, trouxe resultados ainda melhores e diminuiu a chance de demência entre os participantes em 57%.
Entretanto, a maior queda no risco de demência observada no estudo foi fruto de uma caminhada ainda mais vigorosa, em um ritmo de 112 passos por minuto, 30 minutos por dia. Esse tipo de caminhada registrou uma diminuição de 62% no risco de desenvolver demência entre os participantes do estudo.
As descobertas chamam ainda mais atenção devido ao fato que um estudo com mais de 16 mil pessoas, que foi publicado em junho de 2022, indicou que diminuir a velocidade da caminhada poderia ser sinal de declínio cognitivo. Saiba mais sobre os benefícios da caminhada para o corpo e a mente.
O que dizem os pesquisadores
Embora os resultados da pesquisa dinamarquesa sejam significativos, eles não estabelecem uma relação de causa entre a caminhada e a demência, uma vez que o estudo foi observacional.
Além disso, como o estudo não considerou os participantes que podem ter sido diagnosticados com demência depois que a pesquisa foi conduzida e não incluiu avaliações clínicas cognitivas, a prevalência da demência entre as pessoas que participaram do estudo pode ser maior do que o relatado.
Ainda assim, em um editorial sobre o estudo que também saiu no JAMA Neurology, os pesquisadores que estudam a doença de Alzheimer, Ozioma Okonkwo e Elizabeth Planalp, afirmaram que as crescentes evidências que corroboram os benefícios da atividade física para a manutenção da saúde cerebral não podem mais ser desconsiderados.
Adicionalmente, o autor principal do estudo dinamarquês, Borja del Pozo Cruz, acredita que a pesquisa transmite uma mensagem que pode ser usada pelos médicos para motivar as pessoas mais velhas que são muito sedentárias.
Ele explica que 4 mil passos por dia é algo viável para muitas pessoas, mesmo aquelas que não estão muito em forma ou motivadas. Del Pozo Cruz aconselha ainda que aqueles que são mais ativos e estão mais em forma devem ter os 10 mil passos por dia como objetivo.
O pesquisador ressalta que o ponto do estudo é que a intensidade dos passos dados na caminhada importa, mais do que o seu volume. Com informações do The Brighter Side of News e da Mayo Clinic.
Você se preocupa com a demência? Então, fique de olho nos fatores surpreendentes que podem favorecer o desenvolvimento da doença.
Você gosta de fazer caminhada? Vai aumentar o ritmo da sua caminhada depois de conhecer o estudo? Comente abaixo!
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