Dois queijos populares nas zonas de maior longevidade do planeta

Se por um lado, os queijos fazem parte da lista de alimentos favoritos de muitas pessoas, por outro, alguns se preocupam bastante com o tipo de queijo que vão consumir para não prejudicar a saúde e a boa forma.

Você provavelmente já deve ter ouvido o conselho de não exagerar no consumo de queijo não apenas para não abusar das calorias, mas também por conta do teor de gorduras saturadas e sódio que os queijos podem apresentar.

No entanto, para quem não consegue nem imaginar uma vida sem queijo, vale a pena saber quais são os dois tipos de queijo que aparecem na dieta de duas zonas azuis, também conhecidas como as regiões onde as pessoas vivem por mais tempo. São eles: o queijo de ovelha e o queijo de cabra alimentados no pasto (grass-fed).

Que papel será que esses queijos desempenham nas dietas dessas pessoas conhecidas por suas longevidades?

O que esses queijos têm de diferente?

Tábua de queijos — Pessoas de diversos países têm o hábito de comer queijo

É importante se atentar ao fato dos queijos de ovelha e de cabra serem produzidos a partir de animais alimentados no pasto ou grass-fed. Consumir queijo, carne e outros produtos laticínios de animais que seguem esse tipo de dieta tem benefícios específicos.

De acordo com a nutricionista Taylor Fazio, os produtos grass-fed têm mais betacaroteno e ômega 3 que os produtos originados de animais alimentados de modo convencional.

Os produtos grass-fed também contêm uma quantidade menor de ômega 6, que é inflamatório, e deve ser consumido moderadamente e em quantias menores que o ômega 3, que é anti-inflamatório, completou.

Continua Depois da Publicidade

Fazio explicou que, por si só, o ômega 6 não é ruim, mas que o problema é que exagerar no consumo de ômega 6 enquanto a ingestão de ômega 3 anda baixa, pois isso está associado à patogênese (origem e desenvolvimento de doenças) de muitas condições crônicas relacionadas com a dieta moderna.

Adicionalmente, a nutricionista apontou que os queijos grass-fed, ou feitos a partir de animais alimentados no pasto, contêm mais antioxidantes, vitaminas e minerais, além de serem uma fonte de qualidade de proteína, em comparação com as opções convencionais.

Os benefícios

Comprar um queijo de vaca grass-fed pode ser uma boa opção, mas é importante saber que os queijos de cabra e de ovelha tendem a apresentar um perfil nutricional um pouco mais saudável que o queijo de vaca.

A nutricionista Taylor Fazio disse que o leite de cabra tem um teor de proteína ligeiramente mais alto e contém ácidos graxos saudáveis e vitaminas. Ela citou ainda que o seu teor de lactose é menor, o que favorece a digestão para as pessoas que sofrem com intolerância à lactose.

Da mesma forma, o queijo de ovelha possui vitaminas e minerais essenciais para a saúde, além de ser considerada uma fonte alimentar com alto teor de proteínas, apontou Fazio.

Adicionalmente, um artigo de 2021, publicado no International Journal of Molecular Sciences, indicou que as substâncias bioativas do leite de ovelha têm propriedades antibacterianas, antivirais e anti-inflamatórias.

Continua Depois da Publicidade

Outro ponto positivo tem relação com o fato do queijo ser um alimento fermentado. Fazio explicou que alimentos fermentados como queijo e iogurte fornecem bactérias do bem que contribuem com o microbioma intestinal e promovem a digestão.

A nutricionista ainda disse que o processo de fermentação pode diminuir a lactose e aconselhou que ter uma variedade de alimentos fermentados na dieta é importante para a saúde intestinal, a imunidade e até mesmo o humor.

Sem exageros e não é só o queijo

Outro ponto que merece atenção é que de acordo com o site oficial das Zonas Azuis, a presença dos produtos derivados do leite de cabra e do leite de ovelha é proeminente nos cardápios tradicionais das Zonas Azuis da Ikaria e da Sardenha, mas em quantidades relativamente pequenas e apenas algumas vezes por semana, não diariamente.

Além disso, não basta apenas comer queijo de cabra e queijo de ovelha do tipo grass-fed para alcançar a longevidade. Afinal, são inúmeros os fatores que tornam as zonas azuis todo esse exemplo em termos de saúde.

Hábitos diários como se manter ativo de maneira consistente, consumir alimentos integrais cultivados na sua região e comer moderada e conscientemente, ao lado de ter um senso de comunidade são coisas que contribuem com a saúde de modo geral, ressaltou a nutricionista Taylor Fazio.

A presença do queijo de cabra e de ovelha na dieta das pessoas de algumas zonas azuis é somente uma pequena parte de uma quebra-cabeça muito maior e pode complementar, não causar diretamente, os benefícios em termos de longevidade. As informações são do Well+Good.

Continua Depois da Publicidade

Se ter uma vida longa é algo importante para você, conheça também os hábitos que podem te roubar anos de vida.