Câncer na bexiga: o que é, sintomas, causas e tratamento

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O câncer na bexiga é um tipo de câncer que afeta as células que recobrem a parte interna da bexiga, órgão responsável por armazenar a urina antes dela ser eliminada pelo corpo. 

Esse tipo de câncer pode atingir qualquer pessoa, porém é mais comum em homens do que em mulheres, assim como é mais comum em pessoas brancas do que em pessoas negras. Ele é geralmente diagnosticado em pessoas com mais de 55 anos.

Além disso, o câncer na bexiga é mais observado em pessoas expostas frequentemente a produtos químicos como corantes, pesticidas ou arsênico, ou que são fumantes. 

Isso porque o excesso dessas substâncias pode ficar concentrado na bexiga, resultando em  alterações progressivas no órgão. 

Por isso, é fundamental que você consulte um nefrologista ou clínico geral assim que desconfiar de câncer na bexiga, para realizar o diagnóstico precoce e iniciar o tratamento mais adequado, aumentando as chances de cura. 

Você já conhecia alguns dos sintomas de câncer na bexiga? Veja abaixo quais são suas causas e como realizar o tratamento!

Sintomas de câncer na bexiga

Bexiga cheia
O câncer de bexiga, entre outros sintomas, pode provocar a necessidade frequente de urinar

Há casos em que a doença pode se apresentar de forma assintomática e os sinais do câncer na bexiga podem variar de pessoa para pessoa, entretanto, os mais comuns são: 

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  • Sangue na urina (hematúria), esse sintoma pode ser visível a olho nu ou só detectado por exames laboratoriais 
  • Necessidade frequente e urgente de urinar, mesmo com a bexiga vazia (Veja aqui sobre vontade de fazer xixi toda hora: o que pode ser?)
  • Vontade repentina de urinar
  • Problemas para urinar ou fluxo de urina fraco
  • Dor, queimação ou desconforto ao urinar 
  • Dor na região inferior da barriga 
  • Sensação de que a bexiga não está completamente vazia após urinar
  • Incontinência urinária. Veja aqui outras possíveis causas da incontinência urinária e o que fazer
  • Perda de peso sem causa aparente 
  • Fadiga 
  • Falta de apetite
  • Inchaço nas pernas 

Os sintomas associados ao câncer de bexiga também podem estar presentes em outras condições médicas, como câncer de próstata, infecção urinária, pedras nos rins ou incontinência urinária. 

Por isso, se você estiver apresentando algum desses sintomas, é fundamental que consulte o seu médico ou sua médica o mais rápido possível para que a causa possa ser identificada e tratada adequadamente. 

Principais causas de câncer na bexiga

Há diversos fatores associados ao desenvolvimento do câncer na bexiga, como o tabagismo, a exposição a agentes químicos, as infecções urinárias crônicas, a idade, o gênero, o histórico familiar e a exposição à radiação. 

O tabagismo é considerado a principal causa do câncer na bexiga, pois parte das substâncias tóxicas  presentes na fumaça do cigarro, do cachimbo e do charuto é eliminada pelos rins junto com a urina e podem danificar o revestimento interno da bexiga. 

Da mesma forma, a exposição a produtos químicos como corantes, solventes e pesticidas, também pode aumentar o risco de desenvolvimento da doença.

As infecções urinárias crônicas e repetitivas, especialmente quando não tratadas adequadamente, também podem ser fatores que aumentam o risco de desenvolver o câncer na bexiga.

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A idade e o gênero também são fatores que contribuem para o desenvolvimento da doença, visto que o câncer de bexiga é mais frequente em homens com mais de 55 anos de idade.

Além disso, a exposição à radiação e o histórico familiar de câncer de bexiga também podem aumentar o risco de desenvolvimento da doença. 

No entanto, é importante ressaltar que nem todas as pessoas expostas a esses fatores de riscos desenvolvem o câncer de bexiga, e em alguns casos, a doença pode ocorrer sem uma causa clara. 

Portanto, manter um estilo de vida saudável, realizar exames regulares e adotar medidas preventivas são maneiras fundamentais para prevenir o câncer de bexiga e outras doenças.

Como é feito o diagnóstico de câncer na bexiga

O diagnóstico do câncer de bexiga começa com o médico ou médica especialista, que geralmente é um urologista ou nefrologista, avaliando os sintomas e histórico médico do paciente.

Com base nessa avaliação inicial, o médico solicita uma série de exames específicos para confirmar o diagnóstico.

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Para diagnosticar o câncer de bexiga, são utilizados vários exames, como o exame de urina, que verifica se há sangue ou outras anomalias presentes na urina. 

A cistoscopia é um exame que permite ao médico examinar a parte interna da bexiga em busca de possíveis problemas ou anormalidades, inserindo um tubo fino e flexível, chamado cistoscópio, pela uretra e bexiga.

Se durante a cistoscopia alguma anormalidade for detectada, o médico pode coletar uma amostra de tecido (biópsia) para análise laboratorial, determinando se as células são cancerosas ou não.

Além disso, os exames de imagem, como a ultrassonografia, a tomografia computadorizada (TC) ou a ressonância magnética (RM), podem ser utilizados para avaliar a extensão do câncer e se ele se espalhou para outros órgãos.

O diagnóstico precoce é fundamental para um tratamento eficaz e melhores chances de cura. 

Portanto, é importante que você procure um médico especialista assim que surgirem os primeiros sinais e sintomas indicativos de câncer de bexiga. 

Com um diagnóstico preciso, é possível iniciar o tratamento adequado e aumentar as chances de sucesso no tratamento do câncer de bexiga.

Estágios do câncer na bexiga

O câncer de bexiga é dividido em diferentes estágios, que indicam até onde o tumor avançou.

Os médicos usam exames de imagem, como ultrassom e tomografia, para avaliar o tamanho do tumor e se ele afetou outros órgãos.

Os estágios do câncer de bexiga são:

  • Estágio 0: Sem evidência de tumor ou tumores presentes apenas no revestimento interno da bexiga.
  • Estágio 1: O câncer avançou para além do revestimento interno da bexiga, mas ainda não invadiu a camada muscular.
  • Estágio 2: O câncer invadiu a camada muscular da bexiga.
  • Estágio 3: O tumor ultrapassou a camada muscular da bexiga e se espalhou para tecidos próximos ao órgão, como a próstata, o útero ou a vagina.
  • Estágio 4: O câncer se espalhou para os gânglios linfáticos e órgãos vizinhos ou para outras partes distantes do corpo, como os pulmões, fígado ou ossos.

É importante lembrar que o tratamento e a chance de cura para o câncer de bexiga variam conforme o estágio no qual o tumor se encontra.

Por isso, é fundamental ter um diagnóstico precoce e começar o tratamento o mais rápido possível.

Tratamento para câncer na bexiga

Tratamento para bexiga
Podem ser necessários tratamentos como a radioterapia e quimioterapia, a depender do estágio do câncer

O tratamento para o câncer de bexiga pode variar conforme o tipo de câncer, o estágio no qual o tumor se encontra e outros fatores individuais do paciente, como idade e saúde geral. 

As opções de tratamento incluem:

1. Cirurgia

Existem diferentes tipos de cirurgia, de acordo com o tamanho e localização do tumor.

  • Ressecção transuretral: Raspagem, retirada ou queimação do tumor, quando o seu tamanho é pequeno e ele está localizado na superfície da bexiga.
  • Cistectomia segmentar: Retirada da parte da bexiga que foi afetada pelo tumor.
  • Cistectomia radical: É realizada nas fases avançadas da doença e consiste na remoção total da bexiga.

2. Imunoterapia com BCG

Utiliza remédios que estimulam o sistema imune para atacar as células do câncer. É mais usada em casos de câncer superficial da bexiga ou para prevenir novo crescimento do câncer, após a cirurgia, por exemplo.

3. Radioterapia

A radiação é usada para eliminar as células cancerígenas. O médico pode indicar o tratamento antes da cirurgia, para reduzir o tamanho do tumor, no lugar da cirurgia, se o paciente não puder ser operado ou depois da cirurgia, para eliminar as células cancerígenas que possam ter restado.

Ela pode ser feita externamente, por meio de um aparelho que incide radiação sobre a região da bexiga. Outra opção é a radiação interna: é colocado um dispositivo que libera a substância radioativa na bexiga do paciente.

4. Quimioterapia

Envolve o uso de remédios para eliminar as células cancerígenas, que podem atuar tanto na própria bexiga como em outros órgãos. O médico pode indicar apenas um medicamento ou combinação de dois.

Em casos de câncer na bexiga superficial, pode ser usada a quimioterapia intravesical, em que o remédio é introduzido diretamente na bexiga por meio de um cateter. Então, ele fica agindo durante várias horas. A quimioterapia intravesical costuma ser feita uma vez por semana, ao longo de várias semanas.

A imunoterapia também pode ser recomendada dependendo das características do tumor.

5. Terapia fotodinâmica

A terapia fotodinâmica utiliza um agente ativado por luz para matar as células cancerosas.

É importante discutir todas as opções de tratamento com um médico especialista para escolher a melhor opção para o seu caso.

O câncer de bexiga tem cura? 

O câncer de bexiga é uma doença que pode ser curada, mas isso depende de vários fatores. O estágio no qual o tumor é diagnosticado é um dos fatores mais importantes que influenciam as chances de cura. 

Quanto mais cedo o câncer for identificado, maiores são as chances de cura. Por isso, é fundamental procurar um médico especialista assim que surgirem os primeiros sintomas, como dor ou sangue na urina.

Além disso, o tipo de câncer e a extensão da doença também são fatores que influenciam as chances de cura. O tratamento utilizado é outra variável importante. 

Fontes e referências adicionais

Você já conhecia os sintomas do câncer na bexiga? Qual dos meios de tratamentos mais chamou sua atenção? Você conhece alguém que já teve essa condição?

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Sobre Dr. Lucio Pacheco

Dr. Lucio Pacheco é Cirurgião do aparelho digestivo, Cirurgião geral - CRM 597798 RJ/ CBCD. Formou-se em Medicina pela UFRJ em 1994. Em 1996 fez um curso de aperfeiçoamento em transplantes no Hospital Paul Brousse, da Universidade de Paris-Sud, um dos mais especializados na Europa. Concluiu o mestrado em Medicina (Cirurgia Geral) em 2000 e o Doutorado em Medicina (Clinica Médica) pela UFRJ em 2010. Dr. Lucio Pacheco é autor de diversos livros e artigos sobre transplante de fígado. Atualmente é médico-cirurgião, chefe da equipe de transplante hepático do Hospital Copa Star, Hospital Quinta D'Or e do Hospital Copa D'Or. Além disso é diretor médico do Instituto de Transplantes. Suas áreas de atuação principais são: cirurgia geral, oncologia cirúrgica, hepatologia, e transplante de fígado. Para mais informações, entre em contato.

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