Melhor Tratamento Para Pedra na Vesícula

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A pedra na vesícula é um problema que atinge mais de 2 milhões de brasileiros todos os anos e que afeta principalmente pessoas acima dos 40 anos de idade.

A cirurgia para remoção da pedra na vesícula é uma das mais comuns atualmente. Além dos riscos da cirurgia, não há como garantir que novas pedras não sejam formadas na região.

Assim, mesmo que a cirurgia seja necessária em alguns casos, é indicado adotar um tratamento para pedra na vesícula alternativo que possa ajudar a tratar a causa do problema e evitar a reincidência, além de eliminar pedras já existentes na vesícula através do uso de medicamentos ou de soluções naturais.

Aqui, vamos mostrar qual é o melhor tratamento para pedra na vesícula e dar dicas de remédio natural para tratar a condição.

Pedra na vesícula

A vesícula biliar é um órgão pequeno responsável por armazenar a bile produzida pelo fígado para o sistema digestivo. A pedra na vesícula, chamada também de cálculo biliar, é uma espécie de massa sólida como se fosse uma pedra mesmo, que é encontrada na vesícula biliar quando o conteúdo da bile cristaliza e forma os cálculos biliares.

Os cálculos biliares podem ser formados por moléculas de colesterol (gordura), depósitos de cálcio ou de outras substâncias encontradas na bile. Essas pedras podem variar quanto ao tamanho, forma, composição e densidade. Apesar de todas essas variações, o tratamento para a pedra na vesícula costuma ser o mesmo em todos os casos.

A presença da pedra na vesícula causa muita dor, além de problemas paralelos como indigestão, dores abdominais e dores nas costas. Isso porque a vesícula biliar quando em pleno funcionamento armazena apenas líquidos. Assim, quando um material viscoso como a gordura ou sólido como os sais de cálcio se acumula no órgão, pode ocorrer o bloqueio do duto biliar que se traduz em sintomas perceptíveis e extremamente desagradáveis.

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Fatores de risco

Existem alguns fatores que podem aumentar o risco de desenvolvimento de pedra na vesícula, que incluem: hábitos de dieta, idade, sexo, composição corporal e genética.

De um modo geral, os cálculos biliares costumam atingir mais:

  • Mulheres;
  • Pessoas com mais de 40 anos;
  • Indivíduos com sobrepeso ou obesos.

Outros fatores de risco para o aparecimento de pedras na vesícula incluem:

  • Dieta pobre ou inadequada;
  • Perda de peso muito rápida;
  • Gravidez, uso de anticoncepcionais ou desequilíbrios hormonais;
  • Diabetes;
  • Histórico familiar de cálculos biliares;
  • Sedentarismo;
  • Alto nível de triglicerídeos;
  • Níveis baixos de colesterol do tipo HDL (colesterol bom).

Causas

Por ser um órgão pequeno, a vesícula biliar é muito sensível. Apesar de ser capaz de se expandir quando há um grande acúmulo de bile, chega uma hora que o órgão não suporta mais o excedente e começa a cristalizar esse excesso.

A principal causa da pedra na vesícula é a desidratação. A ingestão inadequada de água e outros líquidos faz com que as substâncias presentes na bile comecem a se solidificar. Outra possível causa é o acúmulo de substâncias na bile em quantidades maiores do que ela é capaz de processar.

Principais sintomas

Os sintomas podem variar de pessoa para pessoa e algumas delas às vezes só sentem algo quando a situação já está bem grave.

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Os principais sintomas de pedra na vesícula são:

  • Dor abdominal;
  • Náusea;
  • Dor no lado superior direito do abdômen;
  • Tensão no estômago após as refeições.

Tratamento

A maioria dos cálculos biliares não causa problemas sérios e podem ser tratados com medicamentos ou soluções caseiras. No entanto, quando a pedra causa alguma obstrução ou dores muito fortes, pode ser necessária a intervenção cirúrgica, já que a pedra na vesícula não tratada pode causar complicações como a colecistite, por exemplo, que pode levar à ruptura do órgão.

Para confirmar a necessidade de cirurgia ou determinar o melhor tratamento, o médico deve solicitar alguns exames como ultrassons e outros exames de imagem para avaliar o problema.

Melhor tratamento para pedra na vesícula

O melhor tratamento depende da gravidade dos seus sintomas e do tamanho da pedra na vesícula.

Quando se tem uma pedra na vesícula grande, muitas vezes o único tratamento eficiente é a remoção cirúrgica da pedra. Em alguns casos, vale a pena tentar eliminá-la de forma natural. Isso pode ser feito através do tratamento indicado abaixo, que consiste em vários passos que devem ser seguidos acompanhados ou não do uso de um remédio prescrito por um profissional.

Geralmente, o médico tem 3 opções principais de tratamento que são chamados de: espera vigilante, terapia não cirúrgica e remoção cirúrgica da pedra na vesícula.

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1. Espera vigilante

Apesar de uma pedra na vesícula poder causar episódios de muita dor, alguns médicos recomendam esperar um pouco antes de tomar uma decisão se ela não estiver obstruindo totalmente a passagem da bile.

Isso porque geralmente os cálculos biliares dissolvem-se sozinhos ou mudam de posição, desobstruindo a passagem da bile. Mesmo sendo ruim esperar se você estiver com dor, o tratamento acaba sendo mais fácil e menos arriscado do que uma cirurgia.

2. Terapia não cirúrgica

Se você tem problemas de saúde que o impedem de fazer uma cirurgia no momento ou se o seu caso não é tão grave, é possível adotar técnicas não invasivas de tratamento.

Algumas pedras na vesícula podem ser dissolvidas com o uso de um sal biliar quando a pedra é formada por acúmulo de colesterol. Um remédio comum para esse fim é o Ursodiol. Porém, quando as pedras se calcificam, esse tratamento não funciona.

Outra técnica não invasiva para o tratamento de cálculos biliares é a terapia por ondas de choque. Nesse método, ondas sonoras de alta frequência são usadas para fragmentar a pedra em pedaços menores que possam ser expelidos naturalmente pelo organismo ou que possam ser mais facilmente dissolvidas por sais biliares.

Apesar de não invasivos, esses métodos não costumam trazer bons resultados e geralmente ocorre reincidência do problema.

3. Remoção cirúrgica – Colecistectomia

O tratamento mais comum para cálculos biliares é a remoção cirúrgica das pedras ou da própria vesícula.

Apesar de ser estranho imaginar a remoção completa de um órgão, é possível viver sem a vesícula biliar. O nome do procedimento é colecistectomia. Algumas vezes, a bile pode fluir diretamente para o intestino e causar diarreia moderada em algumas pessoas, mas geralmente a remoção da vesícula não causa problemas nem efeitos adversos no organismo.

Existem várias técnicas para realizar a colecistectomia: a remoção laparoscópica, a remoção aberta ou a colangiopancreatografia retrógrada endoscópica (CPRE).

Remoção laparoscópica

Esse é o método mais comum em que a vesícula é removida por meio de pequenas incisões feitas no abdômen usando pequenos tubos finos. Esses tubos têm uma câmera acoplada e são usados para retirar toda a vesícula biliar com as pedras dentro.

Esse procedimento é feito sob anestesia geral, tem menor risco de complicações e permite um tempo de recuperação mais rápido para o paciente. A cirurgia é relativamente simples e dura de 20 minutos a 1 hora.

Trata-se de um procedimento muito seguro e eficaz. No entanto, pessoas obesas ou que têm infecções graves no corpo como uma vesícula biliar muito inflamada não devem se submeter ao procedimento.

Remoção aberta

Nessa técnica, a vesícula biliar é removida através de uma incisão de 7 a 15 cm feita no abdômen superior direito. Esse procedimento só é adotado quando a remoção laparoscópica não é viável, como em casos de infecções no trato biliar.

Essa técnica também é realizada com o paciente sob anestesia geral e geralmente dura de 45 minutos a 1 hora e meia de operação.

Colangiopancreatografia retrógrada endoscópica

A CPRE é realizada quando se quer remover apenas as pedras ou como um complemento a técnicas anteriores para garantir que não ficou nenhuma pedra no caminho. A técnica consiste em combinar a endoscopia gastrointestinal superior com radiografias.

O método serve para remover pedras na vesícula ou no sistema biliar sem remover todo o órgão. Além disso, esse pode ser um método adequado para pessoas que não podem passar por um procedimento mais invasivo por estarem doentes demais ou com condições de saúde como pressão arterial elevada.

Existe um tratamento para pedra na vesícula definitivo?

O tratamento definitivo seria remover a vesícula biliar e suas pedras através de uma das cirurgias mencionadas acima.

Os outros métodos que envolvem a dissolução das pedras com o uso de medicamentos ou a remoção das pedras sem retirar todo o órgão não são soluções definitivas. Em qualquer tratamento que não remova a vesícula biliar, não há garantia de que novas pedras não serão formadas.

Por isso, é essencial cuidar da saúde para evitar a ocorrência de cálculos biliares. Isso inclui manter hábitos saudáveis como beber muita água e líquidos, ter uma alimentação equilibrada e praticar exercícios físicos.

Veja algumas dicas de como prevenir a reincidência de pedras na vesícula logo abaixo.

Dicas de tratamento natural e medidas preventivas

1. Manter um peso corporal saudável

Como já mencionado, ter sobrepeso ou obesidade pode aumentar o risco de desenvolver pedra na vesícula. Estudos indicam que pessoas obesas são mais propensas a produzir altos níveis de colesterol, que pode se acumular no órgão. Além disso, estudos mostram que pessoas que não têm um peso considerado saudável costumam sofrer mais inflamação e inchaço dentro da vesícula devido ao acúmulo de gordura ao redor do órgão.

Desta forma, manter um peso saudável evita a reincidência de cálculos biliares além de ajudar a manter um bom equilíbrio hormonal e o metabolismo funcionando adequadamente.

2. Evitar a perda rápida de peso e dietas restritivas demais

Apesar da obesidade ser um fator de risco para o desenvolvimento de pedras na vesícula, a perda muito rápida de peso pode não ser a melhor saída. Isso porque quando perdemos peso muito rápido, o corpo acaba sofrendo com deficiências nutricionais e desequilíbrios eletrolíticos que podem piorar o problema.

Pesquisas sugerem que pessoas que perdem mais de 3 quilos por semana têm uma chance maior de desenvolver pedra na vesícula do que as que perdem peso de forma gradual sem dietas drásticas.

Segundo o National Institute of Diabetes and Digestive and Kidney Diseases, dietas muito baixas em calorias e métodos cirúrgicos para perda de peso aumentam o risco de pedras na vesícula. A maioria dos especialistas na área recomendam a perda de 0,5 a 2,0 quilos por semana de maneira lenta e constante.

3. Seguir uma dieta anti-inflamatória

Para ajudar a remover a pedra e promover uma boa recuperação da vesícula biliar, é importante investir em uma dieta equilibrada e saudável rica em alimentos com propriedades anti-inflamatórias que, dentre outras funções, ajudam a regular o metabolismo do colesterol no organismo.

Os alimentos que apresentam efeitos anti-inflamatórios incluem praticamente todos os tipos de vegetais, frutas, nozes e sementes. Também é possível citar opções como a beterraba, a alcachofra e o dente-de-leão, que são ótimos para a saúde digestiva, já que eles ajudam a melhorar o fluxo de bile na vesícula e a promover a decomposição da gordura acumulada.

Gorduras saudáveis como o óleo de peixe, o óleo de coco e o azeite de oliva também são extremamente benéficos devido às suas propriedades anti-inflamatórias. Esse tipo de gordura ajuda órgãos como o fígado e a vesícula biliar a realizar o movimento de contração, promovendo o esvaziamento frequente do órgão. A ingestão de sementes germinadas como as sementes de linhaça, de chia, de cânhamo e de abóbora também são de fácil digestão e podem reduzir processos inflamatórios.

Consumir uma porção de 1 colher de sopa de alguma dessas gorduras ou cerca de 2 colheres de sopa de nozes ou sementes germinadas pode ajudar no tratamento do cálculo biliar.

É imprescindível evitar o consumo de alimentos que contêm altos níveis de colesterol, gordura saturada ou trans e açúcar refinado. Foque na ingestão de alimentos saudáveis como produtos frescos, sucos, frutas, verduras, vegetais e produtos de origem animal.

4. Ser mais ativo

Indivíduos fisicamente ativos tendem a ter uma melhor proteção contra cálculos biliares. Isso porque, além de reduzir as calorias e poder promover a perda de peso, a prática de atividades físicas ajuda a melhorar as funções digestivas.

Faça pelo menos 30 minutos de atividade física moderada todos os dias para uma vida mais saudável.

5. Adote o uso de alguns suplementos benéficos para tratar cálculos biliares

Existem suplementos e ervas naturais que podem ajuda a melhorar a saúde do fígado e reduzir processos inflamatórios, que são importantes para regular a produção e o uso do colesterol e evitar o acúmulo dessas gorduras na vesícula.

Alguns dos suplementos que podem ajudar incluem: cúrcuma, cardo de leite, carvão ativado, raiz de dente-de-leão, lipase e sais biliares. Outros remédios caseiros incluem o uso de hortelã-pimenta, alfafa e vinagre de maçã. Todos eles ajudam na digestão de gorduras e na eliminação de toxinas presentes no fígado.

Vídeos:

Gostou das dicas?

Fontes e Referências Adicionais:

Você já passou por algum tratamento para pedra na vesícula alguma vez? Qual destes citados acima? Teve resultados definitivos ou houve reincidência do problema? Comente abaixo!

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Sobre Dr. Lucio Pacheco

Dr. Lucio Pacheco é Cirurgião do aparelho digestivo, Cirurgião geral - CRM 597798 RJ/ CBCD. Formou-se em Medicina pela UFRJ em 1994. Em 1996 fez um curso de aperfeiçoamento em transplantes no Hospital Paul Brousse, da Universidade de Paris-Sud, um dos mais especializados na Europa. Concluiu o mestrado em Medicina (Cirurgia Geral) em 2000 e o Doutorado em Medicina (Clinica Médica) pela UFRJ em 2010. Dr. Lucio Pacheco é autor de diversos livros e artigos sobre transplante de fígado. Atualmente é médico-cirurgião, chefe da equipe de transplante hepático do Hospital Copa Star, Hospital Quinta D'Or e do Hospital Copa D'Or. Além disso é diretor médico do Instituto de Transplantes. Suas áreas de atuação principais são: cirurgia geral, oncologia cirúrgica, hepatologia, e transplante de fígado. Para mais informações, entre em contato.

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