O jejum intermitente é um programa alimentar que vem ganhando cada vez mais relevância, tanto na área de nutrição quanto da medicina, por seus benefícios no tratamento de uma série de problemas de saúde, como, por exemplo, as doenças inflamatórias.
Esses benefícios, que ainda vem sendo estudados, se devem ao efeito do jejum no metabolismo e na regulação do sistema imune, além da redução da quantidade de gordura corporal.
Então, a seguir vamos conhecer os efeitos anti-inflamatórios do jejum intermitente e como ele pode ajudar a reduzir a inflamação associada a condições como artrite reumatoide, doença inflamatória intestinal, entre outras.
O efeito do jejum intermitente na inflamação
Um estudo americano, publicado em 2019, demonstrou que o jejum é capaz de reduzir a inflamação e melhorar os sintomas de doenças inflamatórias, sem comprometer a imunidade.
Isso ocorre devido à diminuição da quantidade de monócitos no sangue, que são células responsáveis por ativar a atividade inflamatória.
Além disso, os monócitos que estavam no sangue de pessoas que seguiam o jejum tinham um menor potencial inflamatório. Ou seja, eram menos capazes de causar inflamações.
Mas, apesar do efeito no sistema imune, os pesquisadores mostraram que essa redução de monócitos não afetou a capacidade do organismo de combater infecções.
Assim, podemos dizer que o jejum intermitente pode ser uma estratégia promissora para o tratamento de doenças inflamatórias.
O que é a inflamação?
A inflamação é um processo normal que ocorre em nosso organismo, e faz parte das estratégias que o sistema imunológico utiliza para combater infecções.
Esse efeito benéfico ocorre porque a inflamação causa a dilatação dos vasos sanguíneos próximos ao local afetado, para assim levar mais sangue e células imunológicas para combater os possíveis agentes invasores.
Desta forma, surgem os sintomas clássicos da inflamação:
- Vermelhidão, já que há mais sangue no local
- Inchaço, também pelo aumento da circulação
- Aumento da temperatura da pele ao redor do local inflamado
- Dor, causada tanto pelo inchaço, que comprime os nervos locais, quanto pelas moléculas inflamatórias liberadas
- Dificuldade de movimentação, principalmente quando a inflamação ocorre em articulações
No entanto, existem situações onde a inflamação é mais intensa, e foge do controle do sistema imune.
Nesses casos, a inflamação, ao invés de ajudar o corpo a se recuperar de problemas de saúde, acaba por deixá-los pior, e chega mesmo a criar as chamadas doenças inflamatórias.
As doenças inflamatórias
Como vimos logo acima, as doenças inflamatórias são problemas de saúde caracterizados por inflamações exageradas ou sem motivo aparente.
Essa inflamação acaba atingindo e danificando diferentes partes do organismo, como:
- Articulações, no caso das artrites
- Vasos sanguíneos, como costuma ocorrer nas vasculites
- Sistema nervoso, como, por exemplo, na esclerose múltipla
- Intestino, como na doença inflamatória intestinal
Além disso, outras partes do corpo podem ser afetadas, a depender da doença inflamatória específica e de sua gravidade.
O jejum intermitente
Chamamos de jejum intermitente o programa alimentar que alterna períodos longos de jejum com intervalos mais curtos de alimentação.
Assim, durante o período de jejum, o corpo utiliza suas próprias reservas de calorias para se manter em funcionamento, o que leva a perda de peso e a uma potencial melhora do metabolismo.
E, além dos potenciais benefícios para a saúde, o jejum intermitente também é uma dieta que pode ser adaptada à rotina da pessoa, já que a duração dos períodos de jejum pode variar bastante.
Veja também: Jejum Intermitente passo a passo: Como funciona e variações
O que comer no jejum intermitente?
Para potencializar os benefícios que o próprio ato de jejuar pode trazer, é essencial incluir alimentos saudáveis na dieta.
Isso é importante porque, após um longo período sem receber alimentos, o nosso organismo precisa de nutrientes adequados para funcionar adequadamente.
Por isso, a principal recomendação para quem vai iniciar um programa de jejum intermitente é procurar a orientação de um nutricionista, principalmente se você tem alguma questão de saúde, como doenças inflamatórias ou crônicas.
Mas, apesar da necessidade de orientação profissional, podemos citar alguns grupos de alimentos que devem estar presentes na dieta:
- Fontes de proteínas com pouca gordura, como carnes magras, frango e ovos
- Vegetais verdes escuros, que são ricos em uma série de nutrientes, como a vitamina K
- Frutas e verduras variadas, alimentos ricos em fibras alimentares, vitaminas e minerais diversos
- Oleaginosas, como nozes e castanhas, por seu alto percentual de gorduras boas
- Grãos e outros alimentos integrais, que são fontes de fibras e carboidratos complexos
- Muita água, principalmente durante o período de jejum
Desta forma, o seu corpo terá todos os nutrientes necessários para funcionar bem e evitar os déficits nutricionais que alguns planos alimentares acabam gerando.
Fontes e referências adicionais
- Dietary Intake Regulates the Circulating Inflammatory Monocyte Pool, Cell
- Efeitos do jejum intermitente no metabolismo humano, Revista da Associação Médica Brasileira
Fontes e referências adicionais
- Dietary Intake Regulates the Circulating Inflammatory Monocyte Pool, Cell
- Efeitos do jejum intermitente no metabolismo humano, Revista da Associação Médica Brasileira