Esporotricose humana: o que é, sintomas, tipos e tratamento

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Embora não seja muito conhecida ou discutida, a esporotricose humana é uma doença que atinge um grande número de pessoas todos os anos, e pode trazer consequências graves para a saúde quando não tratada corretamente.

Essa aparente falta de informação se deve, na maioria das vezes, ao mito de que todas as micoses são iguais, e que são doenças leves.

No entanto, como veremos a seguir, a esporotricose humana pode se apresentar de diferentes formas e causar sintomas igualmente distintos, embora o seu tratamento seja simples em quase todos os casos.

Veja também: 4 doenças causadas por fungos mais comuns e tratamento

O que é esporotricose humana?

A esporotricose humana é um tipo de micose causada pelo fungo Sporothrix schenckii, que pode infectar alguma ferida na pele e chegar ao tecido subcutâneo.

A doença ainda pode ser dividida em diferentes tipos, dependendo dos locais atingidos pela infecção:

  • Esporotricose cutânea: Ocorre quando a infecção atinge apenas a pele, normalmente dos braços e das mãos. Neste caso, há a formação pequenos nódulos logo abaixo da pele, que se abrem, formando uma ferida profunda.
  • Esporotricose pulmonar: Quando a infecção chega aos pulmões, em geral pela inalação direta do fungo.
  • Esporotricose disseminada: Nos casos onde a doença chega a outros locais do corpo, como ossos, articulações e órgãos internos.

Além disso, é importante ressaltar que a esporotricose é também considerada uma zoonose, ou seja, uma doença que pode passar de animais para seres humanos.

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Sporothrix
Fungo Sporothrix schenckii / Reprodução: via Wikipedia

Sintomas da esporotricose humana

Os sintomas da esporotricose humana vão variar, de acordo com o tipo da doença e com a área do corpo afetada.

Assim, temos:

1. Sintomas da esporotricose cutânea

Em geral, inicialmente surge um pequeno caroço avermelhado na pele, parecido com uma picada de inseto, mas sem causar dor ou coceira. 

Logo após, outros sintomas podem aparecer, como:

  • Crescimento deste nódulo
  • Surgimento de outros nódulos próximos ao primeiro
  • Vermelhidão ao redor da área afetada
  • Formação de úlceras que não cicatrizam, após o rompimento dos nódulos

2. Sintomas da esporotricose pulmonar

Neste caso, os sintomas são semelhantes ao da tuberculose, e pode incluir:

  • Tosse
  • Falta de ar
  • Dor ao respirar
  • Febre

3. Sintomas da esporotricose disseminada

Já na forma disseminada da doença, os sintomas vão depender do órgão afetado. Assim, podemos citar:

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  • Inchaço nas articulações
  • Dor ao se movimentar
  • Dificuldades de concentração, dores de cabeça e convulsões, em casos onde o fungo chega ao sistema nervoso
  • Náuseas e vômitos

Diagnóstico da esporotricose humana

O diagnóstico inicial da esporotricose é feito a partir da análise das lesões e dos sintomas, que são facilmente reconhecidos, na maioria dos casos

Além disso, a confirmação do diagnóstico é feita com a realização de uma cultura de secreção ou de uma biópsia.

Assim, a partir desse material coletado das feridas causadas pela esporotricose humana, que contém o agente causador, é possível identificar o fungo.

Complicações da esporotricose humana

Apesar de ser uma doença facilmente curável, quando se realiza o tratamento adequado, o problema pode gerar algumas complicações de saúde, como:

  • Infecções bacterianas, uma vez que as feridas da esporotricose não cicatrizam
  • Danos neurológicos, quando o fungo atinge o cérebro
  • Dores articulares
  • Problemas ósseos
  • Sepse, quando o micro-organismo se espalha pela corrente sanguínea

No entanto, essas complicações não são comuns, e ocorrem principalmente em pessoas que não usam os medicamentos da forma como foi prescrita, ou que possuem algum tipo de comprometimento no sistema imune, como:

  • Pessoas realizando quimioterapia
  • Pessoas com HIV, sem tratamento adequado
  • Pessoas que possuam alguma doença crônica que possa afetar a imunidade
Esporotricose
Lesões da esporotricose / Reprodução: via American Osteopathic College of Dermatology

Como tratar esporotricose humana?

O tratamento para a esporotricose humana, em geral, é simples, e envolve apenas o uso de medicamentos antifúngicos. No entanto, é um tratamento longo, que pode durar entre 3 e 6 meses.

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  • Para casos mais leves, o medicamento usado é o itraconazol, usado uma vez ao dia.
  • Já para casos mais graves, pode ser necessário o uso de um outro antifúngico, a anfotericina B, dessa vez injetável e em um hospital. Esse tratamento mais forte é feito por poucos dias ou semanas, e depois o médico irá trocá-lo pelo itraconazol, que deve ser usado por 12 meses.

Assim, é importante esclarecer algumas informações com relação ao tratamento da doença:

  • Primeiro, não existe uma pomada para esporotricose humana. O tratamento é sempre feito por via oral e, em alguns casos, com o uso de medicamento injetável.
  • A esporotricose humana não cura sozinha, e atrasar o início do tratamento pode agravar a doença.

Como é o contágio da esporotricose humana?

O contágio da esporotricose humana ocorre a partir do contato do fungo causador com algum ferimento na pele ou na mucosa. Desta forma, o fungo pode penetrar em áreas mais profundas, onde irá se multiplicar e causar a infecção.

A partir dessa invasão inicial, o fungo pode:

  • Se manter na região próxima à superfície da pele, causando a forma cutânea da doença.
  • Se espalhar para outros órgãos, para ossos ou articulações, em casos de esporotricose disseminada.

Já na forma pulmonar da doença, a infecção ocorre quando a pessoa aspira pequenas partículas contendo o fungo, que chega diretamente ao pulmão, sem causar as típicas lesões na pele.

Veja também: Como se pega micose na pele, unhas ou couro cabeludo

Formas de prevenir a esporotricose humana

A única forma de prevenir a esporotricose humana é evitar o contato com o fungo, uma vez que não existem vacinas para a doença.

Assim, é recomendável seguir algumas dicas para auxiliar na prevenção. São elas:

  • Usar luvas e outros materiais de proteção, sempre que for manusear objetos que possam estar contaminados, como terra, madeira e plantas.
  • Tomar cuidado especial com plantas com espinhos e madeiras com farpas.
  • Caso tenha algum animal doméstico, levá-lo regularmente ao veterinário, para assim identificar casos de esporotricose animal.
Fontes e referências adicionais

Você já teve ou conhece alguem que já tenha sido diagnosticado com esporotricose? Comente abaixo!

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Sobre Dra. Akemi Martins

Dra. Akemi Martins Higa é bióloga, formada pela Universidade Federal de São Carlos em 2011. Doutora na área de Medicina Tropical e Saúde Internacional, com ênfase em doenças neurodegenerativas, pela Universidade de São Paulo. Tem experiência na área de nanotecnologia e imunologia aplicada ao diagnóstico de neuromielite óptica e esclerose múltipla. Para mais informações, entre em contato.

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