Escarlatina: o que é, sintomas, transmissão e tratamento

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Talvez você já tenha ouvido falar da escarlatina ou conheça alguém que alguma vez teve a doença. Infecciosa e contagiosa, ela é causada pela bactéria Streptococcus do grupo A e afeta principalmente crianças em idade escolar, entre os cinco e os 15 anos, mas também pode atingir adultos.

Ainda que a primavera e o verão sejam as épocas em que as crianças são mais afetadas pela escarlatina, a doença pode ocorrer em qualquer época do ano. Uma pessoa pode ter escarlatina até três vezes na vida, pois existem três formas diferentes da bactéria causadora da doença.

 A condição pode ser transmitida por meio do contato com uma pessoa infectada. A tosse e o espirro são formas comuns de transmissão. 

Assim, é importante tomar medidas preventivas, como lavar as mãos com frequência, evitar compartilhar objetos pessoais e cobrir a boca e o nariz ao tossir ou espirrar, para reduzir o risco de contrair ou transmitir a infecção.

Embora não seja considerada uma infecção grave e possa ser tratada facilmente com o uso de um antibiótico, a escarlatina pode causar muito desconforto. Portanto, é importante que você ou seu filho procure atendimento médico logo que apresentarem sintomas de escarlatina. 

Você já conhecia essa doença contagiosa? Veja abaixo quais são os sintomas, transmissão e tratamento da escarlatina! 

Sintomas da escarlatina

Criança com febre
A febre alta é um dos principais sintomas da escarlatina

Entre os sintomas mais comuns da escarlatina, estão: 

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  • Febre alta
  • Calafrios
  • Náusea e vômitos
  • Dor de garganta intensa
  • Dor de cabeça, no corpo e de barriga
  • Sensação de pele áspera, semelhante a uma lixa
  • Erupção cutânea
  • Língua avermelhada, com coloração de morango 
  • Placas esbranquiçadas na língua
  • Placas brancas na garganta 
  • Cansaço excessivo
  • Dor na barriga 
  • Falta de apetite 
  • Vermelhidão nas bochechas 
  • Aumento dos gânglios do pescoço

Um dos principais sintomas da escarlatina na pele são manchas avermelhadas que surgem com uma textura semelhante a várias cabeças de alfinete. 

As manchas começam no tronco, antes de se espalhar para a face, o pescoço, os membros, as axilas e a virilha. Já as palmas das mãos, as plantas dos pés e a região ao redor da boca ficam ilesas. Por outro lado, as dobras de pele, como cotovelos, punhos, axilas e joelhos, podem ganhar manchas mais escuras. 

A pele pode apresentar um aspecto semelhante a uma lixa, e é comum que, após dois ou três dias, ela comece a descascar. 

Transmissão da escarlatina

Uma das principais formas de transmissão é pelo ar, através da inalação de gotículas expelidas pela tosse ou espirro de uma pessoa infectada.

Além disso, a transmissão também pode ocorrer pelo contato com objetos contaminados, como brinquedos, telefones ou maçanetas, que foram tocados por uma pessoa infectada.

A escarlatina pode se propagar com mais facilidade em ambientes fechados, como creches, escolas, escritórios, cinemas e shoppings, onde há maior contato entre as pessoas.

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No entanto, é importante ressaltar que a exposição à bactéria causadora da doença não garante que a pessoa desenvolverá a infecção, já que isso depende do estado do sistema imunológico.

Em alguns casos, a pessoa pode apresentar apenas uma amigdalite, que é uma inflamação das amígdalas. 

Tratamento da escarlatina

É essencial iniciar o tratamento o mais cedo possível para evitar complicações graves e seguir todas as instruções médicas, tomando todos os medicamentos prescritos e seguindo as orientações do profissional.

A escarlatina pode ser tratada com antibióticos, como a penicilina, que é a opção preferencial para a infecção. No entanto, se houver alergia à penicilina, outros tipos de antibióticos, como a eritromicina, podem ser usados na forma de xarope.

O tratamento dura de sete a 10 dias, mas é importante manter o uso do antibiótico até o fim, mesmo que os sintomas tenham aliviado ou desaparecido após dois a três dias.

Após o término do tratamento, é recomendado retornar ao médico para avaliação e confirmação de que a infecção foi completamente eliminada.

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Além do uso de antibióticos, o médico também pode recomendar outros cuidados, como analgésicos para aliviar a dor de garganta. Veja aqui os 11 remédios mais usados para dor de garganta

É possível ainda amenizar os sintomas da escarlatina de maneira natural com algumas medidas simples. Gargarejar com água morna e sal pode ajudar a reduzir a inflamação e aliviar a dor de garganta. 

Outra opção é chupar pastilhas ou balas com eucalipto, e mentol, que possuem propriedades analgésicas e descongestionantes.

Além disso, é fundamental descansar bastante e evitar esforço físico excessivo para que o corpo possa se concentrar em combater a infecção. 

No entanto, é importante lembrar que as medidas naturais e caseiras não substituem o tratamento com antibióticos prescrito pelo médico e devem ser utilizadas apenas como complemento para aliviar os sintomas.

Alimentação durante o tratamento de escarlatina

Durante o tratamento da escarlatina, a alimentação pode ser um fator importante para ajudar o corpo a se recuperar mais rapidamente.

É recomendado manter uma alimentação saudável e equilibrada (veja aqui 11 dicas para uma alimentação saudável para crianças), ingerindo alimentos ricos em nutrientes como frutas, verduras, legumes e proteínas magras. Além disso, é importante beber bastante líquido para manter o corpo hidratado.

Entretanto, como as pessoas com escarlatina podem sentir intensa dor de garganta e desconforto na boca, é indicado dar preferência a alimentos líquidos ou pastosos, de preferência frescos ou à temperatura ambiente, como sopa de legumes com ovo ou frango cozido.

Outros bons exemplos incluem purê, gelatina, suco de frutas e vitaminas de iogurte. Aqui temos 7 receitas de purê de batata light.

Pão, biscoitos e torradas também podem ser consumidos, ao serem molhados no leite ou no chá.

Por outro lado, é preciso ter cuidado com os alimentos que podem irritar a garganta, como comidas apimentadas ou ácidas, que podem aumentar a dor e dificultar a deglutição.

Alimentos muito quentes ou muito frios também devem ser evitados, pois podem irritar ainda mais a garganta.

Durante o tratamento com antibióticos, é importante evitar o consumo de bebidas alcoólicas, já que elas podem interferir na eficácia do medicamento e causar efeitos colaterais desagradáveis.

Lembre-se sempre de seguir as recomendações do seu médico e nutricionista, para garantir uma alimentação saudável e adequada durante o tratamento da escarlatina.

Escarlatina
Escarlatina / Reprodução: via Wikipedia

Possíveis complicações

Geralmente, a escarlatina é tratada com eficácia através do uso do antibiótico recomendado pelo médico, sendo raro os casos de complicações. Mas, em alguns casos, elas podem ocorrer. 

A lista das  possíveis complicações da escarlatina inclui: 

  • Febre reumática: Uma complicação muito séria e pouco comum da escarlatina acontece quando ela afeta outras partes do corpo como o coração, as articulações, o sistema nervoso e a pele, podendo causar danos permanentes. Isso pode acontecer algumas semanas após o início da infecção.
  • Glomerulonefrite: A glomerulonefrite é uma inflamação nos pequenos filtros dos rins que pode ocorrer algumas semanas após a infecção e pode causar falência dos rins.
  • Otite média: A otite média é uma complicação potencial da escarlatina, especialmente em crianças, resultando em uma infecção no ouvido médio.
  • Abscessos: A infecção bacteriana da escarlatina pode ocasionar o aparecimento de abscessos em diferentes partes do corpo, tais como a garganta e as amígdalas.
  • Choque séptico: Uma possível complicação, ainda que pouco frequente, é a ocorrência de uma resposta inflamatória generalizada, quando a infecção se dissemina pelo corpo. Trata-se de uma condição grave que pode resultar em complicações adicionais.

Ao obedecer  a recomendação médica de tomar antibióticos no período prescrito, é possível prevenir o aparecimento das principais complicações decorrentes da doença.

Fontes e referências adicionais

Você já tinha ouvido falar da escarlatina? Conhece alguém que teve esse diagnóstico? Comente abaixo!

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Sobre Dra. Akemi Martins

Dra. Akemi Martins Higa é bióloga, formada pela Universidade Federal de São Carlos em 2011. Doutora na área de Medicina Tropical e Saúde Internacional, com ênfase em doenças neurodegenerativas, pela Universidade de São Paulo. Tem experiência na área de nanotecnologia e imunologia aplicada ao diagnóstico de neuromielite óptica e esclerose múltipla. Para mais informações, entre em contato.

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