Dispneia: o que é, causas, sintomas e tratamentos

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A dispneia é o termo médico utilizado para descrever a sensação de falta de ar, que pode se manifestar com um aperto no peito, uma sensação de sufocamento ou um aumento da frequência respiratória. A dispneia pode ser um sintoma passageiro, decorrente de uma crise de ansiedade, ou estar associada a problemas cardíacos e respiratórios. 

Veja detalhadamente o que é a dispneia e como é classificada, suas possíveis causas, seus principais sintomas, e como são feitos o diagnóstico e o tratamento. 

Dispneia: o que é?

Dispneia
Existem alguns graus de gravidade da dispneia

O termo dispneia é usado para se referir à sensação de desconforto respiratório, que pode se manifestar como uma falta de ar, uma sensação de sufocamento ou de aperto no peito.

A dispneia pode ocorrer como resultado de alterações psíquicas (emocionais), de problemas de saúde que prejudicam o funcionamento dos pulmões, como a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e a asma, ou de alterações metabólicas que causam taquipneia (aumento da frequência respiratória), por exemplo a acidose metabólica.   

Ao identificar que houve uma diminuição da saturação de oxigênio (hipoxemia) ou um aumento dos níveis de gás carbônico no sangue, os receptores químicos ativam a sensação de dispneia, para estimular o sistema respiratório a trabalhar mais, para suprir a demanda do corpo por oxigênio ou para diminuir o quadro de acidose metabólica. 

Classificação da dispneia

A gravidade da dispneia é classificada em graus, que ajudam a relacionar o sintoma com a severidade da doença de base, que está provocando o desconforto respiratório. 

Sabe-se, também, que a dispneia pode ocorrer como resultado de esforço físico e ela também pode ser quantificada em graus.  

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Para o primeiro caso, se utiliza a classificação de Borg, para “medir” a dispneia: 

GrauCaracterização
0Dispneia ausente
1-3Dispneia leve
4-6Dispneia moderada
7-9Dispneia moderadamente intensa
10Dispneia intensa

No segundo caso, a dispneia em atividade física é quantificada de acordo com a classificação do Conselho de Pesquisa Médica, Medical Research Council, do Reino Unido:

GrauCaracterização
0Dispneia ocorre durante um esforço extremo, como correr e subir escadas.
1Dispneia ocorre ao andar depressa ou fazer subidas leves.
2Dispneia se manifesta em caminhadas normais.
3Dispneia ao caminhar menos de 100 metros.
4Dispneia ao fazer atividades simples, como tomar banho ou trocar de roupa.

A gravidade da dispneia é uma informação importante e é levada em consideração, juntamente com a duração e a frequência do sintoma, na avaliação clínica, quando o médico ou médica está fazendo a coleta de informações para decidir quais exames irá solicitar, para confirmar ou descartar suas hipóteses diagnósticas. 

Possíveis causas da dispneia

Mais da metade dos casos de dispneia estão associados com doenças respiratórias e cardiovasculares. 

Quando a dispneia é o principal sintoma do quadro clínico apresentado por uma pessoa, as causas podem ser: 

  • Asma
  • Doença pulmonar obstrutiva crônica: o enfisema pulmonar e a bronquite, são os principais representantes dessa categoria.
  • Isquemia miocárdica: diminuição do fluxo sanguíneo nos vasos que levam sangue ao coração, geralmente causada pela formação de placas de gordura no interior dos vasos. 
  • Doença pulmonar intersticial: um grupo de várias doenças que levam à rigidez (fibrose) dos pulmões, dificultando a respiração e provocando tosse. 
  • Causas psicogênicas: distúrbios sem origem orgânica (no corpo), e sim psíquica. 
  • Insuficiência cardíaca: quando a capacidade do coração em bombear sangue está prejudicada, pode ocorrer o acúmulo de líquido nos pulmões, que é o edema pulmonar. Esse problema causa dispneia, sensação de peso no tórax e sibilos, que são assobios agudos durante a respiração. 

Outras causas possíveis para a dispneia são: 

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  • Pneumotórax: presença de ar entre as duas camadas da pleura, que revestem os pulmões e o interior da caixa torácica. 
  • Embolia pulmonar: entupimento de um ou mais artérias do pulmão. 
  • Fraqueza muscular respiratória: pode ser decorrente de doenças neuromusculares, nas quais há um problema na comunicação entre os nervos e os músculos. São exemplos dessas doenças, a esclerose lateral amiotrófica (ELA) e as distrofias musculares. 
  • Hipoxemia: baixa concentração de oxigênio no sangue (saturação baixa), que pode ser causada por quadros de anemia, infecções virais graves ou hemorragia, nos quais há uma diminuição de glóbulos vermelhos no sangue, responsáveis pelo transporte de oxigênio. 
  • Acidose metabólica: diminuição do pH do sangue, que fica mais ácido, podendo ser causado por insuficiência renal grave ou por uma complicação da diabetes do tipo 2. 
  • Obstruções na laringe: por causa de uma reação alérgica grave (choque anafilático) ou presença de tumor no esôfago, por exemplo. 
  • Obesidade: o excesso de peso sobre os pulmões causado pela gordura pode tornar a respiração dificultosa. 
  • Atividade física: nesse caso, a dispneia deve cessar após alguns minutos do término ou pausa da atividade.  
  • Ir para regiões com altitudes elevadas: quanto maior a altitude, menor a quantidade de oxigênio no ar e, consequentemente, há maior dificuldade para respirar. 

Sintomas da dispneia

A dispneia é, basicamente, a sensação de falta de ar ou a dificuldade de respirar, que podem ser descritas, detalhadamente, como: 

  • Respiração irregular, sem ritmo 
  • Respiração dificultosa
  • Respiração acelerada
  • Respiração superficial
  • Há maior esforço para expandir e relaxar o tórax, no movimento da respiração. Isso pode resultar em dor torácica.
  • Aperto no peito
  • Náuseas
  • Tosse

Os sintomas da dispneia variam conforme o seu tipo

  • Apneia: a pessoa pára de respirar temporariamente, de modo involuntário, e pode ocorrer durante o sono
  • Ortopneia: há dificuldade de respirar, quando na posição deitada, o que pode ser um sintoma de insuficiência cardíaca. Veja outros sintomas de insuficiência cardíaca, que você não deve ignorar
  • Platipneia: distúrbio respiratório raro, que é o oposto da ortopneia, pois a pessoa sente dificuldade para respirar quando está em pé ou sentada, melhorando quando se deita. 
  • Dispneia suspirosa: há a necessidade de se fazer uma respiração bem profunda, como um suspiro, no meio da respiração normal. Este sintoma está mais associado a causas emocionais, como excesso de estresse ou de ansiedade. 
  • Dispneia paroxística noturna: é quando a pessoa acorda num sobressalto no meio da noite, com a sensação de sufocamento. 

Alguns sintomas são considerados sinais de alerta, para você procurar ajuda médica e investigar a causa do problema: 

  • Você sente falta de ar em repouso.
  • Sente que seu nível de consciência fica reduzido.
  • Tem uma sensação maior de agitação ou confusão mental.
  • Sente um desconforto torácico.
  • O seu coração fica acelerado ou com palpitação.
  • Teve perda de peso sem fazer dieta ou exercícios físicos.
  • Tem suor noturno.

Diagnóstico da dispneia

Diagnóstico de dispneia
O paciente pode passar por alguns exames para o diagnóstico correto

Primeiramente, o médico ou médica fará perguntas sobre as características da sua dispneia: quando começou, se foi de repente ou gradual, quanto tempo ela dura e se é agravada por algum fator, por exemplo, ao se deitar. 

Você também precisará responder questões sobre seu histórico médico, a respeito de doenças cardiovasculares, problemas pulmonares, histórico de tabagismo, pressão alta, colesterol alto, entre outras.

Depois disso, o médico ou médica faz um exame físico do coração e dos pulmões, usando um estetoscópio, para verificar se há alguma irregularidade nos batimentos cardíacos e na respiração. 

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A partir daí, podem ser solicitados alguns exames, como: 

  • Oximetria 
  • Raio-X do tórax
  • Teste de função pulmonar
  • Cintilografia de perfusão
  • Ecocardiograma
  • Teste ergométrico
  • Exames de sangue

Tratamentos da dispneia

O tratamento da dispneia é direcionado à sua causa, então varia de caso para caso. 

Quando a pessoa está com dispneia por causa de saturação baixa, ela recebe suplementação de oxigênio por cânulas nasais ou máscaras faciais, que é a oxigenoterapia. Em casos graves, a dispneia pode ser tratada com o auxílio de um ventilador mecânico, conectado por um tubo que passa pela traqueia ou por uma máscara. 

O tratamento das doenças de base deve ser orientado por pneumologistas, cardiologistas ou clínico geral, de acordo com a causa da dispneia. 

Pessoas que têm dispneia causada por sobrepeso são orientadas a fazerem exercícios físicos com acompanhamento de um professor ou professora de educação física, para perderem o excesso de peso e fortalecerem os músculos envolvidos na respiração. 

Quem convive com doenças pulmonares crônicas, como asma e bronquite, precisa fazer fisioterapia respiratória, para melhorar a sua capacidade pulmonar.

Em casos de doenças pulmonares obstrutivas crônicas, os médicos prescrevem medicamentos broncodilatadores e corticoides, que dilatam as vias respiratórias e diminuem os processos inflamatórios nas estruturas envolvidas na respiração. 

Fontes e referências adicionais

Você já teve um quadro de dispneia? Qual foi o motivo da sua sensação de falta de ar ou dificuldade respiratória? Como você tratou? Comente abaixo!

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Sobre Dra. Akemi Martins

Dra. Akemi Martins Higa é bióloga, formada pela Universidade Federal de São Carlos em 2011. Doutora na área de Medicina Tropical e Saúde Internacional, com ênfase em doenças neurodegenerativas, pela Universidade de São Paulo. Tem experiência na área de nanotecnologia e imunologia aplicada ao diagnóstico de neuromielite óptica e esclerose múltipla. Para mais informações, entre em contato.

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