Dermatite atópica: o que é, sintomas e tratamentos

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A dermatite atópica, ou eczema atópico, é uma condição inflamatória crônica que afeta as camadas mais superficiais da pele. Este problema de saúde provoca uma forte coceira na pele e atinge, principalmente, pessoas que têm febre do feno, um tipo de rinite alérgica, asma e bronquite.

Essa inflamação pode afetar pessoas de todas as idades, desde bebês até adultos. Nos bebês, a dermatite geralmente se manifesta no rosto, no couro cabeludo, nas pernas, nos braços, nas mãos ou nos pés, com manchas vermelhas, em forma de placas que coçam e liberam um líquido. 

Em crianças mais velhas e nos adultos, as manchas e as crostas costumam aparecer nas mãos, nos pés, na parte da frente dos cotovelos e na parte de trás dos joelhos, ou seja, nas dobras do corpo. 

A aparência das lesões na pele e o histórico médico e familiar das pessoas afetadas ajudam bastante no diagnóstico da dermatite atópica. 

A partir do diagnóstico, o médico ou médica dermatologista planeja o tratamento, que geralmente consiste na aplicação de pomadas com corticosteroides e outros tratamentos, como a fototerapia e administração de imunomoduladores ou imunossupressores.

Veja mais detalhes sobre o que é dermatite atópica, os principais sintomas, as possíveis complicações e como são feitos o diagnóstico, a prevenção e o tratamento da doença.

Dermatite atópica: o que é?

Dermatite
A dermatite atópica costuma atingir adultos, em regiões isoladas como as mãos

A dermatite atópica é uma doença de pele bastante comum, com alta incidência em populações de áreas urbanas e de países desenvolvidos. Veja quais são os outros tipos de dermatite e como tratar

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Geralmente, as pessoas começam a apresentar os sinais da doença antes dos 5 anos de idade. Algumas manifestam os sinais da dermatite antes mesmo do primeiro ano de vida. Quando o problema começa ainda na infância, ele tende a desaparecer ou ficar mais brando na fase adulta. 

A dermatite atópica também pode se desenvolver apenas na fase adulta e até em pessoas mais velhas.

Este problema de pele tem forte influência genética, que predispõe a pessoa a ter uma inflamação na pele. Assim, a dermatite atópica é uma doença que pode afetar várias pessoas da mesma família, cujos membros geralmente têm algum outro problema inflamatório, como a febre do feno (rinite alérgica), asma e bronquite

O contrário também pode ocorrer, que é o aumento da probabilidade de uma pessoa desenvolver febre do feno e asma, porque apresenta dermatite atópica. Este efeito é chamado de tríade atópica.

Sintomas da dermatite atópica

Os sintomas da dermatite atópica variam conforme a fase da doença. 

Na fase inicial, que é também a fase aguda da doença, os sintomas são: 

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  • Manchas avermelhadas na pele. 
  • Manchas exsudativas (que liberam um líquido).
  • Placas crostosas na pele.
  • Bolhas. 
  • Coceira intensa, que piora com a transpiração. 

Na fase tardia, ou crônica, as manchas são mais ressecadas, espessas e descamativas, mas também coçam. 

O ato de coçar piora ainda mais a sensação de coceira incontrolável, que resulta na liquenificação da pele, ou seja, em seu espessamento. A pele espessa apresenta vários sulcos e fendas que se assemelham a rugas profundas. 

Nos bebês, as manchas vermelhas costumam afetar grandes áreas do corpo, começando no rosto e se estendendo para o couro cabeludo, pescoço, braços e pernas. 

Em crianças mais velhas e nos adultos, as manchas se manifestam em áreas mais isoladas, afetando apenas a parte da frente do pescoço, dos cotovelos ou a parte de trás dos joelhos. 

Não importa a fase da doença, a coceira está sempre presente e pode ser desencadeada por gatilhos externos, como: 

  • Baixa umidade do ar.
  • Estresse.
  • Substâncias irritantes: poeira, conservantes e produtos de limpeza. 
  • Agentes irritantes: ácaros, pólen, mofo, fungos e bactérias. 
  • Lavagem da pele em excesso.
  • Uso de sabão abrasivo.
  • Presença de bactérias na pele, principalmente Staphylococcus aureus
  • Sudorese.
  • Tecidos como a lã e fibras ásperas. 
  • Roupas apertadas.

É importante mencionar que a dermatite atópica não é contagiosa. 

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Complicações da dermatite atópica

O ato de coçar a pele danifica essa barreira natural, o que aumenta as chances de ocorrer a entrada de bactérias em camadas mais profundas da pele, e pode desencadear um processo infeccioso e inflamatório mais grave. 

As unhas das crianças devem ser mantidas sempre curtas, para prevenir lesões que possam permitir a entrada de bactérias

Se uma pessoa com dermatite atópica for infectada pelo vírus do herpes simples, ela pode desenvolver um quadro grave de eczema herpético, caracterizado pela formação de bolhas dolorosas e febre alta, bem diferente do quadro clínico mais leve que se desenvolve em pessoas infectadas pelo vírus, porém sem dermatite. 

Ser portador ou portadora de dermatite atópica também deixa a pessoa mais vulnerável a dermatites de contato, que são alergias causadas pelo contato com alguma substância alérgena, como o níquel. 

Diagnóstico da dermatite atópica

O diagnóstico da dermatite atópica é feito com base nas características das manchas na pele e leva em consideração o histórico médico e familiar da pessoa. 

Assim, se a pessoa já tiver uma doença inflamatória, como a asma e a febre do feno, ou tiver familiares com essas doenças, é bem provável que as manchas em sua pele sejam da dermatite. 

Prognóstico da dermatite atópica

A dermatite atópica é uma doença de pele crônica, que normalmente tem início precoce. Os sintomas costumam melhorar a partir dos 5 anos de idade, mas com surtos inflamatórios que podem se manifestar ao longo de todas as fases da vida de uma pessoa. 

Quanto mais fatores agravantes a pessoa tiver, maiores as chances de sua doença permanecer por vários anos. Esses fatores são: 

  • Ter tido a primeira manifestação de dermatite atópica antes dos 5 anos de idade. 
  • Ter um caso grave de dermatite atópica. 
  • Ter histórico médico ou familiar de asma e febre do feno. 

Prevenção da dermatite atópica

Para prevenir os surtos inflamatórios de dermatite atópica, é preciso ter alguns cuidados, como:

  • Evitar tomar mais de um banho por dia ou lavar excessivamente as lesões. 
  • Reduzir o uso de sabão e outros produtos na pele. 
  • Usar água morna, ao invés de quente, para tomar banho. 
  • Aplicar um creme hidratante à base de ureia, sem cor e sem cheiro, indicado pelo médico ou médica dermatologista. Essa aplicação deve ser feita após o banho, com a pele úmida. 
  • Não esfregar a pele para secá-la, mas dar leves batidinhas com a toalha. 
  • Evitar os gatilhos que podem desencadear o problema: suor, estresse, alimentos alérgenos e cosméticos com muitas substâncias químicas. 

Tratamentos da dermatite atópica

Tratamento para dermatite
Alguns tratamentos com pomadas podem ajudar a aliviar os sintomas e a aparência

Não existe um tratamento que cure a dermatite atópica, mas existem várias abordagens terapêuticas que aliviam os sintomas e ajudam a controlar a doença. 

A coceira, principal sintoma, pode ser remediada com medicamentos de uso tópico e oral, geralmente anti-histamínicos e corticosteroides, como a dexclorfeniramina e dexametasona.

Além dos medicamentos, o tratamento também pode ser feito com radiação ultravioleta B (fototerapia). Se não for possível fazer esse tipo de tratamento, a pessoa com dermatite pode se expor diariamente à radiação solar. Veja por quanto tempo e qual o melhor horário para tomar sol

Quando essas medidas não resolvem o quadro de dermatite atópica, o médico ou médica pode prescrever medicamentos mais fortes, como os imunossupressores, que diminuem a ação do sistema imunológico na reação inflamatória.

Caso haja alguma infecção bacteriana associada às lesões de dermatite atópica, o tratamento precisa incluir o uso de antibióticos. 

Casos de eczema herpético são tratados com aciclovir ou valaciclovir por via oral ou infusão. 

Fontes e referências adicionais

Você ou alguém da sua família tem dermatite atópica? Com que idade os sintomas de dermatite atópica começaram a aparecer na pele? Você ou seu familiar faz algum tratamento? Comente abaixo!

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Sobre Dra. Akemi Martins

Dra. Akemi Martins Higa é bióloga, formada pela Universidade Federal de São Carlos em 2011. Doutora na área de Medicina Tropical e Saúde Internacional, com ênfase em doenças neurodegenerativas, pela Universidade de São Paulo. Tem experiência na área de nanotecnologia e imunologia aplicada ao diagnóstico de neuromielite óptica e esclerose múltipla. Para mais informações, entre em contato.

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