Codeína: para que serve, riscos e efeitos colaterais

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A codeína é um opioide usado para tratamento de dor após uma cirurgia ou uma lesão grave. Ela também pode ser indicada em casos de dores intensas que não são aliviadas apenas com analgésicos comuns. Geralmente, não é indicada para tratamento de dores crônicas, já que pode causar dependência a longo prazo.

Ela pode ser encontrada em três diferentes formas: comprimido, injetável ou solução líquida oral. Ainda, a codeína pode ser combinada com outros medicamentos para aliviar a tosse, já que também tem propriedade antitússica. 

Entretanto, medicamentos contendo codeína só devem ser vendidos com receita médica. A codeína pode causar dependência, portanto, siga as recomendações exatas do seu médico sobre a dosagem e tempo de tratamento com o medicamento.

Para que serve a codeína?

Tosse
Você pode receber a indicação de codeína pelo médico após queixar-se de tosse

A codeína é indicada para aliviar dores moderadas ou intensas. Ela altera a transmissão de dor pelo sistema nervoso, fazendo com que o sinal de dor seja “silenciado” a curto prazo.

Uma combinação entre a codeína e outros medicamentos, incluindo o paracetamol e aspirina, também pode servir para aliviar a tosse, servindo como um antitussígeno. Nesse caso, ela age na resposta do sistema nervoso ao impulso da tosse.

Como usar?

O comprimido de codeína deve ser ingerido com água, após uma refeição, a cada 4 ou 6 horas, conforme a prescrição médica. É indicado tomar esse medicamento próximo a refeições para evitar que irrite o estômago e provoque efeitos colaterais, como enjoo.

Já a forma líquida, você deve agitá-la bem antes de tomar. Em seguida, deve usar um copo dosador que, geralmente, vem com o frasco do remédio adquirido. A dosagem deve ser feita de acordo com a orientação do seu médico.

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Por último, a codeína da forma injetável deve ser usada apenas em ambientes hospitalares e aplicada por profissionais de saúde capacitados para administrar as doses injetáveis.

Em todas as formas de administração, após tomar a codeína por um longo período, a dosagem deve ser diminuída gradualmente antes de ser totalmente retirada, para não haver sintomas de abstinência. 

Efeitos colaterais

Quanto maior a dosagem de codeína, maior a chance do paciente apresentar efeitos colaterais. Os efeitos colaterais mais comuns incluem:

  • Sonolência.
  • Prisão de ventre.
  • Cólica estomacal.
  • Enjoo.
  • Dificuldade em urinar.
  • Confusão mental.
  • Dificuldade para se concentrar.
  • Tontura.
  • Dor de cabeça.
  • Irritabilidade.

Como pode provocar sonolência, confusão mental e tontura, a pessoa deve evitar atividades como dirigir, andar de bicicleta ou manusear máquinas de alto risco no trabalho. 

Normalmente, os efeitos colaterais são mais frequentes nas primeiras doses e diminuem conforme a adaptação do corpo à droga. Em contrapartida, os efeitos podem se intensificar caso seja necessário aumentar a dose. 

Fique atento se você apresentar efeitos colaterais graves relacionados a reação alérgica ao medicamento, como urticária, coceira, dificuldade em respirar, sensação de desmaio, palpitação cardíaca e inchaço na face. Se sentir algum desses sintomas, procure imediatamente um atendimento médico!

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Contraindicações

A administração da codeína deve ser prescrita com cautela em casos de:

  • Gravidez e amamentação.
  • Reação alérgica a codeína ou qualquer outro opioide.
  • Colite ulcerativa.
  • Problemas respiratórios, como asma ou doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC).
  • Miastenia gravis, doença crônica que provoca fraqueza muscular repentina.
  • Traumatismo craniano.
  • Hipotensão (pressão baixa).
  • Problemas nas glândulas adrenais ou tireoide.
  • Alcoolismo.
  • Hiperplasia benigna da próstata, o aumento da glândula prostática.
  • Cálculo biliar (colelitíase).
  • Doenças hepáticas ou renais.

É contraindicado o uso da codeína por pessoas menores de 18 anos que possuem apneia obstrutiva do sono, visto que o uso de opioides aumenta o risco do aparecimento de problemas respiratórios.

Ainda, não é aconselhado tomar esse remédio durante a amamentação, pois uma pequena quantidade do fármaco vai para o leite materno e pode ser ingerido pelo bebê, o qual pode apresentar efeitos colaterais, incluindo sonolência excessiva, hiperatividade, náuseas e problemas respiratórios. 

Não beba álcool ou use outra droga recreativa enquanto estiver tomando esse medicamento. Isso pode aumentar a chance de efeitos colaterais graves e oferecer risco de vida. 

Enfim, informe o seu médico constantemente sobre os efeitos colaterais que você está sentindo durante o tratamento.

Interações medicamentosas

Codeína
É preciso tomar cuidado com os medicamentos que podem interagir com a codeína

Informe o seu médico se você estiver tomando outros medicamentos, como:

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  • Sedativos e tranquilizantes.
  • Antibióticos e antifúngicos.
  • Relaxantes musculares.
  • Fenitoína ou outro antiepiléptico.
  • Benzodiazepínicos ou outro psicotrópico (diazepam, alprazolam, lorazepam, etc.).
  • Vitaminas e suplementos.
  • Diuréticos.

Ainda que você esteja tomando outro medicamento que não foi mencionado na lista acima, informe ao seu médico sobre o uso. Muitos medicamentos podem apresentar interação com esse fármaco, por isso, consulte um especialista antes de combinar qualquer remédio com a codeína, incluindo produtos à base de plantas (fitoterápicos).

O que fazer em casos de superdosagem ou overdose?

Em casos de superdosagem de codeína, ou em casos de acidentes com crianças e animais que consumiram a codeína e correm risco de overdose, há a possibilidade de usar um medicamento antagonista, ou seja, que bloqueia os efeitos opioides. Geralmente, o naloxona é o indicado para reverter os efeitos colaterais graves causados por altas dosagens de codeína. 

Nesse sentido, você também pode conversar com um profissional sobre a necessidade de ter a naloxona em casa como prevenção desse risco. O seu médico é responsável por verificar se há necessidade de ter esse medicamento e orientá-lo sobre como deve ser usado quando for necessário.

Os sintomas de superdosagem incluem:

  • Respiração lenta.
  • Batimento cardíaco lento.
  • Sonolência excessiva.
  • Desmaio ou tontura.
  • Fraqueza muscular.
  • Palidez.
  • Incapacidade de falar.
  • Pele fria e úmida.

Normalmente, em casos de superdosagem, a naloxona é aplicada em casa e, em seguida, a pessoa deve ser encaminhada a um atendimento médico de urgência para que outros procedimentos sejam realizados para evitar uma overdose.

Fontes e referências adicionais

Você já usou a codeína alguma vez? Já reparou que ela pode ser usada como um dos ingredientes de medicamentos para tratar dor e tosse? Comente abaixo!

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Sobre Dr. Lucio Pacheco

Dr. Lucio Pacheco é Cirurgião do aparelho digestivo, Cirurgião geral - CRM 597798 RJ/ CBCD. Formou-se em Medicina pela UFRJ em 1994. Em 1996 fez um curso de aperfeiçoamento em transplantes no Hospital Paul Brousse, da Universidade de Paris-Sud, um dos mais especializados na Europa. Concluiu o mestrado em Medicina (Cirurgia Geral) em 2000 e o Doutorado em Medicina (Clinica Médica) pela UFRJ em 2010. Dr. Lucio Pacheco é autor de diversos livros e artigos sobre transplante de fígado. Atualmente é médico-cirurgião, chefe da equipe de transplante hepático do Hospital Copa Star, Hospital Quinta D'Or e do Hospital Copa D'Or. Além disso é diretor médico do Instituto de Transplantes. Suas áreas de atuação principais são: cirurgia geral, oncologia cirúrgica, hepatologia, e transplante de fígado. Para mais informações, entre em contato.

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