Uso de maconha pode aumentar o risco de doenças cardíacas, mostra estudo

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Embora a maconha não seja legalizada no Brasil, uma pesquisa de 2015, que entrevistou 17 mil pessoas de 12 a 65 anos em todo o país, apontou a erva como a substância ilícita mais consumida no Brasil e indicou que 7,7% dos brasileiros de 12 a 65 anos já a utilizaram ao menos uma vez na vida.

O levantamento foi coordenado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e contou com a parceria de várias outras instituições, como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Instituto Nacional de Câncer (Inca) e a Universidade de Princeton, nos Estados Unidos.

Além da discussão sobre a sua liberação, outro tema que de vez em quando é debatido é o uso medicinal da erva.

Ao mesmo tempo, um estudo observacional de duas partes, apresentado em um encontro anual do Colégio Americano de Cardiologia, identificou na sua primeira parte que as pessoas que usaram maconha diariamente eram cerca de 34% mais propensas a ter doença arterial coronariana do que as pessoas que nunca usaram a droga.

No entanto, a utilização não frequente da maconha não foi relacionada a chances mais altas de desenvolver a doença.

Na segunda parte do estudo, os pesquisadores usaram um método genético chamado randomização mendeliana para identificar uma relação de causa entre o distúrbio por uso de cannabis e o risco de ter doença arterial coronariana.

Eles identificaram que as pessoas que tinham uma susceptibilidade genética ao distúrbio por uso de cannabis ou uma dependência severa da droga apresentaram um risco maior de desenvolver doença arterial coronariana, em comparação aos outros participantes.

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O distúrbio por uso de cannabis ou maconha é definido pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos como “não conseguir parar de usar a maconha, mesmo que ela esteja causando problemas de saúde e sociais na vida”.

Já segundo o Colégio Americano de Cardiologia, o distúrbio por uso de cannabis é um transtorno psiquiátrico reconhecido, que envolve o uso frequente e a dependência da maconha.

Para chegar a esses resultados, o autor principal do estudo e médico residente Ishan Paranjpe e seus colegas usaram dados do programa de pesquisa “All of US” dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos, que incluiu dados de saúde e hábitos de 175 mil pessoas, além de pesquisas sobre o uso de cannabis e registros médicos.

Segundo Paranjpe, em termos de mensagem para a saúde pública, o estudo sugere que provavelmente existem certos problemas associados ao uso de cannabis que antes não eram reconhecidos. Ele defende que as pessoas deveriam levar isso em consideração.

A maconha e a saúde cardiovascular

Baseado
Embora não seja legalizada, a maconha é utilizada no Brasil

Conforme o doutor em farmácia e professor da Escola de Medicina Farmacêutica da Universidade de Colorado, Robert Page, o uso da maconha pode impactar a saúde cardiovascular de uma pessoa porque os canabinoides, substâncias presentes na erva, podem provocar um aumento no ritmo cardíaco e afetar o sistema nervoso simpático.

Ele explicou que quando há esse aumento no ritmo cardíaco, o coração precisa de mais oxigênio para bombear de modo mais eficiente. 

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Page também apontou que a ativação excessiva do sistema nervoso simpático pode resultar em um estresse prolongado e no aumento da carga de trabalho e do ritmo cardíaco.

Em longo prazo, isso pode ter um papel no desenvolvimento de doenças pulmonares obstrutivas crônicas, como enfisema e bronquite crônica, e de outros problemas no coração, como infarto do miocárdio ou ataque cardíaco, acrescentou o doutor em farmácia.

Ao estimular o sistema nervoso simpático, há uma ativação de todos os mecanismos compensatórios que em longo prazo podem levar à doença cardiovascular, resumiu o professor da Escola de Medicina Farmacêutica da Universidade de Colorado.

Além disso, o uso da maconha pode aumentar o risco de doença no coração por ativar certas proteínas que podem resultar em morte celular, em uma diminuição na função de bombear do coração e na ativação da resposta inflamatória sistêmica, o que pode desencadear uma disfunção nos vasos sanguíneos, afirmou a diretora de serviços cardíacos hospitalares do Northwell Health, Rachel-Maria Brown Talaska. As informações são do Health.

Fontes e referências adicionais

Você ou alguém que você conhece usa maconha? Já teve problemas de saúde por conta disso? Comente abaixo!

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