O que é polidipsia, tipos, causas e tratamentos

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A polidipsia é uma condição em que a pessoa sente muita sede e, por isso, ingere um volume excessivo de água e de outros líquidos. Apesar da quantidade de líquido ingerida, a sensação de sede não passa.  

Normalmente, a polidipsia não ocorre de maneira isolada, mas é acompanhada por outros sintomas, como o aumento da quantidade de vezes que a pessoa tem que ir ao banheiro para urinar, sensação de boca seca e tontura. 

A polidipsia não é uma doença, mas um sintoma que pode fazer parte do conjunto de sinais e sintomas de uma doença, como o diabetes ou algum transtorno psicológico.  

Para descobrir a causa deste sintoma, o médico ou médica responsável pelo caso solicita exames de sangue e de urina, para verificar como estão os níveis de glicose, sódio e de outras substâncias importantes nesses fluidos. 

De acordo com a causa, o médico ou a médica determina um plano de tratamento, que pode envolver o uso de medicamentos para diabetes ou para outros distúrbios. 

Veja mais detalhes sobre o que é polidipsia, os sintomas associados a essa condição, as possíveis causas, os tipos, os tratamentos disponíveis e as possíveis consequências deste problema. 

Polidipsia: o que é?

Sede
Uma pessoa com polidipsia está constantemente com sede

A polidipsia é um sintoma ou um comportamento em que a pessoa bebe água e outros líquidos em excesso, por sentir muita sede.

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A sede normal é um mecanismo de defesa do corpo a estímulos produzidos dentro do próprio organismo. Esses estímulos são captados por receptores existentes no hipotálamo (localizado no cérebro), que promovem a sensação de sede e levam a pessoa a buscar água o mais rápido possível.

É normal sentirmos mais sede em dias muito quentes, quando perdemos mais água através do suor, ou quando comemos uma refeição mais salgada. Essa sede é normal e importante para fazer o organismo retornar ao equilíbrio.  

A sede normal passa, assim que você bebe água. Mas a sede da polidipsia não passa, mesmo que a pessoa beba muita água. A sensação de sede é constante e ela pode urinar até 16 litros por dia, sendo que o volume normal fica entre 1 e 3 litros. 

Sintomas associados à polidipsia

A polidipsia, por si só, é um sintoma, que se refere à sensação de estar continuamente com sede. Mas a polidipsia raramente ocorre de forma isolada, geralmente está associada a outros sintomas, como: 

  • Aumento da frequência urinária, que é a quantidade de vezes que uma pessoa sente necessidade de urinar. 
  • Fome frequente
  • Boca seca
  • Dor de cabeça
  • Tontura
  • Náuseas
  • Diminuição dos reflexos
  • Fraqueza nos músculos usados para a fala, tornando-a arrastada e lenta.
  • Confusão mental
  • Letargia
  • Câimbras

Esses sintomas são resultantes do aumento da frequência urinária, pois, como a pessoa bebe mais água, ela elimina mais líquido na forma de urina. Porém, juntamente com a água, a pessoa elimina sódio, o que pode aumentar a ocorrência de espasmos musculares (câimbras) e dos outros sintomas listados.

Possíveis causas de polidipsia 

A polidipsia pode fazer parte do conjunto de sintomas de várias doenças: 

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  • Diabetes mellitus: síndrome metabólica causada pela falta de insulina ou pela sua incapacidade de exercer sua função com eficácia, que é a de controlar a quantidade de glicose no sangue, acarretando em altos níveis de glicemia. Existe a diabetes do tipo 1 e 2, e a polidipsia pode estar presente nas duas condições, entenda as diferenças entre os diferentes tipos de diabetes.  
  • Alterações na hipófise: que levam à produção diminuída do hormônio antidiurético.
  • Problemas renais hereditários ou adquiridos: que levam a uma menor ação do hormônio antidiurético.
  • Problemas de saúde mental: esquizofrenia, depressão, transtorno de ansiedade e transtorno obsessivo compulsivo (TOC). 

Portadores de diabetes mellitus têm o problema de urinar com mais frequência, devido aos níveis elevados de açúcar no sangue. A maior frequência urinária leva a desidratação que, por sua vez, aumenta a sensação de sede. 

Além das doenças mencionadas, a polidipsia também pode ocorrer durante e após episódios graves de diarreia e vômito, devido à grande perda de líquidos. 

Além disso, alguns medicamentos podem ter a polidipsia como uma possível reação adversa, é o caso da tioridazina, clorpromazina e os antidepressivos. 

Tipos de polidipsia

A polidipsia recebe diferentes classificações, de acordo com a causa do sintoma, podendo ser:

  • Polidipsia primária ou psicogênica: esse tipo de polidipsia tem origem em um problema psicológico, por isso o termo psicogênico, que pode ser um transtorno de ansiedade, transtorno obsessivo compulsivo, depressão ou esquizofrenia
  • Polidipsia induzida por medicamentos: existem certos medicamentos que podem causar sede excessiva em uma pessoa, pelo fato dela urinar com mais frequência (no caso dos diuréticos) ou por uma reação adversa, como pode ocorrer com corticoides, vitamina K e alguns antipsicóticos. 
  • Polidipsia compensatória: este tipo de polidipsia é uma compensação do organismo frente a uma perda excessiva de líquidos, que pode ocorrer pela queda dos níveis do hormônio antidiurético, cuja função é concentrar a urina e fazer os rins absorverem água. Em uma situação de baixa desse hormônio, a urina fica muito diluída, fazendo com que a pessoa sinta mais sede para repor a água perdida. 

Tratamentos de polidipsia

O tratamento, na verdade, não é direcionado à polidipsia como sintoma, mas à sua causa. Por exemplo, se a polidipsia for causada por um quadro clínico de diabetes, então o tratamento será realizado com medicamentos para controlar os níveis de açúcar no sangue, como a metformina e as injeções de insulina. Veja quais são os remédios mais usados para diabetes.

O tratamento medicamentoso precisa ser acompanhado de ajustes no estilo de vida e dos hábitos alimentares. No caso da diabetes, é preciso que a pessoa mantenha uma dieta pobre em açúcares refinados e tenha o hábito de praticar exercícios físicos regularmente. Essas mudanças no dia a dia são muito importantes para o controle dos níveis de açúcar no sangue. Confira algumas dicas de dieta para diabetes.

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Os casos de polidipsia psicogênica são tratados com medicamentos específicos para o transtorno psicológico que a pessoa possui. Assim, o tratamento pode ser feito com antidepressivos, ansiolíticos e antipsicóticos. Nos casos em que a pessoa bebe água por compulsão, é preciso haver o acompanhamento de um/uma psicóloga.

Consequências da polidipsia

Dor de cabeça
É comum que a polidipsia leve à perda de sódio, que consequentemente provoca dor de cabeça

A polidipsia pode levar a um quadro de hiponatremia, que é a perda de sódio pela urina. O sódio é um mineral muito importante para o bom funcionamento do nosso organismo, pois participa de diversos processos, como a transmissão dos impulsos nervosos entre os neurônios, a contração muscular e a regulação da pressão arterial. 

A falta de sódio no organismo pode causar vários desconfortos, sendo os principais:

  • Dor de cabeça
  • Tontura
  • Sonolência
  • Convulsão e coma, em situações muito graves. 

O natural e saudável é que uma pessoa beba em torno de 30 a 50 mL de água para cada quilograma corporal. Então, para uma pessoa de 60 kg, o esperado é que ela beba de 1,8 litros a 3,0 litros por dia, dependendo da temperatura externa e do seu nível de atividade física. 

Se essa pessoa de 60 kg beber mais de 60 mL para cada quilograma corporal, por exemplo 4 litros, ela poderá eliminar muito sódio na urina e desenvolver os sintomas de hiponatremia. 

Da mesma forma que beber água abaixo da quantidade ideal é prejudicial para o seu organismo, sobretudo para os rins, o excesso de água também deve ser evitado. 

Fontes e referências adicionais

Você já sentiu ou tem sentido sede em excesso? Você acha que pode ter diabetes ou alguma outra doença relacionada? Comente abaixo!

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Sobre Dra. Akemi Martins

Dra. Akemi Martins Higa é bióloga, formada pela Universidade Federal de São Carlos em 2011. Doutora na área de Medicina Tropical e Saúde Internacional, com ênfase em doenças neurodegenerativas, pela Universidade de São Paulo. Tem experiência na área de nanotecnologia e imunologia aplicada ao diagnóstico de neuromielite óptica e esclerose múltipla. Para mais informações, entre em contato.

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