Hipoglicemia na gravidez: por que é perigosa, causas, sintomas e o que fazer

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A hipoglicemia na gravidez é um distúrbio caracterizado por baixos níveis de açúcar no sangue em jejum durante a gestação, o que geralmente é resultado de uma diabetes ou diabetes gestacional. 

Veja por que a hipoglicemia na gravidez pode ser perigosa, as principais causas do problema, os sintomas, e o que fazer para evitar e prevenir os episódios de baixa de açúcar no sangue.

Por que a hipoglicemia na gravidez pode ser perigosa?

Muita gente se preocupa com a hiperglicemia, que é quando os níveis de açúcar no sangue estão elevados, acima de 126mg/dL em jejum. De fato, este é um problema bastante prejudicial para a mãe e para o bebê, podendo aumentar os riscos de aborto e afetar o desenvolvimento da criança.

Mas a hipoglicemia também oferece alguns riscos, visto que a glicose (açúcar) é a principal fonte de energia do nosso corpo. Se seus níveis estiverem baixos, todas as funções que demandam energia são afetadas, e o desenvolvimento e crescimento do bebê são processos que precisam de bastante energia disponível. 

A hipoglicemia na gravidez pode, então, causar alguns problemas ao bebê, como: 

  • Lesões cerebrais que são irreversíveis, por falta de fornecimento adequado de oxigênio para o cérebro do feto. 
  • Dificuldade de desenvolvimento e aprendizagem durante a infância. 

Felizmente, essas complicações só se desenvolvem se a gestante, ao notar os sinais e sintomas de hipoglicemia, não fizer um tratamento ou mudanças de hábitos para reverter e prevenir a situação. 

Com o acompanhamento do médico ou médica ginecologista-obstetra, é raro que essas complicações ocorram, pois o nível de glicemia é um fator acompanhado de perto durante a gestação. 

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Ao suspeitar que está tendo episódios de hipoglicemia, o médico ou a médica geralmente solicita exames de sangue que avaliam os níveis glicêmicos em jejum ou após uma refeição. 

Se os níveis de glicose no sangue estiverem abaixo de 70 mg/dL em jejum, já é considerado um quadro clínico de hipoglicemia

Se houver a suspeita de que a hipoglicemia pode ter causado algum dano ao bebê, o médico ou médica faz um exame de ultrassom, para verificar se está tudo bem. 

Glicemia
É importante aferir a glicemia durante a gravidez com frequência

Causas da hipoglicemia na gravidez

A hipoglicemia na gravidez pode se desenvolver por vários fatores, mas o principal é a diabetes ou a diabetes gestacional. Diferentemente da diabetes prévia à gestação, a diabetes gestacional começa durante a gestação e tende a desaparecer após o nascimento do bebê. 

Maus hábitos alimentares durante a gestação também podem influenciar no desencadeamento de hipoglicemia na gravidez. 

A gestação é um período em que há grande demanda energética para suprir as necessidades da mãe e do feto em desenvolvimento. Por isso, as gestantes são mais suscetíveis a sofrerem queda nos níveis de glicose entre as refeições e durante o sono.

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Logo, é fundamental que a alimentação seja bastante nutritiva, balanceada e com a quantidade de calorias necessárias. Também é importante ter sempre um lanche na bolsa e perto da cama, para corrigir rapidamente um episódio de hipoglicemia na gravidez.

Também ocorre que o controle dos níveis de glicose no sangue é mais complicado durante a gravidez, devido às mudanças hormonais

Este hormônio produzido no pâncreas regula os níveis de glicose no sangue e sua demanda aumenta na gestação, pois os hormônios progesterona, estrogênio e somatomamotropina coriônica diminuem o poder de ação da insulina, para que mais glicose fique disponível no sangue para suprir a demanda do feto, que aumenta a partir do segundo trimestre de gravidez.   

Por causa disso, os níveis de glicose no sangue aumentam (hiperglicemia), podendo desencadear a diabetes gestacional. Para evitar esse problema, o pâncreas da mãe passa a produzir cerca de 50% de insulina a mais. Entretanto, nem sempre esse mecanismo é suficiente para impedir a hiperglicemia, que tende a ser alternada com quadros de hipoglicemia. 

Fatores de risco para diabetes gestacional

Mesmo com o mecanismo que o corpo da gestante possui para prevenir a diabetes gestacional e os consequentes quadros clínicos de hiper e hipoglicemia na gravidez, algumas mulheres são mais suscetíveis ao problema, por possuírem algum ou alguns fatores de risco: 

  • Histórico familiar de diabetes mellitus.
  • Ter tido uma alteração nos níveis de glicose em algum momento da gravidez. 
  • Estar com sobrepeso antes ou durante a gestação. 
  • Ter mais do que 25 anos de idade.
  • Ter tido uma gestação anterior em que o bebê nasceu com mais de 4 kg. 
  • Ter tido um aborto espontâneo sem causa definida. 
  • Ter tido um filho ou filha com malformação. 
  • Ter hipertensão arterial ou pré-eclâmpsia.
  • Ter síndrome dos ovários policísticos.
  • Usar corticoides continuamente. 

Sintomas da hipoglicemia na gravidez

Grávida com hipoglicemia
A falta de energia, a fraqueza e a tontura são sintomas comuns da hipoglicemia na gravidez

Os sintomas mais comuns da hipoglicemia na gravidez são: 

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  • Falta de energia para o desempenho das tarefas comuns do dia a dia. 
  • Execução mais lenta dos movimentos. 
  • Tontura e desmaio. 
  • Fraqueza.
  • Enjoo.
  • Pele pálida.
  • Dor de cabeça.
  • Confusão mental.
  • Ansiedade e mau humor.
  • Palpitação. 
  • Tremor.
  • Dormência.
  • Visão dupla ou embaçada.
  • Suor frio.
  • Raciocínio lento.
  • Tempo de reação lento.

Em casos muito graves de hipoglicemia na gravidez, a gestante pode sofrer convulsões e até entrar em coma. 

O que fazer em caso de hipoglicemia na gravidez

Ao notar os sinais e sintomas de hipoglicemia na gravidez, é recomendado que a gestante consuma uma fonte de carboidrato de rápida absorção pelo organismo, que eleve rapidamente os níveis de glicose no sangue, como um copo de suco de laranja. 

Além disso, para evitar os quadros de hipoglicemia na gravidez, é indicado que a gestante faça pequenas refeições a cada 2 ou 3 horas, para manter os níveis de açúcar no sangue estáveis ou com menos oscilações bruscas. 

Para evitar os picos de glicemia e a hipoglicemia reativa, é indicado que nessas pequenas refeições feitas a cada 2 ou 3 horas, a gestante consuma carboidratos de absorção mais lenta e de baixo índice glicêmico, que estão presentes nas frutas com casca, nos cereais e nos legumes. 

Se a gestante tiver diabetes ou diabetes gestacional, ela será orientada a controlar diariamente os níveis de glicose no sangue, com monitoramento rigoroso e controle alimentar. Veja algumas orientações e dicas sobre como deve ser a alimentação de uma gestante com diabetes gestacional

Também é importante controlar o ganho de peso, para que não seja exagerado, e praticar atividades físicas adequadas para cada caso, com o acompanhamento de um/uma profissional da área de educação física. 

Fontes e referências adicionais

Você já teve ou está com hipoglicemia na gravidez? Quais eram ou são os seus sintomas? O que você descobriu que precisa melhorar na alimentação, para evitar os episódios de hipoglicemia? Comente abaixo! 

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Sobre Dra. Akemi Martins

Dra. Akemi Martins Higa é bióloga, formada pela Universidade Federal de São Carlos em 2011. Doutora na área de Medicina Tropical e Saúde Internacional, com ênfase em doenças neurodegenerativas, pela Universidade de São Paulo. Tem experiência na área de nanotecnologia e imunologia aplicada ao diagnóstico de neuromielite óptica e esclerose múltipla. Para mais informações, entre em contato.

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