A obesidade já é considerada um fator de risco bem estabelecido para o câncer de mama positivo para receptores hormonais na pós-menopausa.
Os receptores hormonais femininos são proteínas presentes nas células de câncer de mama que podem ser estimuladas por hormônios femininos, como estrogênio, contribuindo para o crescimento e progressão do tumor.
No entanto, ainda não se sabe ao certo qual é o impacto da obesidade nos casos de câncer de mama diagnosticados na pré-menopausa, especialmente em mulheres com menos de 40 anos.
A boa notícia é que um estudo apresentado durante o Encontro Anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica, realizado no mês de junho em Chicago, nos Estados Unidos, abordou essa questão.
O estudo
Pesquisadores americanos analisaram informações de um banco de dados de 10 anos, comparando mulheres jovens com câncer de mama a mulheres sem câncer com idade inferior a 40 anos.
Os resultados indicaram que a maioria das mulheres com tumores de mama eram obesas ou tinham sobrepeso.
Outro achado importante foi que as mulheres negras obesas apresentaram um aumento especialmente significativo do risco de diagnóstico de câncer de mama.
Na conclusão do estudo os pesquisadores enfatizaram que os resultados desafiam trabalhos anteriores, que sugeriam que o índice de massa corporal (IMC) parecia funcionar como uma espécie de proteção contra o câncer de mama em mulheres na pré-menopausa.
Entendia-se que o aumento do IMC, especialmente para tumores positivos para receptores de estrogênio, poderia ser positivo. Porém, atualmente, o excesso de peso já é analisado como fator de prognóstico negativo em casos de câncer de mama pré-menopausa.
Os pesquisadores acreditam que isso pode ser explicado se mulheres obesas na fase da pré-menopausa tiverem tumores mais agressivos. Além disso, a obesidade também está relacionada ao câncer de mama triplo negativo e ao tipo Luminal B.
As conclusões do estudo destacaram um aumento estatisticamente significativo de obesidade ou sobrepeso em mulheres jovens com menos de 40 anos que foram diagnosticadas com tumores mamários.
Portanto, é crucial enfatizar a importância do controle do peso corporal e a promoção de hábitos saudáveis, como a prática regular de exercícios físicos e uma alimentação equilibrada, como parte das estratégias de redução dos riscos de desenvolvimento de câncer de mama e outros tipos de tumores.
Além disso, é essencial incentivar pesquisas e estudos que considerem a diversidade dos indivíduos, explorando fatores de risco estabelecidos e questões socioeconômicas envolvidas.
Essas informações podem ajudar a desenvolver estratégias de prevenção e rastreamento adequadas para populações específicas, visando reduzir a incidência e os impactos do câncer de mama. As informações são do médico oncologista Fernando Maluf para o VivaBem UOL.