Dieta pastosa: o que é, para que serve, como fazer e cardápio

publicado em

Os alimentos causam estímulos nas pessoas (paladar, visão, olfato), trazendo uma sensação de prazer e água na boca. Estímulos que não podem ser ignorados, principalmente na área hospitalar, onde normalmente é administrada a dieta pastosa. Eles devem satisfazer o paciente e proporcionar sua rápida recuperação.

A dieta pastosa está relacionada com a dietoterapia, que procura, mesmo com as restrições ou modificações que devem ocorrer na dieta devido algum tratamento clínico, manter a qualidade da terapia nutricional e equivalente aos hábitos do paciente.

É fato que as refeições hospitalares possuíam uma má fama de serem “insossas”, sem graça ou sem sabor, sendo mais utilizadas tão só como um medicamento, devido a necessidade do tratamento e sendo logo esquecidas quando os pacientes retornavam para suas casas.

Entretanto, ignorar os aspectos sensoriais e visuais das refeições, principalmente no âmbito hospitalar, reduzirá a vontade de comer a apenas um instinto intuitivo como os demais, gerando insatisfação dos pacientes ou pessoas em estado de recuperação.

Para quem é recomendada a dieta pastosa?

Internada em hospital
Pessoas acamadas ou internadas em hospitais muitas vezes necessitam de uma dieta pastosa

Como já foi citado anteriormente, as dietas pastosas normalmente são administradas em ambiente hospitalar para pessoas com dificuldades de deglutição e mastigação, decorrentes de uma inflamação ou problemas neurológicos, distúrbios neuromotores, retardo mental severo (como no caso de Mal de Alzheimer), alterações anatômicas no esôfago ou boca, entre outras situações. 

Essa dieta também pode ser administrada em casa com acompanhamento multidisciplinar, assim como é realizada no ambiente hospitalar, que irá avaliar o estado do paciente adequando as suas necessidades nutricionais de acordo com seu estado de saúde atual. 

A dieta pastosa poderá ser inicializada, dependendo do estado atual do paciente, com uma dieta totalmente líquida – completa ou restrita de acordo com a prescrição médica – onde irá suprir as necessidades básicas do corpo, sendo esta, uma dieta de característica temporária, aonde são prescritos alimentos totalmente líquidos para pacientes em pós-operatório: bariátrico, odontológico, gastrointestinal, etc.

  Continua Depois da Publicidade  

Quando o paciente está em condições de ingerir alimentos um pouco mais sólidos, a equipe multidisciplinar fará sua avaliação e adotará a dieta pastosa, que é utilizada como forma de transição para a dieta totalmente sólida nesses casos.

O que é uma dieta pastosa?

Consiste em alimentos bem cozidos, macios e de fácil deglutição. Podendo estar em forma de purê, sendo amassados ou triturados no liquidificador. Neste sentido, deve-se priorizar os alimentos de rápida digestão e fácil mastigação, caso o paciente consiga mastigar. 

A dieta é uma ferramenta essencial no tratamento desses pacientes, fornecendo os nutrientes necessários para a sua recuperação e/ou manter o seu estado nutricional.

Características da dieta pastosa

A dieta pastosa se caracteriza como tendo uma textura homogênea, sem apresentar alimentos semissólidos, de fácil deglutição e sem a necessidade de esforço por parte do paciente durante o processo, incluindo o ato da mastigação. 

É preciso estar atento para não alterar a textura do alimento, principalmente o seu valor nutricional. Existem 4 características das dietas pastosas que é classificada de acordo com o nutriente:

  • Isenta: que é caracterizada pela isenção de certos ingredientes como sal, gordura, açúcar, etc.
  • Hiper: caracterizada por seu uso ao estimular o aumento de nutrientes e calorias ingeridos pelo paciente.
  • Normo: dieta classificada como dieta padrão, pois não há alteração de nutriente ou calorias.
  • Hipo: que é a redução de nutrientes hipercalóricos e hiperprotéicos.

Cuidados ao se preparar uma dieta pastosa

Quando essas dietas são preparadas nos hospitais, há todo um processo de higienização que é realizado antes do preparo da refeição propriamente dita. Esses processos garantem a segurança alimentar, evitando assim complicações na saúde que possam dificultar a recuperação do paciente. Esses mesmos cuidados devem ser tomados ao se preparar a dieta em casa.

  Continua Depois da Publicidade  

Deve-se fazer a higienização correta e completa dos alimentos que serão utilizados para o preparo da dieta. Por exemplo, ao utilizar cenoura ou batata, deve-se lavar cuidadosamente a casca antes de descascar o legume. Ao cozinhar, o ideal é usar água pura e filtrada, com poucas quantidades de sal, ou de acordo com o que for recomendado pelo médico e pelo nutricionista. 

Após o cozimento, antes de se preparar o purê, deverá ser feita a higienização correta do utensílio que será utilizado para fazer purê. Seja com auxílio de um garfo, espremedor de batata ou liquidificador, estes devem ser lavados antes do seu uso. Principalmente fique atento às orientações recebidas, em relação aos alimentos que devem e que não devem ser consumidos em uma dieta pastosa.

Alimentos permitidos em uma dieta pastosa

Você deve ficar atento às orientações recebidas pelo profissional da área de saúde, pois esta alimentação requer total cuidado em seu preparo, desde a escolha do alimento até a forma de preparo. A refeição deverá ter uma consistência mole para excluir a necessidade da mastigação, não tendo nenhum resquício de grãos, sementes ou cascas no meio da dieta pastosa.

Uma orientação importante, para que se mantenha a aceitação desta dieta e fazer uma refeição mais palatável é preparar cada alimento individualmente. Isso significa que cada ingrediente deverá ser cozido, liquidificado ou amassado separadamente e não misturar durante o seu preparo. Deste modo, o paciente irá sentir o sabor de cada alimento utilizado no preparo de sua refeição, fazendo-o saborear cada colherada. Além, é claro, de facilitar a ingestão e digestão de cada nutriente com mais sabor e qualidade.

Veja a seguir alguns alimentos recomendados em uma dieta pastosa:

  • Legumes sem casca
  • Frutas
  • Carnes brancas
  • Leite
  • Arroz
  • Aveia
  • Azeite
  • Verduras
  • Iogurte
  • Queijo branco (cottage ou ricota)
  • Peixes
  • Frango desfiado
  • Tofu
  • Gelatina
  • Manteiga
  • Pasta de amendoim bem cremosa
  • Óleo de coco
  • Sucos
  • Pão de forma sem casca
  • Mingaus

Os alimentos proibidos em uma dieta pastosa

Como já foi dito, essas dietas requerem uma atenção redobrada ao serem preparadas, pois o objetivo é que os alimentos sejam transformados em purê ou creme. 

  Continua Depois da Publicidade  

Por exemplo, alimentos secos e de consistência crocante devem ser evitados, pois não é possível transformá-los em purê ou creme. Lembre-se de que frutas em pedaços, sementes e legumes crus devem estar fora do cardápio.

Veja a seguir alguns alimentos que devem ser evitados em uma dieta pastosa:

  • Castanha
  • Amendoim
  • Biscoito
  • Alimentos embutidos
  • Alimentos empanados
  • Carne vermelha
  • Queijos amarelos
  • Alimentos industrializados
  • Alimentos integrais (pão, arroz, macarrão ou cereais integrais)
  • Chia
  • Gergelim
  • Abóbora
  • Frutas desidratadas
  • Pimenta
  • Café
  • Bebida alcoólica
  • Sorvete
  • Pizza
  • Lasanha

Importância de uma dieta pastosa

Essa dieta é de extrema importância quando falamos sobre a recuperação do paciente, pois não exige tanto esforço da parte mecânica (mastigação) quanto da parte digestiva, evitando assim aquele desconforto abdominal relacionado à ingestão de alimentos quando o estado de saúde em que a pessoa se encontra compromete a digestão.

Seguir à risca as orientações dadas pela equipe multidisciplinar, além de proporcionar à pessoa uma refeição completa e saborosa, esta será adequada ao seu estado atual auxiliando, também, em sua rápida recuperação.

Exemplo de cardápio de uma dieta pastosa

Purê de batata
O purê de batata é um exemplo clássico de prato para a dieta pastosa
RefeiçãoCardápio
Desjejum1 xícara de mingau de aveia
200 ml de suco laranja processado e coado
Lanche da manhã1 pote de gelatina 
AlmoçoCaldo de feijão
Arroz em papa (bem cozido)
Frango cozido desfiado
Purê de batata bem cozido
Purê de maçã para sobremesa
Lanche da tarde1 copo de vitamina de abacate

Jantar
Purê de abóbora
Carne cozida desfiada ou moída
Iogurte
Ceia1 xícara de mingau de maisena
1 xícara de chá de sua preferência

A importância do acompanhamento profissional

O acompanhamento de um nutricionista é muito importante para uma rápida e correta recuperação do paciente. Tendo em mente que o nutricionista irá adequar a dieta às necessidades nutricionais da pessoa naquele momento. Seguir essas orientações, como já dito diversas vezes, garantirá a recuperação do paciente ou manterá o seu estado nutricional balanceado no caso de pessoas que estejam definitivamente acamadas.

Lembre-se: “Que seu remédio seja seu alimento, e que seu alimento seja seu remédio” (Hipócrates).

Fonte e referências adicionais

Você já teve que fazer uma dieta pastosa? Quais alimentos você incluiu na sua rotina? O que achou da sugestão de cardápio acima? Comente abaixo!

Foi útil?
1 Estrela2 Estrelas3 Estrelas4 Estrelas5 Estrelas
Loading...
  Continua Depois da Publicidade  
Sobre Dra. Esther Costa

Esther Costa é nutricionista - CRN-8 13209/P. Graduada em nutrição pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), atua na nutrição clínica com ênfase na nutrição funcional, buscando avaliar o indivíduo em sua totalidade. Está sempre em busca do aperfeiçoamento por meio de cursos e congressos na área. É curiosa, criativa e proativa, e faz parte da equipe de especialistas do MundoBoaForma.

Deixe um comentário