Dieta dos gladiadores - O que é e como funciona

Após um documentário produzido pelo ator e ex-fisiculturista Arnold Schwarzenegger e também pelo diretor de cinema James Cameron ser lançado em um serviço de streaming bem famoso, a dieta dos gladiadores começou a ser discutida principalmente no mundo fitness.

A ideia do documentário se baseia em um estudo arqueológico realizado por pesquisadores de uma universidade da Áustria e uma da Suíça.

Neste estudo, os pesquisadores acharam os ossos de gladiadores e ao analisá-los descobriram que a dieta destes homens era praticamente vegetariana, rica em carboidratos, e também uma bebida carbonizada de vegetais rica em minerais, que já havia sido mencionada em documentos da antiguidade.

Os pesquisadores analisaram também os ossos da população em geral da época e perceberam que os ossos dos gladiadores eram muito mais fortes do que os do restante do povo.

A conclusão foi que esta bebida feita de cinzas de plantas ricas em cálcio e estrôncio (um tipo de metal), juntamente com a dieta a base de grãos, plantas e vegetais era o que tornava esses homens mais fortes.

Porém o tipo de grão que os lutadores consumiam não ficou bem esclarecido, mas ficou entendido que os gladiadores seguiam uma dieta vegetariana em sua maior parte, com muito pouco ou nenhum consumo de carne.

A base da dieta para as pessoas mais abastadas era o trigo e a cevada, juntamente com a carne, mas os gladiadores consumiam algum outro tipo de grão inferior a estes, segundo mostraram os estudos na análise dos ossos encontrados.

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A explicação para os gladiadores adotarem uma alimentação à base de vegetais e rica em carboidratos se deve ao fato de que estes homens precisavam de uma camada de gordura abdominal que os protegia dos ferimentos, e também porque eram tratados como escravos e não tinham muita possibilidade de obter muita carne.

Desde que estes achados foram divulgados e também o documentário lançado, surgiram algumas dúvidas sobre a opção de uma dieta vegetariana para melhorar a performance dos atletas atualmente. Isso porque os gladiadores eram homens que precisavam ser fortes e ágeis para não se ferir ou morrer nas batalhas.

A partir deste princípio surgiu uma linha de pensamento de que uma dieta sem o consumo de produto animal é mais saudável e possibilita um bom desempenho esportivo.

Quer saber mais sobre como era a dieta dos gladiadores e se a alimentação vegetariana pode contribuir para melhorar a performance esportiva? Veja a seguir.

O que é a dieta dos gladiadores

Como podemos perceber, a dieta dos gladiadores é uma dieta de base vegetariana e suplementada com uma bebida rica em minerais que os guerreiros tomavam para sentirem-se mais revigorados e poder curar mais rapidamente suas feridas de batalha. Segundo os estudos, não havia nenhum ou havia muito pouco consumo de carne pelos lutadores.

É preciso entender que os gladiadores não escolheram ser vegetarianos, mas eram forçados devido a falta de recursos para obter uma alimentação que incluísse carnes e porque seus donos escolhiam como eles deveriam ser alimentados para terem melhor desempenho nas lutas.

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Apesar de terem bons resultados nas batalhas, o estudo realizado apontou que a dieta a que eram submetidos trazia riscos à saúde por ser bastante restritiva.

O vegetarianismo como uma opção de dieta

Dieta de vegetais — A dieta do gladiador tem como base o vegetarianismo

Para aqueles que pretendem se tornar vegetarianos, é importante lembrar que o vegetarianismo não é apenas uma dieta, mas também uma filosofia de vida, pois existe todo um contexto de respeito à vida animal e do planeta.

Não há dúvidas de que uma alimentação vegetariana é muito interessante para a saúde, mas esta dieta não deve ser iniciada sem orientação e acompanhamento de um nutricionista para que não aconteçam deficiências nutricionais.

Em estudos divulgados pela Sociedade Brasileira de Vegetarianismo onde foram comparados grupos de pessoas vegetarianas e não vegetarianas, constatou-se que os vegetarianos desenvolvem em menor incidência doenças metabólicas como dislipidemias (colesterol LDL alto), hipertensão, obesidade, diabetes e alguns tipos de câncer.

No entanto, não basta apenas não consumir carnes, é preciso ter equilíbrio nutricional para obter os benefícios da alimentação.

Tipos de dieta vegetariana

Vale salientar que a dieta vegetariana pode ser:

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Ovolactovegetariana, quando não se consome nenhum tipo de carne, mas se consome leite de origem animal, seus derivados e ovos
Lactovegetariana, não se consome carnes e nem ovos, mas pode-se consumir leite de vaca e seus derivados
Ovovegetariana, não se consome carnes e nem leite de origem animal, mas se consome ovos
Dieta vegetariana estrita, só se consome alimentos de origem vegetal
Vegana, além de apenas consumir alimentos de origem vegetal, não há consumo de nenhum produto que venha de origem animal ou testado em animais

Como funciona a dieta dos gladiadores

A dieta dos gladiadores (ou vegetariana) deve ser bem equilibrada como qualquer dieta, e se for estrita (sem consumo de leite e derivados ou ovos), a proteína animal precisa ser substituída por proteína vegetal de alto valor biológico, ou seja, ter todos os aminoácidos que necessitamos para manter nosso organismo funcionando

Isso porque as proteínas animais são completas em aminoácidos, diferente da proteína vegetal que precisa de alguns ajustes para ser completa, a seguir estaremos explicando como fazer estes ajustes.

Como obter todos os aminoácidos de uma fonte vegetal

As fontes de proteína vegetal mais importantes estão no grupo das leguminosas, que são o feijão (todos os tipos), grão de bico, lentilha, ervilha e soja, mas não existe uma proteína vegetal que tenha todos os aminoácidos. Porém, quando as leguminosas são combinadas com grãos, os dois juntos se complementam e formam todos os aminoácidos que necessitamos.

Exemplos de combinações de leguminosas com grãos são o arroz com feijão, quinoa com lentilha, quinoa com ervilha e grão de bico com arroz.

Qualquer uma destas combinações formará o par perfeito para obtermos uma proteína de alto valor biológico que poderá suprir nossas necessidades.

Outras proteínas vegetais importantes e que devem fazer parte do cardápio dos vegetarianos são as oleaginosas, que são as nozes, castanhas (caju, do Pará), avelã, amêndoa, pistache e macadâmia. Elas, além de terem proteína, são ricas também em compostos antioxidantes que combatem o envelhecimento precoce das células e ajudam a evitar algumas doenças.

No cardápio dos vegetarianos também não podem faltar alimentos ricos em proteínas, como brócolis, aveia, sementes de girassol, de abóbora, de linhaça e tofu.

Como prevenir a anemia

Uma outra questão importante na alimentação a base de vegetais é a absorção do ferro, que não será obtido de fontes animais, e deverá vir de outros alimentos, como o feijão e leguminosas, folhas verde-escuras, castanhas e cereais.

O ferro obtido de origem vegetal precisa estar acompanhado da vitamina C para ser bem absorvido. Sendo assim, a recomendação é consumir logo após a refeição vegetariana uma fruta como a laranja ou temperar a salada com limão.

O ferro é o mineral que faz o transporte da hemoglobina para as células e a falta deste mineral causa anemia ferro-priva.

Como garantir o aporte de vitamina B12

A vitamina B12 é um nutriente que pode reduzir no organismo dos vegetarianos estritos, pois esta vitamina só é adquirida em carnes e alimentos de origem animal como leite, ovos e manteiga.

Por essa razão pode ser necessário fazer uma suplementação, afinal esta vitamina tem várias funções importantes como a produção de células que transportam o oxigênio, proteção às células neurais, dentre outras.

Quais são as fontes de cálcio

Para os vegetarianos estritos, o cálcio que vem do leite pode ser encontrado em vegetais como couve, brócolis, espinafre, rúcula e agrião. Também é possível encontrar leites vegetais com bom teor de cálcio.

O que dizem sobre consumo das carnes

Quando a dieta vegetariana é planejada e ajustada por um nutricionista, poderá ajudar a prevenir vários tipos de doenças, pois estudos apontam que o consumo de carne vermelha está relacionado com maiores probabilidades de se desenvolver alguns tipos de tumores malignos.

Quem pode fazer a dieta dos gladiadores

A dieta dos gladiadores, ou seja, a dieta vegetariana, não tem contraindicações desde que haja a orientação de um nutricionista para equilibrar os nutrientes e evitar carências nutricionais.

Para atletas e praticantes de esportes, o consumo de proteína tem que ser maior em relação ao resto da população, pois há maior necessidade do nutriente para a manutenção dos músculos. Dessa maneira, a necessidade de combinar os tipos de alimentos para formar proteínas é fundamental.

A combinação do arroz com as leguminosas é perfeita para que os atletas e praticantes de esportes atinjam as suas necessidades de proteínas, além disso, existem boas proteínas vegetais disponíveis no mercado para a suplementação deste público.

A única ressalva sobre proteína vegetal e ganho de massa muscular fica por conta da falta de creatina, substância que fornece energia para as células, combate a fadiga durante as atividades físicas e ajuda a formar a massa muscular.

A creatina é um importante nutriente para atletas, sendo encontrado em proteínas de origem animal e produzida pelo nosso organismo, mas os vegetarianos estritos não conseguem obtê-la de nenhum alimento, por isso é necessário fazer uma suplementação.

O acompanhamento com o nutricionista é muito importante para todos que mudam completamente o modo de se alimentar. No caso dos atletas e praticantes de esportes, é fundamental para que não haja perda muscular devido a uma dieta deficiente em proteínas.

Como seria um dia de cardápio da dieta dos gladiadores

Aqui estão exemplos de como poderia ser a alimentação dos gladiadores nos dias atuais, mas lembre-se que um nutricionista deve ajudar a fazer o plano alimentar de acordo com as necessidades individuais.

Cardápio para vegetariano estrito

Café da manhã: mingau de aveia feito com leite vegetal + pasta de amendoim + banana
Lanche da manhã: mamão papaya + sementes de linhaça
Almoço: arroz + feijão + abóbora assada com azeite, alho e alecrim + salada de rúcula com tomate e pepino + tangerina
Lanche da tarde: leite vegetal batido com abacate e farinha de castanha de cajú
Jantar: macarrão integral com molho ao pesto + salada de grão de bico com ervilha e tomate + fruta

Cardápio para lactovegetariano

Café da manhã: leite + café + pão integral + queijo branco + mamão papaya com sementes de chia
Lanche da manhã: iogurte natural com aveia
Almoço: arroz + feijão + berinjela, cebola e pimentão vermelho assado + salada de vagem, cenoura e tomate + laranja
Lanche da tarde: maçã
Jantar: sopa de ervilha com batata e couve

Cardápio para ovolactovegetariano

Café da manhã: leite + café + pão integral + queijo cottage + mamão papaya com sementes de chia
Lanche da manhã: suco de laranja + um punhado de castanhas
Almoço: arroz integral + grão de bico cozido + abobrinha refogada + omelete de brócolis e tomate + melão
Lanche da tarde: leite batido com banana e aveia
Jantar: salada de macarrão parafuso integral com ervilha, tofu, tomate e cenoura