Candidíase – O que é, sintomas, tratamento, remédios, causas e dicas

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O nosso corpo é composto por muitos tipos de bactérias e fungos, incluindo a cândida, causadora da candidíase, e por isso é necessário conhecer seus sintomas e tratamento.

E, além de ser uma condição bastante comum, nem todo mundo apresenta sintomas iguais, o que dificulta muitas vezes o diagnóstico do problema.

Então, no decorrer deste artigo iremos conhecer melhor os problemas causados por este fungo, seus sintomas e tratamentos disponíveis, além de conhecer alguns mitos sobre a cândida que povoam a internet nos dias de hoje.

Veja também: 4 doenças causadas por fungos mais comuns e tratamento

O que é candidíase?

A candidíase é uma infecção que acomete principalmente a boca, o trato intestinal e o trato genital, mas que pode atingir também outras partes do corpo, dependendo de como anda a imunidade da pessoa.

Ela é causada pelo fungo Candida albicans, que está presente no corpo de quase todas as pessoas sem, no entanto, causar problemas. Mas, às vezes, o micro-organismo pode se multiplicar descontroladamente, causando a candidíase.

Além disso, quando a pessoa está mais debilitada, a infecção pode migrar para outras áreas do corpo, incluindo o sangue e as membranas ao redor do coração ou do cérebro, causando sérios sintomas e risco de morte.

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Causas da candidíase

Candidíase
O uso frequente de roupas justas pode ser um fator preponderante para o surgimento da candidíase genital

Como vimos anteriormente, a cândida está presente no organismo da maioria das pessoas, e por isso é necessária a presença de alguns fatores de risco para o desenvolvimento da doença. São eles:

  • Problemas no sistema imunológico, que aumentam as chances de infecções, tanto fúngicas quanto virais e bacterianas
  • Tratamentos prolongados com antibióticos, que matam as bactérias benéficas do nosso organismo, desequilibrando assim a nossa microbiota, principalmente a flora vaginal e intestinal, e propiciando a multiplicação da cândida
  • Uso de pílulas anticoncepcionais
  • Uso de corticoides, uma vez que esses medicamentos, quando usados de forma prolongada, afetam o funcionamento do sistema imunológico
  • Tratamentos contra o câncer, que afetam o sistema imunológico e o deixam mais suscetível a infecções de todos os tipos
  • Idade, pois crianças pequenas e idosos possuem a imunidade mais frágil
  • Uso de roupas justas, nos casos de candidíase na região genital
  • Diabetes mellitus, devido à maior concentração de glicose no organismo de pessoas com a doença.

Por fim, é importante ressaltar que apesar de ser um problema que atinge a região genital, a candidíase não é considerada uma doença sexualmente transmissível.

Tipos de candidíase, sintomas e tratamentos

A infecção por Cândida pode atingir várias partes do corpo, e em cada caso, o tipo de tratamento será diferente, como veremos a seguir:

1. Candidíase vaginal

Esse é o tipo mais comum, e atinge mulheres de todas as idades. Seus principais sintomas são:

  • Coceira na região vaginal
  • Corrimento branco, muitas vezes parecido com nata de leite
  • Ardor ao urinar
  • Dor durante as relações sexuais.

Tratamento: O tratamento normalmente inclui o uso de cremes ou pomadas vaginais, como a nistatina, aplicadas no local por até 14 dias. Mas, quando o tratamento tópico não é suficiente, o médico pode prescrever algum antifúngico de uso oral.

2. Candidíase no pênis

O problema pode também atingir homens, embora os sintomas sejam um pouco diferentes daqueles apresentados por mulheres. São eles:

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  • Pequenas manchas vermelhas no pênis
  • Inchaço leve
  • Lesões em forma de pontos
  • Coceira local. 

Tratamento: Nesses casos, o tratamento é o mesmo da candidíase vaginal, com o uso de cremes e pomadas antifúngicas e medicamentos orais, quando necessário.

3. Candidíase na boca

Também chamada de candidíase oral, esse tipo de infecção atinge principalmente pessoas com o sistema imune enfraquecido, além de crianças pequenas. Os seus sintomas incluem:

  • Placas esbranquiçadas na boca
  • Vermelhidão
  • Dor e incômodo ao engolir alimentos.

Tratamento: Normalmente são prescritos antifúngicos na forma de solução oral, como a nistatina, que deve ser bochechada e mantida dentro da boca por um tempo, antes de ser engolida.

4. Candidíase intestinal

Esse tipo de candidíase não é muito comum, aparecendo principalmente em pessoas com o sistema imune debilitado, como em casos de AIDS ou em pessoas realizando quimioterapia. Seus sintomas incluem:

  • Distúrbios gastrintestinais
  • Dores abdominais
  • Cansaço excessivo
  • Presença de placas brancas nas fezes.

Tratamento: Uso de antifúngicos orais e probióticos, que irão repor e fortalecer a flora intestinal.

5. Candidíase disseminada

Esses são os casos mais graves, quando o fungo Candida albicans se espalha pela corrente sanguínea e causa um quadro chamado de sepse.

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Tratamento: Nesses casos, devido à sua gravidade, o tratamento é hospitalar, com o uso de antifúngicos injetáveis.

6. Candidíase recorrente

Chamamos de candidíase recorrente aqueles casos nos quais a infecção volta com frequência, sendo considerada em por alguns como crônica.

Esse tipo de infecção pode estar relacionada a questões de estilo de vida, como má alimentação e uso de roupas inadequadas, além da realização de tratamentos médicos com o uso recorrente de antibióticos.

Tratamento: Mudanças na alimentação e nos hábitos de higiene, fortalecimento do sistema imune e, em algumas situações, uso de medicamentos orais.

Tratamentos em estudo

Cúrcuma Açafrão da Terra
A curcumina, presente na cúrcuma, é uma substância que vem sendo estudada como promissora contra a candidíase

Além dos tratamentos já apresentados neste artigo, existem ainda substâncias sendo estudadas, com resultados preliminares promissores, como:

Mas, apesar dos resultados até agora positivos, é importante lembrar que os estudos foram feitos em tubos de ensaio e com modelos animais. Assim, ainda serão necessárias pesquisas com humanos para avaliar melhor o efeito antifúngico dessas substâncias. 

Mitos sobre o tratamento da candidíase

Existem algumas práticas tidas como naturais que são bastante conhecidas em todo o Brasil. Entretanto, muitas dessas práticas podem causar problemas graves, além de não resolver a candidíase ou qualquer outra infecção.

As mais conhecidas são:

  • Uso tópico de iogurte natural: O uso deste alimento para curar a candidíase não possui base científica, principalmente quando a recomendação é o seu uso vaginal. Assim, evite utilizar o iogurte para este tipo de tratamento
  • Óleo de coco: Em tempos recentes algumas pessoas passaram a usar e a recomendar o óleo de coco para o tratamento da infecção por cândida, principalmente na região genital. Porém, tal prática também não possui comprovação científica
  • Óleos essenciais: O uso de óleos essenciais, apesar de benéfico em algumas situações, não é recomendado em casos de candidíase, além de existir o risco de aumento da irritação no local.

Quando procurar ajuda médica?

Antes de tudo, não tente fazer o seu próprio diagnóstico, pois muitas vezes existem sintomas e sinais que são invisíveis para pessoas que não tem uma formação acadêmica adequada. 

Assim, se você apresenta algum dos sintomas apresentados acima, procure atendimento médico para confirmar o diagnóstico, mesmo se você planeja usar remédios caseiros. Isso é importante porque muitas vezes outras infecções podem ser confundidas com candidíase.

Por fim, converse com seu médico sobre o uso de remédios caseiros ou medicamentos isentos de prescrição que você tenha usado ou pretenda usar, para saber se eles são mesmo efetivos para o seu caso.

Dicas e cuidados

Apesar de a Cândida estar presente na microbiota da maioria das pessoas, é importante evitar o seu crescimento exagerado. Para isso, separamos algumas dicas que podem ajudar a prevenir o problema e a acelerar a sua cura. São elas: 

  • Ter uma rotina higiene corporal bem estruturada, principalmente mantendo a região íntima limpa e seca.
  • Evitar relações sexuais sem preservativo, nos casos em que a pessoa não tenha um parceiro fixo, ou quando há a suspeita de alguma infecção.
  • Sempre que possível, dar preferência a roupas de algodão pouco apertadas.
  • Evitar a automedicação e o uso desnecessário de remédios, especialmente antibióticos.
  • Manter uma boa hidratação, incluindo a ingestão de líquidos diversos na sua rotina, como água e sucos.
  • Manter uma alimentação saudável e equilibrada, para assim fortalecer o sistema imunológico.
  • Por fim, evitar tratamentos naturais que envolvem a aplicação de óleos e outros alimentos na região genital, uma vez que não existem evidências que este tipo de prática funcione, além de ser perigoso.
Fontes e referências adicionais

Você já sofreu com a candidíase? Que sintomas sentia e que tratamento sua ginecologista passou? Comente abaixo!

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Sobre Marcela Gottschald

Marcela Gottschald é Farmacêutica Clinica - CRF-BA 8022. Graduada em farmácia pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) em 2013. Residência em Saúde mental pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Experiência em pediatria e nefrologia, com ênfase em unidade de terapia intensiva. Ela faz parte da equipe de redatores do MundoBoaForma.

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