Alopurinol (Zyloric®): como age, para que serve, como tomar e efeitos colaterais

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O fármaco alopurinol, também conhecido pelo nome comercial Zyloric®, tem como efeito no organismo a diminuição da produção de ácido úrico, sendo, portanto, utilizado na prevenção de crises de gota e de alguns tipos de pedras nos rins. 

O alívio dos sintomas decorrente da diminuição dos níveis de ácido úrico no organismo pode acontecer já no segundo dia de tratamento, mas seu efeito máximo tende a ocorrer somente após 1 a 2 semanas de uso. 

O alopurinol é facilmente encontrado em farmácias e drogarias na forma de comprimidos de 100 e 300 mg, cuja escolha depende da dose diária prescrita pelo médico ou médica que avaliou o caso. 

Veja como o alopurinol age, para que ele serve, como tomar, quais são os principais efeitos colaterais e as contraindicações. 

Como o alopurinol age

A produção de ácido úrico no nosso organismo requer um composto orgânico chamado purina. Uma parte das purinas é produzida pelo próprio organismo, enquanto a outra é obtida através da alimentação. As purinas estão presentes, principalmente, nos alimentos de origem animal. É por isso que existem algumas restrições alimentares na dieta para quem tem ácido úrico alto, veja algumas dicas sobre o assunto

Para que as purinas sejam transformadas em ácido úrico, é necessária a ação de uma enzima, a xantina oxidase. O alopurinol inibe a ação dessa enzima e, assim, impede a sua transformação em ácido úrico. Como efeito dessa ação, há a diminuição dos níveis de ácido úrico no sangue e na urina. 

Para que serve o alopurinol?

Gota
Uma das principais indicações do alopurinol é a gota

O alopurinol serve para diminuir os níveis de ácido úrico no sangue e na urina, o que é útil no tratamento preventivo de:

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O tratamento das crises agudas não é feito com o alopurinol, mas com anti-inflamatórios, que são os medicamentos que agem nas articulações inflamadas, reduzindo a dor e o inchaço. Confira quais são os medicamentos mais usados durante as crises de gota.   

Como tomar o alopurinol

O comprimido de alopurinol de 100 ou de 300 mg deve ser tomado por via oral com água, de preferência após a ingestão de alimentos. 

A dose diária inicial do tratamento é de 100 mg. A cada 2 ou 4 semanas, a dose pode ser aumentada em mais 100 mg, até que se chegue a uma miligramagem que resulte na redução dos níveis de ácido úrico para valores abaixo de 6 mg/dL de sangue. 

O aumento da dose deve ser feito com cautela em pacientes que apresentam problemas no funcionamento dos rins. 

O objetivo é encontrar a dose mínima efetiva para o controle do ácido úrico em níveis adequados, para prevenir crises agudas de gota ou formação de pedras nos rins causadas pelo excesso desse ácido no sangue ou na urina. 

Se a dose diária efetiva exceder 300 mg, é recomendado dividi-la em duas administrações, para reduzir a ocorrência de desconfortos gastrointestinais, como náuseas, vômitos e diarreia. A dose diária máxima não deve exceder 900 mg de alopurinol. 

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Efeitos colaterais do alopurinol

É possível que durante os primeiros dias de tratamento preventivo, ocorra o efeito contrário ao pretendido com o uso do alopurinol, isto é, pode ser que haja uma crise de gota. Se isso acontecer, você deve manter o uso do alopurinol na dose recomendada e tomar um anti-inflamatório, normalmente a colchicina

Em torno de 5% dos pacientes desenvolvem uma reação alérgica leve ao alopurinol, com a manifestação de manchas avermelhadas na pele, por vezes pruriginosas (que causam coceira). O ajuste da dose e, às vezes, a interrupção do medicamento revertem esse tipo de reação. 

Contraindicações do alopurinol

O alopurinol é contraindicado para pessoas que já tiveram reação alérgica à substância. Aqueles casos que apresentaram reação alérgica leve são primeiramente remediados com a redução da dose, mas, se não melhorarem, a administração do remédio precisa ser interrompida. 

É recomendado evitar o início de um tratamento com alopurinol durante uma crise de gota, pois ele pode piorar o quadro inflamatório. O ideal é esperar a crise inflamatória passar, para daí começar o tratamento preventivo. 

Se ocorrer uma crise de gota durante o tratamento com o alopurinol, recomenda-se não suspender seu uso e esperar a crise passar, com ajuda de anti-inflamatório adequado para o tratamento da crise, e daí avaliar com seu médico ou médica a necessidade de se aumentar a dose diária do remédio.

O alopurinol é contraindicado para gestantes, a menos que não haja uma alternativa terapêutica possível e os benefícios de se utilizar o fármaco superem os riscos da doença para a mulher e para o bebê. 

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As lactantes também devem evitar o uso deste medicamento, pois ele é excretado no leite materno, apesar dos efeitos da substância no bebê não serem conhecidos. 

O alopurinol também é contraindicado para crianças menores de 10 anos de idade. 

Interações medicamentosas do alopurinol

Alopurinol
Imagem: Medley

O alopurinol interage com a azatioprina, um medicamento imunossupressor utilizado no tratamento de várias doenças crônicas, como a artrite reumatoide e o lúpus eritematoso sistêmico. Veja quais são os tipos de lúpus e as suas diferenças. Se for necessário utilizar os dois juntos, a dose da azatioprina precisa ser reduzida em ¼. 

O uso concomitante de alopurinol com anti-hipertensivos da classe dos inibidores da ECA (enzima conversora de angiotensina) e com amoxicilina aumenta o risco de ocorrerem reações alérgicas. 

A eficácia do alopurinol é reduzida quando se utiliza antiácidos, como o bicarbonato de sódio. 

O alopurinol pode aumentar o efeito da varfarina, um anticoagulante. 

Por isso, é fundamental informar ao seu médico ou médica sobre todos os medicamentos que utiliza no dia a dia. 

Fontes e referências adicionais

Você tem gota ou pedras nos rins constituídas de ácido úrico? Faz o controle da doença com alopurinol? Tem crises inflamatórias com frequência? Comente abaixo!

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Sobre Dra. Akemi Martins

Dra. Akemi Martins Higa é bióloga, formada pela Universidade Federal de São Carlos em 2011. Doutora na área de Medicina Tropical e Saúde Internacional, com ênfase em doenças neurodegenerativas, pela Universidade de São Paulo. Tem experiência na área de nanotecnologia e imunologia aplicada ao diagnóstico de neuromielite óptica e esclerose múltipla. Para mais informações, entre em contato.

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