Vinho afina o sangue mesmo?

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Você provavelmente já ouviu falar que o vinho afina o sangue e que esse é um dos motivos que faz a bebida ser boa para o coração. 

De fato, o vinho afeta a coagulação do sangue reduzindo o número de plaquetas, o que pode diminuir a capacidade do sangue de formar coágulos. Isso faz com que ele atue como um anticoagulante natural que melhora a circulação sanguínea e que pode evitar a obstrução de artérias.

Assim, qualquer coisa que sirva para “afinar o sangue”, na verdade serve para reduzir o risco de coágulos. Além disso, tanto o vinho branco quanto o vinho tinto contém antioxidantes, como por exemplo o resveratrol, que é encontrado no vinho tinto, e que são benéficos não só para o sistema circulatório, mas também para combater os radicais livres que provocam o envelhecimento precoce e diversas doenças. 

Afinar o sangue é bom ou ruim?

plaquetas

Esse efeito anticoagulante não é sempre bem vindo. Isso porque a formação de coágulos ou trombos no sangue é um mecanismo de defesa que ajuda a evitar a perda de grande quantidade de sangue.

Ou seja, ao sofrer um ferimento com sangramento, por exemplo, o sangue rapidamente coagula para restringir o fluxo sanguíneo no local lesionado e assim prevenir uma hemorragia. Pouco tempo depois, o coágulo se desfaz e a circulação sanguínea volta ao normal. Neste caso, a formação de um coágulo pode salvar a vida de alguém.

Por outro lado, há situações em que ter um coágulo, principalmente por muito tempo, é um problema. Coágulos sanguíneos aumentam o risco de trombose, que é uma condição em que o fluxo sanguíneo é interrompido, parcial ou totalmente, para órgãos vitais como o coração e o cérebro.

Sendo assim, a palavra-chave é a moderação. Se o vinho afina o sangue, o seu consumo deve ser moderado em ambos os casos.

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Quem toma algum remédio anticoagulante ou antiplaquetário, por exemplo, para reduzir o risco de um AVC ou trombose, só deve consumir bebidas alcoólicas com moderação e com o aval de um médico. 

Vale lembrar que misturar o vinho com um anticoagulante pode aumentar o risco de hemorragias. De fato, um estudo publicado na revista científica BMC Medicine em 2016 mostrou que apesar do consumo moderado de álcool estar relacionado a um risco menor de doenças cardíacas, esse mesmo consumo eleva as taxas de derrames do tipo hemorrágico.

Qual é a quantidade de vinho ideal?

taça de vinho

De acordo com informações da American Heart Association, instituição norte-americana de pesquisas relacionadas ao sistema cardiovascular, tomar vinho com moderação realmente pode prevenir danos nos vasos sanguíneos, já que o álcool pode elevar os níveis de colesterol HDL (colesterol bom) que ajuda a proteger as artérias e a evitar a formação de trombos. 

Para saber se você está exagerando ou não, saiba que para os homens, um consumo de mais do que duas taças de vinho por dia já é considerado um excesso. Para as mulheres, mais do que uma taça por dia já pode ser considerado exagerado.

Além dos cuidados com a quantidade ingerida, também é importante considerar o seu histórico médico e os seus hábitos de vida, para certificar que o vinho pode, de fato, trazer benefícios para a sua saúde, pois cada organismo tem as suas características particulares. Além disso, os especialistas não recomendam substituir um remédio anticoagulante pelo consumo de vinho.

A American Heart Association também não recomenda a ingestão de álcool apenas com o objetivo de melhorar a circulação do sangue, pois mesmo com o consumo moderado, os riscos existem. Vale lembrar que as bebidas alcoólicas em geral também estão associadas a outros problemas de saúde, como a obesidade, a hipertensão, o alcoolismo e as doenças hepáticas.

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Certamente, existem maneiras mais seguras para manter a sua saúde em dia. Isso inclui adotar um estilo de vida saudável que conte com o consumo de alimentos nutritivos como vegetais e frutas e com a prática regular de atividades físicas.

Fontes e referências adicionais

Você toma vinho com frequência? Sabia que ele afina o sangue? Comente abaixo!

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Sobre Dr. Lucio Pacheco

Dr. Lucio Pacheco é Cirurgião do aparelho digestivo, Cirurgião geral - CRM 597798 RJ/ CBCD. Formou-se em Medicina pela UFRJ em 1994. Em 1996 fez um curso de aperfeiçoamento em transplantes no Hospital Paul Brousse, da Universidade de Paris-Sud, um dos mais especializados na Europa. Concluiu o mestrado em Medicina (Cirurgia Geral) em 2000 e o Doutorado em Medicina (Clinica Médica) pela UFRJ em 2010. Dr. Lucio Pacheco é autor de diversos livros e artigos sobre transplante de fígado. Atualmente é médico-cirurgião, chefe da equipe de transplante hepático do Hospital Copa Star, Hospital Quinta D'Or e do Hospital Copa D'Or. Além disso é diretor médico do Instituto de Transplantes. Suas áreas de atuação principais são: cirurgia geral, oncologia cirúrgica, hepatologia, e transplante de fígado. Para mais informações, entre em contato.

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