Uma Infância Difícil Prejudica a Saúde na Vida Adulta, Mostra Estudo

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Todo mundo tem histórias de infância para contar – enquanto algumas são boas ou até engraçadas, outras não são tão bacanas assim, afinal não existe uma infância que seja perfeita, não é mesmo?

Ainda que se tenha pais cuidadosos, uma escola de boa qualidade, um ambiente seguro, acesso à saúde e a uma dieta apropriada para crianças, um pequeno pode passar por situações incômodas durante a infância como perder um animal de estimação ou precisar mudar de cidade.

Elas fazem parte da vida e podem ajudar a criança a criar maturidade e aprender a lidar com as decepções.

Entretanto, o que não deveria fazer parte da vida de uma criança são situações mais graves e traumáticas como abusos, exposição à violência ou ao abuso de drogas e outras substâncias e ver um de seus pais ir para a cadeia, por exemplo.

Essas são mais graves e podem deixar efeitos traumáticos que permanecem na vida criança mesmo quando ela já cresceu.

De acordo com um estudo conduzido pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, sigla em inglês), dos Estados Unidos, passar por experiências traumáticas como essas durante a infância pode trazer prejuízos duradouros não somente para a saúde mental, mas também em termos de saúde física, educação e trabalho.

Por outro lado, a prevenção dessas situações geradoras de traumas pode diminuir a ocorrência de problemas ao longo da vida, considerou o CDC. Mas de quais problemas especificamente estamos falando?

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Bem, a lista inclui problemas crônicos de saúde como diabetes, câncer, doença respiratória e doença cardíaca, suicídio, comportamentos perigosos para a saúde, como abuso de drogas, além de dificuldades socioeconômicas. As informações são HealthDay News/WebMD.

De onde vieram essas conclusões?

Pesquisadores do CDC analisaram dados dos anos de 2015 a 2017 referentes a mais de 144 mil adultos de 25 estados dos Estados Unidos.

A partir disso, eles identificaram que os adultos que relataram os níveis mais elevados de experiências traumáticas ao longo da infância apresentavam maior propensão a desenvolver problemas crônicos de saúde e depressão, a fumar e a beber álcool e a estar desempregado.

Para quem não passou por uma infância traumatizante, porém se preocupa com esses problemas, vale a pena saber que 14 dias de inatividade já podem aumentar o risco de doenças crônicas e conhecer a relação que pode haver entre a ingestão de açúcar e a depressão.

A importância da prevenção

Baseando-se em estimativas do ano de 2017, o CDC também apontou que prevenir essas experiências traumáticas durante a infância poderia ter evitado 1,9 milhão de casos de doença cardíaca em adultos dos Estados Umidos, assim como poderia ter diminuído o número de adultos com sobrepeso ou obesidade em até 2,5 milhões.

O órgão de saúde americano ainda acredita que a prevenção dessas situações problemáticas poderia ter diminuído a quantidade de adultos com depressão em 44% ou 21 milhões de casos.

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O virologista e diretor do CDC Robert Redfield defendeu que prevenir as experiências traumáticas e dar início a intervenções quando essas situações problemáticas acontecerem vai amenizar as consequências de longo prazo para a saúde que elas podem gerar e beneficiar o bem-estar físico e emocional das pessoas na vida adulta.

As ações do órgão de saúde americano para prevenir as experiências traumáticas na infância e diminuir os efeitos prejudiciais dessas situações incluem:

  • Instruir os estados a comunidades a respeito de ferramentas para diminuir dificuldades financeiras e outros problemas familiares que colocam uma criança em situação de risco;
  • Encorajar os empregadores a adotar políticas favoráveis às famílias como licenças remuneradas e horários de trabalho flexíveis;
  • Aumentar o acesso a programas que auxiliam a melhorar a habilidade dos pais e das crianças para lidar com estresse, resolver conflitos e diminuir a violência;
  • Ensinar os profissionais que atuam na área da saúde a reconhecer riscos vigentes para as crianças e históricos de infância traumática para os adultos e a encaminhar esses pacientes ao suporte disponível.

Uma vez que não é incomum encontrarmos também no nosso país crianças que vivem em situações de risco ou adultos que enfrentaram experiências problemáticas do tipo durante a infância, quem sabe essas intervenções não podem servir de inspirações para nós? As informações são HealthDay News/WebMD.

Fontes e Referências Adicionais:

Já era de se esperar que uma infância problemática poderia refletir na saúde da vida adulta? Você conhece algum exemplo disso? Comente abaixo!

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Sobre Dr. Rafael Ferreira

Dr. Rafael Ferreira de Moraes é Psiquiatria - CRM 52.98866-9. Formou-se em Medicina pela Universidade do Grande Rio Professor José de Souza Herdy em 2013. Pós-graduado em Psiquiatria pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, onde atuou nos atendimentos ambulatoriais da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro e Casa de Medicina da PUC-Rio. Para mais informações, entre em contato com ele em sua conta oficial no Instagram (@rafafmoraes)

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