Tamarindo é Bom para o Fígado?

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Confira se o tamarindo é bom para o fígado ou se esse não é um dos benefícios esperados por quem consome essa fruta tropical.

Você pode até não estar muito familiarizado com o tamarindo, entretanto, isso não significa que você não deva mudar um pouquinho a rotina e dar uma chance a essa fruta que é originária da África e também cresce na Índia e no Paquistão.

Isso porque, embora contenha bem mais calorias do que a maioria das frutas e, por isso, precise ser consumida com moderação (uma xícara ou 120 g da polpa do alimento contém 287 calorias), ela também é bastante nutritiva.

Essa mesma xícara ou 120 g da polpa de tamarindo é fonte de vitamina C, carboidratos, fibras, magnésio, potássio, ferro, cálcio, fósforo, vitamina B1, vitamina B2 e vitamina B3, além de quantidades pequenas de selênio, cobre, vitamina B5, vitamina B6, vitamina B9 e vitamina K.

Por conta de todos esses nutrientes é que existem os benefícios do tamarindo e vale a pena conhecer essas receitas de suco de tamarindo, por exemplo.

Mas o tamarindo é bom para o fígado?

Será que ser bom para o fígado é outro motivo pelo qual o alimento merece a nossa atenção?

Bem, de acordo com a nutricionista e mestra em educação nutricional Kerri-Ann Jennings, já foi apontado que o extrato da polpa da fruta pode contribuir com o tratamento da doença hepática gordurosa.

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A doença hepática gordurosa é apresentada como uma condição provocada pelo excesso de gordura dentro das células do fígado, que resulta em um aumento no tamanho do órgão, provocando dor e desconforto na região abdominal superior e lateral direita.

O Centro Médico da Universidade de Maryland, dos Estados Unidos, aponta que o fígado gorduroso é a doença mais comumente provocada pelo abuso de bebidas alcoólicas.

Segundo a bacharela em bioquímica nutricional Tracey Roizman, em artigo publicado, uma pesquisa conduzida em animais suplementou a dieta destes com 5 mg de polpa de tamarindo por kg de peso corporal ao longo de 10 semanas.

O estudo, que foi publicado no Journal of Natural Medicines (Jornal de Medicamentos Naturais, tradução livre), indicou que o tamarindo diminuiu os níveis de gordura no fígado dos animais e reduziu os níveis de enzimas hepáticas, completou Roizman.

“Quando elevadas, (as enzimas hepáticas) indicam estresse no fígado”, esclareceu a bacharela em bioquímica nutricional. Entretanto, é nosso dever ressaltar que o experimento em questão foi conduzido em animais – não em seres humanos.

Portanto, não podemos concluir com segurança e certeza que esses mesmos efeitos sejam observados nas pessoas e muito menos que o tamarindo funcione como uma cura para a doença hepática gordurosa.

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Como se não bastasse, apesar de algumas pessoas façam uso do tamarindo para lidar com problemas no fígado, as evidências que comprovem que o tamarindo é bom para o fígado são classificadas como insuficientes.

Alimento pode ser útil como parte de toda uma dieta saudável

Porém, a Fundação Americana do Fígado sugere que seguir uma alimentação saudável, que costuma ser rica em frutas e vegetais, pode auxiliar a diminuir os sintomas da doença hepática gordurosa.

Em outras palavras, ainda que não dê para afirmar com segurança que o tamarindo vá curar ou exercer um papel de destaque no tratamento ou controle da doença hepática gordurosa, podemos concluir que incluir o alimento dentro das porções de frutas consumidas no contexto de uma alimentação saudável pode ser benéfico para lidar com a condição.

No entanto, é necessário lembrar que não é só consumir tamarindo que torna uma alimentação saudável – a dieta como um todo precisa ser saudável e contar com toda uma variedade de alimentos nutritivos.

A questão do excesso de peso e a sua relação com a doença hepática gordurosa

Como vimos no começo, o tamarindo é uma fruta um tanto quanto calórica, com suas 287 calorias em uma porção correspondente a uma xícara ou 120 g. Recordar essa informação é importante quando queremos saber se o tamarindo é bom para o fígado.

Isso porque não fica difícil concluir que ao consumir a fruta em excesso, principalmente dentro do contexto de uma dieta de baixa qualidade, já composta por outros alimentos calóricos, pouco nutritivos e cheios de açúcar ou gorduras ruins, a pessoa provavelmente experimentará a elevação do peso corporal.

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Há uma versão da doença hepática gordurosa – a doença hepática gordurosa não alcoólica, que como o próprio nome já entrega, atinge pessoas que consomem pouca ou nenhuma bebida alcoólica, conforme informações da Mayo Clinic, organização da área de serviços médicos e pesquisas médico-hospitalares dos Estados Unidos.

De acordo com a organização, dois dos fatores relacionados à doença hepática gordurosa não alcoólica são justamente o sobrepeso e a obesidade. Outras possíveis causas incluem a resistência à insulina, os níveis elevados de gorduras, particularmente triglicerídeos, no sangue e as taxas elevadas de glicose no sangue, como indício de pré-diabetes ou diabetes do tipo 2.

A Mayo Clinic também destacou que um dos fatores de risco para o desenvolvimento da doença hepática gordurosa não alcoólica é a obesidade, principalmente quando a gordura encontra-se concentrada no abdômen.

Ou seja, se encher de tamarindo com o objetivo de prevenir a doença hepática gordurosa ou outros problemas no fígado pode não ser uma boa ideia, tendo em vista que isso pode resultar no acúmulo de calorias e, consequentemente, ao aumento de peso, que está justamente associado ao desenvolvimento da doença.

Se você está preocupado em proteger a saúde do seu fígado, marque uma consulta com o médico e o nutricionista para saber que estratégias e tipo de dieta você deve adotar para auxiliar o bom estado e funcionamento apropriado do órgão.

Além de saber se o tamarindo é bom para o fígado

As pessoas que já sofrem com problemas hepáticos precisam consultar o médico que acompanha o seu caso para saber qual tipo de regime alimentar pode beneficiar a sua condição e quais alimentos devem ser deixados de lados nas refeições devido ao fato de poderem prejudicar o tratamento.

Além disso, a utilização de qualquer suplemento ou extrato para lidar com qualquer problema de saúde – incluindo os que atingem o fígado – deve ocorrer apenas mediante a autorização do médico e de acordo com as orientações do profissional.

É perigoso e nada prudente abandonar um tratamento prescrito pelo médico para lidar com algum problema no fígado e apostar somente em um determinado alimento, extrato ou suplemento para tentar curar ou controlar a condição sem supervisão profissional.

Tenha em mente que qualquer artigo da internet serve unicamente como fonte de informação e jamais pode substituir as orientações profissionais e qualificadas de um médico.

Fontes e Referências Adicionais:

Você já tinha ouvido falar que o tamarindo é bom para o fígado? Pretende experimentar essa fruta? Comente abaixo!

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Sobre Dr. Lucio Pacheco

Dr. Lucio Pacheco é Cirurgião do aparelho digestivo, Cirurgião geral - CRM 597798 RJ/ CBCD. Formou-se em Medicina pela UFRJ em 1994. Em 1996 fez um curso de aperfeiçoamento em transplantes no Hospital Paul Brousse, da Universidade de Paris-Sud, um dos mais especializados na Europa. Concluiu o mestrado em Medicina (Cirurgia Geral) em 2000 e o Doutorado em Medicina (Clinica Médica) pela UFRJ em 2010. Dr. Lucio Pacheco é autor de diversos livros e artigos sobre transplante de fígado. Atualmente é médico-cirurgião, chefe da equipe de transplante hepático do Hospital Copa Star, Hospital Quinta D'Or e do Hospital Copa D'Or. Além disso é diretor médico do Instituto de Transplantes. Suas áreas de atuação principais são: cirurgia geral, oncologia cirúrgica, hepatologia, e transplante de fígado. Para mais informações, entre em contato.

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