O Que Diz o Estudo Que Encontrou Relação Entre o Número de Filhos e o Mal de Alzheimer

atualizado em

A história reprodutiva de uma mulher pode influenciar seu risco de demência mais tarde na vida, sugere uma nova pesquisa.

Os cientistas estão buscando há alguns anos entender o que contribui para o risco de uma pessoa desenvolver o mal de Alzheimer e demências relacionadas. Teorias proeminentes focalizaram em doenças vasculares, como pressão alta, ou no sistema imunológico do corpo. Mas os pesquisadores também notaram que cerca de dois terços de todos os pacientes de Alzheimer são mulheres, sugerindo que o gênero também pode influenciar a doença.

A nova pesquisa, apresentada na Conferência Internacional da Associação de Alzheimer de 2018 em Chicago, em 23 de julho, sugere que, especificamente, as gravidezes de uma mulher e seu início de menstruação e menopausa podem influenciar seu risco de demência.

Apresentado por cientistas da Universidade da Califórnia e do grupo de saúde Kaiser Permanente, o estudo incluiu 14.595 mulheres entre 40 e 55 anos que usaram o plano de saúde da empresa entre 1964 e 1973. Elas ainda usavam esse plano 32 a 44 anos mais tarde, entre 1996 e 2017, o que forneceu ao grupo décadas de dados.

A equipe descobriu que as mulheres que tiveram três filhos ou mais tinham 12% menos chances de desenvolver demência, mesmo enquanto controlavam outros fatores de risco. Eles também descobriram que as mulheres cujas menstruações iniciaram mais tarde na adolescência tinham 31% mais chances de desenvolver demência do que aquelas que começaram a menstruar mais cedo, e que as mulheres que iniciaram a menopausa antes dos 45 anos tiveram 28% mais chances de desenvolver a doença do que aquelas que atingiram a menopausa mais tarde.

A razão pode ser a “exposição cumulativa ao estrogênio das mulheres ao longo da vida”, disse Paula Gilsanz, pesquisadora do Kaiser Permanente do Norte da Califórnia e autora do estudo. As mulheres que estão menstruando têm níveis mais elevados de estrogênio do que aquelas que não estão, e a gravidez aumenta drasticamente os níveis de estrogênio da mulher. Além dos níveis mais altos de estrogênio, o corpo de uma mulher passa por centenas de outras mudanças quando um bebê está se desenvolvendo, o que pode fornecer algum tipo de mecanismo protetor contra a demência mais tarde na vida.

Alternativamente, a forma como as mulheres cuidam de si durante a gravidez pode contribuir para reduzir o risco de demência. Durante a gravidez, as mulheres são aconselhadas a parar de beber, fumar e consumir cafeína para a proteção de seu filho em desenvolvimento. Talvez reduzir essas substâncias ao longo de pelo menos três gestações – cumulativamente mais de dois anos, na maioria dos casos – poderia proteger as mulheres a longo prazo.

  Continua Depois da Publicidade  

Alimentos processados de baixa qualidade também foram rotulados como uma causa potencial da doença de Alzheimer, e as mulheres grávidas devem evitar esses alimentos para consumir opções mais nutritivas.

Os pesquisadores também descobriram que as mulheres que relataram ter feito qualquer número de abortos na vida foram 8% mais propensas a desenvolver demência do que as mulheres que não o fizeram. As mulheres que tiveram abortos espontâneos podem ter algum risco para a saúde subjacente, que também passa a ser um fator de risco para o desenvolvimento de demência mais tarde.

Embora este estudo tenha sido um dos maiores sobre a relação entre mulheres e mal de Alzheimer, e bastante diversificado – aproximadamente um terço das participantes não eram brancas – está longe de ser conclusivo. Na semana passada, outro estudo descobriu que ter mais de cinco filhos estava ligado a um risco maior de desenvolver demência. Seja qual for a relação, ela é claramente complexo, assim como a doença em si.

Vídeo:

Gostou das dicas?

Você tem algum familiar ou conhece alguém que tenha desenvolvido o Mal de Alzheimer? As características reprodutivas dessa pessoa batem com os resultados do estudo? Comente abaixo!

Foi útil?
1 Estrela2 Estrelas3 Estrelas4 Estrelas5 Estrelas
Loading...
  Continua Depois da Publicidade  
Sobre Equipe MundoBoaForma

Quando o assunto é saúde, você tem que saber em quem confiar. Sua qualidade de vida e bem-estar devem ser uma prioridade para você. Por isso contamos com uma equipe profissional diversificada e altamente qualificada, composta por médicos, nutricionistas e profissionais de educação física. Nosso objetivo é garantir a qualidade do conteúdo que publicamos, que é também baseado nas mais confiáveis fontes de informação. Tudo isso para que você tenha confiança no MundoBoaForma e faça daqui sua fonte preferencial de consulta para assuntos relacionados à saúde, boa forma e qualidade de vida.

Deixe um comentário

2 comentários em “O Que Diz o Estudo Que Encontrou Relação Entre o Número de Filhos e o Mal de Alzheimer”

  1. Não me convenceu muito. Minha avó teve 4 gestações e foi acometida, minha mãe teve 3 e apresenta sinais, a mãe de um amigo teve 4 gestações e está em estágio avançado. E se o estrogênio cumulativo é um fator importante, o que dizer do uso prolongado de contraceptivos (estradiol)?

    Responder
    • Glaucia na minha família foi o seguinte: Minha mãe teve quatro gestações ( teve a doença) , ela tinha mais sete irmãos. Mais tres tiveram a doença.

      Responder