Mieloma múltiplo – O que é, sintomas e como tratar

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O mieloma múltiplo é um tipo de câncer que afeta o sangue. Entenda o que é, quais são os sintomas e como tratar essa doença.

Apesar de ser assustador receber um diagnóstico de mieloma múltiplo (ou linfoma), nem sempre a doença requer um tratamento imediato.

O mieloma múltiplo é um distúrbio do sangue que afeta os plasmócitos da medula óssea – responsáveis pela produção de anticorpos que combatem vírus e bactérias. É justamente por isso que pacientes com mieloma múltiplo podem ter anemia e infecções recorrentes.

Por outro lado, se não houver nenhum sintoma ou agravamento da doença, é possível apenas monitorar o mieloma com exames de sangue de rotina frequentes.

Mas, em todo caso, vale a pena entender o que é o mieloma múltiplo para ficar atento aos sintomas e saber quando começar o tratamento.

Mieloma múltiplo – O que é

Uma pessoa com mieloma múltiplo apresenta alterações nos plasmócitos, que são um tipo de glóbulo branco presente no sangue. Em uma situação ideal, os plasmócitos atuam produzindo anticorpos para combater infecções.

No entanto, no mieloma múltiplo, os glóbulos brancos presentes na medula óssea são anormais (cancerosos) e passam a se reproduzir rapidamente – se acumulando no local.

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Ao longo do tempo, essas células plasmáticas defeituosas podem superar o número de células saudáveis (inclusive de outros tipos como os glóbulos vermelhos, por exemplo) – prejudicando toda a função imunológica.

Apesar de também produzir anticorpos, os plasmócitos cancerosos só produzem anticorpos anormais chamados de proteínas monoclonais ou proteínas m.

De fato, o acúmulo de proteína m no corpo pode causar uma série de complicações – incluindo danos à função renal e problemas ósseos, por exemplo.

De acordo com a Stanford Health Care, o mieloma múltiplo é raro, mas qualquer alteração no número ou função das células do plasma sanguíneo deve ser monitorada.

Sintomas

diagnóstico do mieloma múltiplo

Os sintomas da doença variam bastante de pessoa para pessoa. No início do mieloma, muitos deles são imperceptíveis.

Mas a progressão da doença traz consigo pelo menos um dos seguintes sinais, que podem ser notados pelo próprio paciente ou em exames:

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Por isso, alguns sintomas que podem surgir são:

  • Cansaço e fadiga;
  • Fraqueza muscular;
  • Sede extrema;
  • Náusea e vômito;
  • Perda de apetite;
  • Dor de estômago;
  • Prisão de ventre;
  • Dor nos ossos;
  • Manchas roxas na pele;
  • Sonolência excessiva;
  • Irritabilidade;
  • Confusão e tontura;
  • Perda de força ou de sensibilidade nos dedos dos pés e das mãos;
  • Fraturas ósseas.

Geralmente, a doença se manifesta mais em homens acima de 50 anos de idade. Além disso, outros fatores de risco para a doença são:

  • Exposição à radiação;
  • Obesidade;
  • Etnia afro-americana;
  • Exposição a produtos tóxicos.

Como tratar o mieloma múltiplo

O mieloma múltiplo pode ser identificado precocemente. Para isso, basta que você faça alguns exames frequentemente para avaliar 3 fatores principais para o diagnóstico, como:

  1. Níveis de cálcio no sangue;
  2. Contagem de células sanguíneas;
  3. Níveis de proteína no sangue e na urina.

Então, o médico pode solicitar exames adicionais como testes de imagem e uma biópsia da medula óssea.

Ainda não existe cura para o mieloma múltiplo, mas há tratamentos que melhoram a qualidade de vida e que ajudam a retardar o desenvolvimento da doença e também o risco de complicações.

Por isso, faz parte do tratamento a realização de exames de sangue e de urina frequentes para acompanhar a progressão da doença e fazer os ajustes necessários na medicação.

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Nem sempre o tratamento é indicado logo no início, pois depende de como está a sua saúde geral. Mas as opções de tratamento disponíveis atualmente são:

1. Terapia direcionada

Essa terapia consiste no uso de remédios que bloqueiam uma substância química presente no mieloma, causando a morte das células cancerosas. Alguns exemplos são:

  • Bortezomibe;
  • Carfilzomibe.

2. Terapia biológica

Na terapia biológica, a estratégia é estimular o sistema imunológico a atacar as células cancerosas. Os remédios usados podem ser:

  • Talidomida;
  • Ledalidomida;
  • Pomalidomida.

3. Corticosteroides

Corticosteroides como a prednisona e a dexametasona, por exemplo, fazem parte do tratamento.

Isso porque esses remédios ajudam a reduzir a inflamação e a dar suporte ao sistema imune – que fica fragilizado em pessoas com mieloma múltiplo.

4. Quimioterapia ou radioterapia

A quimioterapia consiste no uso de remédios para eliminar as células cancerosas. Além disso, a radioterapia pode ser usada junto com a quimioterapia ou em seguida para reforçar o tratamento.

No entanto, essas terapias são bem fortes e podem causar uma série de desconfortos e efeitos colaterais aos pacientes.

5. Transplante de células-tronco

Uma última opção de tratamento consiste no transplante de células-tronco que devem ser obtidas de um doador saudável.

Considerações sobre o tratamento

Certamente, cada opção terapêutica tem seus prós e contras. Por isso, é muito importante discutir com o seu médico o que cada medicamento pode fazer por você e qual deve ser a sua escolha.

Além disso, é preciso considerar o estágio da doença. Apesar de não ter cura e existir o risco de complicações, a maioria das pessoas responde bem ao tratamento.

O ideal é sempre manter o contato com um hematologista de sua confiança e manter um estilo de vida saudável para minimizar ainda mais o risco de complicações da doença.

Vídeo

Por fim, uma dieta mais saudável é benéfica para qualquer doença, e com o câncer não é diferente. Saiba então quais são os alimentos que ajudam a prevenir e ajudar no tratamento do câncer:

Fontes e Referências Adicionais

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Sobre Dr. Lucio Pacheco

Dr. Lucio Pacheco é Cirurgião do aparelho digestivo, Cirurgião geral - CRM 597798 RJ/ CBCD. Formou-se em Medicina pela UFRJ em 1994. Em 1996 fez um curso de aperfeiçoamento em transplantes no Hospital Paul Brousse, da Universidade de Paris-Sud, um dos mais especializados na Europa. Concluiu o mestrado em Medicina (Cirurgia Geral) em 2000 e o Doutorado em Medicina (Clinica Médica) pela UFRJ em 2010. Dr. Lucio Pacheco é autor de diversos livros e artigos sobre transplante de fígado. Atualmente é médico-cirurgião, chefe da equipe de transplante hepático do Hospital Copa Star, Hospital Quinta D'Or e do Hospital Copa D'Or. Além disso é diretor médico do Instituto de Transplantes. Suas áreas de atuação principais são: cirurgia geral, oncologia cirúrgica, hepatologia, e transplante de fígado. Para mais informações, entre em contato.

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