Linfócitos altos ou baixos demais – O que significa?

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A realização de exames de sangue é algo comum, e quase sempre nos deparamos com resultados difíceis de interpretar, como é o caso dos linfócitos altos ou baixos demais.

Esses resultados podem trazer dúvidas e receios, principalmente quando estão fora da “faixa de normalidade” que aparece no laudo do laboratório.

Mas, como veremos neste artigo, as causas dos linfócitos altos ou baixos podem ser bem variadas, bem como os tratamentos disponíveis. 

Veja também: Exame de sangue de rotina – O que deve conter?

O que são os linfócitos?

Sangue
A contagem de linfócitos é apresentada em exames de sangue completos

Os linfócitos são células que fazem parte do sistema imunológico, e são comumente chamadas de Glóbulos Brancos.

Assim, podemos dizer que esses tipos de células estão envolvidas na defesa do corpo contra microrganismos invasores, além de atuarem também em alguns tipos de câncer, nas inflamações e doenças autoimunes.

Por isso, a contagem de linfócitos é comumente usada no diagnóstico de doenças, e sempre são solicitadas pelo médico, juntamente com outros exames de sangue.

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Além disso, existem diferentes tipos de linfócitos:

  • Linfócitos T, ou células T, que agem na identificação de organismos invasores e no combate direto a eles. Além disso, eles podem ainda ser divididos em CD4 e CD8.
  • Linfócitos B, ou células B, que são os responsáveis pela produção de anticorpos.

Linfócitos baixos

Os linfócitos baixos, ou linfopenia, é um quadro que ocorre quando a contagem de linfócitos no sangue está abaixo do normal. 

Além disso, os valores de linfócitos podem variar de acordo com algumas características pessoais, como o sexo:

  • Homens adultos: 1.120 – 2.950 células por microlitro de sangue
  • Mulheres adultas: 1.097 – 2.980.

Assim, quando os linfócitos estão abaixo desses números, pode ser que a imunidade esteja sendo afetada por algum problema de saúde, o que deixa o organismo mais vulnerável a infecções.

Já para crianças, os valores variam bastante de acordo com a idade, e os resultados dos exames devem ser avaliados sempre por um pediatra.

1. Causas

A diminuição do número de linfócitos pode estar ligada a uma série de causas, e muitas vezes pode ser difícil para o médico identificá-las. Mas em geral temos:

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  • Diminuição na produção dos linfócitos, seja por algum problema genético ou mesmo pela desnutrição.
  • Destruição dessas células pelo próprio organismo.
  • Uso de alguns medicamentos, como ocorre na quimioterapia utilizada no tratamento do câncer.
  • Infecções virais, como no caso do HIV.

Além disso, existem casos onde essa redução no número de linfócitos não possui uma causa identificável.

2. Tratamento

O tratamento para linfócitos baixos vai depender inteiramente do que está causando o problema. Por isso, é importante passar por uma avaliação médica, onde o profissional irá identificar a causa, quando possível, e determinar o tratamento mais adequado.

Além disso, para prevenir a linfopenia causada pela má nutrição, é importante manter uma dieta balanceada, que inclua uma quantidade adequada de proteínas, carboidratos e gorduras, além dos micronutrientes, como vitaminas e minerais.

Outro ponto importante é que, em casos onde há algum tipo de linfopenia genética na família, é aconselhável procurar um geneticista para avaliar o risco de transmitir o problema para os filhos.

Linfócitos altos

Linfócitos
Alta quantidade de linfócitos visto de microscópio

O aumento no número de linfócitos, também conhecida como linfocitose, normalmente ocorre quando há algum tipo de infecção, mas outras doenças também podem causar essa elevação.

Assim, como vimos anteriormente, a contagem de linfócitos é considerada normal quando está aproximadamente entre 1000 e 3000 células por microlitro de sangue. Ou seja, resultados acima de 3000 células já são considerados altos e, em geral, são investigados pelo médico.

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1. Causas

As possíveis causas da linfocitose, ou linfócitos altos, podem incluir:

  • Infecções virais, como a mononucleose, hepatites, rubéola, varicela, adenovírus, gripe, caxumba.
  • Infecções bacterianas, como a toxoplasmose e tuberculose.
  • Alguns tipos de câncer.
  • Intoxicação por certas substâncias, entre elas chumbo e benzeno.
  • Distúrbios metabólicos, como acidose diabética ou urêmica.
  • Tabagismo.
  • Cirurgia para remoção do baço, também conhecida como esplenectomia.
  • Doença autoimune
  • Doenças inflamatórias, como a doença de Crohn, colite ulcerativa e vasculite.

2. Tratamento

De forma semelhante ao que ocorre com a linfopenia, não existe um tratamento específico para os linfócitos altos. 

Desta forma, o médico irá avaliar cada caso e identificar o agente causador do problema, e a partir daí iniciar o tratamento mais adequado, que pode envolver o uso de antibióticos, antivirais, entre outros.

Fontes e referências adicionais

Você já foi diagnosticado com linfócitos altos ou baixos demais a partir de um exame de sangue? Comente abaixo!

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Sobre Dr. Lucio Pacheco

Dr. Lucio Pacheco é Cirurgião do aparelho digestivo, Cirurgião geral - CRM 597798 RJ/ CBCD. Formou-se em Medicina pela UFRJ em 1994. Em 1996 fez um curso de aperfeiçoamento em transplantes no Hospital Paul Brousse, da Universidade de Paris-Sud, um dos mais especializados na Europa. Concluiu o mestrado em Medicina (Cirurgia Geral) em 2000 e o Doutorado em Medicina (Clinica Médica) pela UFRJ em 2010. Dr. Lucio Pacheco é autor de diversos livros e artigos sobre transplante de fígado. Atualmente é médico-cirurgião, chefe da equipe de transplante hepático do Hospital Copa Star, Hospital Quinta D'Or e do Hospital Copa D'Or. Além disso é diretor médico do Instituto de Transplantes. Suas áreas de atuação principais são: cirurgia geral, oncologia cirúrgica, hepatologia, e transplante de fígado. Para mais informações, entre em contato.

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14 comentários em “Linfócitos altos ou baixos demais – O que significa?”

  1. Fui ao pediatra com minha filha de 2 anos de idade e a doutora disse que ela está abaixo do peso, passou uns exames e só consegui marcar o retorno para o mês que vem, mas estou preocupada com o resultado dos exames, poderiam me ajudar?
    *resultado do hemograma*
    Eritrograma Valor(es) de referência(s)

    Hemaceas………………………: 4,74 milhões/mm3 3,90 a 5,10 milhões/mm3

    Hemoglobina……………………: 13,1 g/dl 11,1 a 14,1 g/dL

    Hematócrito……………………: 37,90 % 34 a 40 %

    VCM…………………………..: 79,96 fl 75,00 a 87,00 fl

    HCM…………………………..: 27,64 pg 25,00 a 30,00 pg

    CHCM………………………….: 34,56 g/dl 31,00 a 37,00 g/dl

    RDW…………………………..: 13,3 % 11,6 a 14,5 %

    Leucograma

    Leucócitos…….: 7.360 /mm3 5.000 a 15.000 /mm³

    Células Atipicas.: 0,0 %

    Promielocitos….: 0,0 % 0 /mm3

    Mielócitos…….: 0,0 % 0 /mm3

    Metamielócitos…: 0,0 % 0 /mm3

    Bastonetes…….: 0,0 % 0 /mm3 /mm3

    Segmentados……: 37,1 % 2.731 /mm3 1.500 a 8.000/mm3

    Eosinófilos……: 4,8 % 353 /mm3 100 a 1.000/mm3

    Basófilos……..: 0,6 % 44 /mm3 20 a 100/mm3

    Linfócitos…….: 50,7 % 3.732 /mm3 6.000 a 9.000/mm3

    Monócitos……..: 6,8 % 500 /mm3 200 a 1.000/mm3

    Total………..: 100

    Contagem de Plaquetas……………: 219.000 /mm3 200.000 a 450.000/mm³

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  2. @Carina, ainda não. Estou no ‘observa e aguarda’ o que os americanos às vezes chamam de ‘wait and worry’ 🙂 . Como sou ighv não mutado a minha previsão não é a melhor.

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    • tbm to nesssa de wait and worry! horvel neh? mas tenho 50 anos. Falam que é uma deonca de pessoas mais idosas…tipo a suzana Vieria que teve recentemente e tratou! deu tudo certo!
      Enfim, vamios aguardar os proximos capitulos! tenso!

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  3. Em 2015 meu exame de sangue deu leucócitos alto e também linfócitos alto demais. A médica otorrina a quem mostrei o exame não deu importância, achou que era algo passageiro. Em 2017 depois de outro hemograma antes de uma cirurgia soou o alarme e fui enviado para uma hematologista. Estou com leucemia linfoide crônica

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  4. Meus linfoticos tipicos deram 44% ,o medico ao olhar o hemograma disse que ta normal,vai saber.?!

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