Gordura no Fígado é Grave? Tem Cura?

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Entenda por que gordura no fígado é grave, veja se a doença tem cura, como ela é diagnosticada e algumas formas de tratamento.

A gordura no fígado também é conhecida como esteatose hepática e acontece quando a gordura se acumula no fígado. Embora pequenas quantidades de gordura neste órgão seja normal, uma grande quantidade pode se tornar um problema de saúde.

Essa condição atinge 30% dos brasileiros e segundo Raymundo Paraná, hepatologista e presidente da Associação Latino-Americana para o Estudo do Fígado, estima-se que ela já atinja 40% dos adultos que moram no Ocidente.

O fígado é o segundo maior órgão do corpo, e ele ajuda a processar os nutrientes dos alimentos e bebidas e filtra as substâncias nocivas do sangue. Saiba mais sobre as funções do fígado e por que é tão importante.

Ter muita gordura no fígado é grave porque pode causar inflamação, o que pode danificá-lo e criar cicatrizes, e em casos severos, essa cicatrização pode levar à insuficiência hepática.

Quando ela se desenvolve em alguém que ingere uma grande quantidade de bebidas alcoólicas, é conhecida como doença hepática gordurosa alcoólica (DHGNA).

Há várias causas para a gordura no fígado e muitas vezes os seus principais sintomas podem ser silenciosos. Por isso, no caso de qualquer suspeita é muito importante conversar com o seu médico para que ele possa examinar o seu fígado.

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Por que gordura no fígado é grave?

Entre suas inúmeras repercussões, está a inflamação, que desencadeia resistência à insulina e pré-diabetes, o que significa que o seu corpo deposita gordura no fígado entre outros órgãos, incluindo o seu estômago, o que é chamado de gordura visceral.

Além disso, o excesso de açúcar e amido pode criar problemas mais sérios, incluindo triglicerídeos altos, HDL baixo (colesterol “bom”), grandes quantidades de LDL (colesterol “ruim”) e aumenta o risco de ataque cardíaco.

Infelizmente, a maioria das pessoas não tem ideia de que tem gordura no fígado. Hoje em dia existem até pré-adolescentes com a condição porque consomem refrigerante há anos e agora precisam de transplante de fígado.

A frutose, o adoçante primário dos refrigerantes, é um fator importante nas taxas cada vez maiores de doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA), e as crianças continuam sendo alimentadas com frutose e outras substâncias altamente tóxicas.

De acordo com o Ministério da Saúde, 54% dos brasileiros estão acima do peso e 18% são obesos e essas estatísticas sobem a cada ano, bem como o número de pessoas que sofrem com gordura no fígado.

Como a gordura no fígado é diagnosticada

Como geralmente os seus sintomas não são percebidos, não é fácil descobrir que alguém sofre com essa condição.

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O seu médico pode suspeitar que você a possui se você obtiver resultados anormais em exames hepáticos que foram realizados por outros motivos.

Para fazer um diagnóstico, seu médico irá pedir:

  • Seu histórico médico;
  • Como parte do seu histórico médico, ele perguntará sobre o consumo de bebidas alcoólicas para descobrir se a gordura no fígado é um sinal de doença hepática gordurosa alcoólica ou não alcoólico.

Ele também perguntará quais medicamentos você toma para tentar determinar se algum medicamento pode estar causando a doença hepática gordurosa não alcoólica.

  • Um exame físico;
  • Vários exames, incluindo de sangue e imagem, e algumas vezes até mesmo uma biópsia.

Durante o exame físico, seu médico examinará seu corpo e verificará seu peso e altura.

Ele irá procurar sinais de doença hepática gordurosa, como por exemplo:

  • Sinais de cirrose, como icterícia, condição que faz com que a pele e a parte branca dos olhos fiquem amareladas;
  • Fígado aumentado.

Você provavelmente fará exames de sangue, incluindo de função hepática e hemograma.

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Em alguns casos, você também poderá fazer exames de imagem, como os que verificam a rigidez do fígado e se há gordura neste órgão.

A rigidez hepática pode significar fibrose, que é uma cicatriz do fígado, e em alguns casos, você também pode precisar de uma biópsia hepática para confirmar o diagnóstico e verificar a gravidade dos danos no fígado.

Gordura no fígado tem cura?

Como você pode ver, a gordura no fígado é grave porque além de poder ser a causa de várias outras condições, você pode até precisar de um transplante de fígado.

Mas a boa notícia é que o tratamento mais eficaz até agora não envolve medicamentos, mas mudanças em seu estilo de vida. A má notícia é que para algumas pessoas essas mudanças geralmente podem ser difíceis de alcançar e se manter.

As mudanças no estilo de vida recomendadas pelos médicos para pessoas com gordura no fígado são:

– Perda de peso

A perda de aproximadamente 5% do seu peso corporal pode ser suficiente para melhorar os resultados anormais dos exames hepáticos e diminuir a gordura no fígado.

Perder entre 7% e 10% do peso corporal parece diminuir a quantidade de inflamação e lesão das células hepáticas e pode até reverter alguns dos danos da fibrose.

O recomendado é uma perda de peso gradual, pois a perda de peso muito rápida pode piorar tanto a inflamação como a fibrose. Veja algumas dicas para a melhor dieta para gordura no fígado.

Você pode perguntar para o seu médico sobre a cirurgia para perda de peso caso não esteja avançando em seu emagrecimento e a sua saúde estiver em risco.

– Exercícios físicos

Aparentemente, o exercício aeróbico também leva à diminuição da gordura no fígado e, quando realizado em uma intensidade vigorosa, possivelmente também diminui a inflamação, independentemente da perda de peso.

O treino de resistência também é um exercício físico que ajuda as pessoas que sofrem com o acúmulo de gordura no fígado, ou seja, levantar peso ajuda a combater essa condição de saúde.

Mas também não se pode deixar de destacar que a prática regular de exercício físico é um grande aliado da saúde e da perda de peso.

– Alimentação saudável

Alguns estudos sugerem que a dieta mediterrânea, considerada a mais saudável do mundo, também pode diminuir a gordura no fígado.

Este plano nutricional enfatiza os vegetais, as frutas, grãos integrais, castanhas, legumes, a substituição da manteiga por azeite ou óleo de canola, um consumo menor de carne vermelha e mais peixe e aves magras.

– Vacinas para hepatite A e B

Seu médico pode pedir para você tomar vacinas para a hepatite A e B, gripe e a doença pneumocócica.

Isso porque se você contrair hepatite A ou B, ter gordura no fígado é grave, pois é mais provável que lhe cause a insuficiência hepática.

Pessoas com doença hepática crônica são mais propensas a contrair infecções, portanto as outras duas vacinas também são importantes.

– O café pode te ajudar

Alguns estudos mostraram que pacientes com gordura no fígado que bebiam café (cerca de duas xícaras por dia) tinham um risco menor de fibrose.

No entanto, leve em consideração as desvantagens da ingestão regular e em excesso de cafeína.

Mesmo que seja difícil fazer essas mudanças em seu estilo de vida, bem como perder peso, os benefícios para sua saúde serão imenso principalmente se você tiver gordura no fígado.

Lembre-se de que a gordura no fígado é grave e sua cura depende apenas de você, além de que essas mudanças em seu estilo de vida podem melhorar ou resolver o seu problema além de te ajudar manter o seu coração e a sua saúde geral estáveis.

Vídeo: 8 sintomas de gordura no fígado

Fique por dentro dos sinais que a gordura no fígado pode dar e conheça boas trocas para a saúde do órgão:

Vídeo: 5 trocas importantes para seu fígado e saúde

Fontes e Referências Adicionais

Você já imaginava que gordura no fígado é grave? Já foi diagnosticado com a condição? Comente abaixo!

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Sobre Dr. Lucio Pacheco

Dr. Lucio Pacheco é Cirurgião do aparelho digestivo, Cirurgião geral - CRM 597798 RJ/ CBCD. Formou-se em Medicina pela UFRJ em 1994. Em 1996 fez um curso de aperfeiçoamento em transplantes no Hospital Paul Brousse, da Universidade de Paris-Sud, um dos mais especializados na Europa. Concluiu o mestrado em Medicina (Cirurgia Geral) em 2000 e o Doutorado em Medicina (Clinica Médica) pela UFRJ em 2010. Dr. Lucio Pacheco é autor de diversos livros e artigos sobre transplante de fígado. Atualmente é médico-cirurgião, chefe da equipe de transplante hepático do Hospital Copa Star, Hospital Quinta D'Or e do Hospital Copa D'Or. Além disso é diretor médico do Instituto de Transplantes. Suas áreas de atuação principais são: cirurgia geral, oncologia cirúrgica, hepatologia, e transplante de fígado. Para mais informações, entre em contato.

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