Falhas fazem revista científica tirar estudo sobre vitamina D e COVID-19 do ar

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A vitamina D é um nutriente muito importante para a manutenção da saúde do corpo. No entanto, durante a pandemia do novo coronavírus surgiu um debate sobre o seu uso para tratar a COVID-19.

O problema é que um estudo que sugeriu que a vitamina D poderia supostamente ajudar neste sentido está recebendo críticas. Isso porque não respeitou os critérios científicos necessários para que os seus resultados pudessem se aplicar com segurança à população.

A pesquisa em questão não usou métodos suficientemente fortes para sustentar as conclusões que apresentou. Assim, o estudo foi retirado do ar e está sendo investigado pela revista científica The Lancet, que o publicou originalmente.

A tal pesquisa teve muitos compartilhamentos na internet. Por outro lado, a divulgação da retratação que expôs a preocupação com a validade do estudo não ocorreu na mesma intensidade.

Que estudo foi esse?

Análise de vitamina D

Estudos observacionais chegaram a mostrar que alguns grupos de pessoas possuem mais chances de ter deficiência de vitamina D e COVID-19. Geralmente, pessoas mais velhas, obesos e pessoas de pele mais escura, como os negros e as pessoas do sul da Ásia.

É possível que a deficiência do nutriente seja a razão para essas pessoas terem mais risco de contrair a doença.

Entretanto, também pode ser que fatores de saúde e ambientais sejam os responsáveis tanto por uma redução nos níveis da vitamina quanto pela maior chance de pegar o novo coronavírus.

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Além disso, é possível que a diminuição da vitamina D no organismo seja uma consequência e não uma causa da COVID-19.

Assim, para poder isolar a vitamina D como causa, seria necessário fazer estudos controlados randomizados adequadamente, que permitem que os cientistas tenham certeza de qual resultado um tratamento gera.

Nesses testes, divide-se os participantes de forma aleatória, sem escolha prévia. Enquanto um grupo recebe o tratamento que se deseja avaliar, o outro recebe um placebo (substância neutra sem efeitos) ou outra terapia.

Um estudo da Universidade de Barcelona afirmou que fez esse tipo de estudo. A pesquisa sugeriu que a vitamina D gerou uma redução de 80% na entrada na terapia intensiva e de 60% nas mortes por COVID-19.

No entanto, durante o estudo, administrou-se a vitamina D a todos os pacientes em enfermarias, enquanto o que deveria ocorrer em uma pesquisa rigorosa era distribuir aleatoriamente o suplemento para os participantes.

Outros problemas

A anestesiologista e médica de cuidados intensivos Aurora Baluja revisou a pesquisa para o The Lancet e ressaltou que o efeito extremo da vitamina D que a pesquisa apontou nunca foi observado em um ensaio clínico randomizado.

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Baluja explicou que embora a deficiência de vitamina D fosse um fator de risco bem estabelecido entre as pessoas que morrem na terapia intensiva, a suplementação de vitamina D nunca conseguiu reduzir o risco desses pacientes.

Ela esclareceu que a carência do nutriente costuma ser fruto de algo muito mais profundo, como desnutrição ou insuficiência renal. Portanto, não seria a deficiência de vitamina D a causa da morte dos pacientes.

Além disso, uma pesquisa da USP apontou que a vitamina D não melhorou expressivamente casos moderados e graves de COVID-19.

Consequências perigosas

O perigo da divulgação ampla de um estudo com falhas como esse é que as pessoas podem entender que a vitamina D é a solução definitiva contra a COVID-19. E o problema não está em apenas usar o suplemento por conta própria.

Embora seja relativamente segura, doses altas de vitamina D podem provocar problemas nos rins, como cálculos renais. Tomar muita vitamina D por meio de suplementos pode causar a toxicidade por vitamina D ou hipervitaminose D.

Sua principal consequência é o acúmulo de cálcio (hipercalcemia) no sangue, o que pode gerar náusea, vômito, fraqueza e urina frequente. Além disso, a hipervitaminose D pode provocar dores nos ossos.

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Mas há outro perigo grave das pessoas tomarem a vitamina D ou qualquer outro medicamento sem comprovação como uma forma de prevenção ou cura definitiva contra a COVID-19.

É que elas podem achar que não precisam mais se vacinar contra a doença ou adotar as medidas de proteção como usar máscaras, manter o distanciamento social e lavar as mãos com frequência. Como resultado, o vírus ganha força para se espalhar.

Vídeo

Falando no contágio do vírus, conheça e aprenda como evitar o hábito que te coloca em risco de contágio, com o vídeo da nossa nutricionista a seguir:

Fontes e Referências Adicionais

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