Estresse Aumenta o Colesterol e Triglicérides?

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Quem nunca sentiu-se estressado, nem que seja um pouquinho? Nos dias de hoje, em que vivemos na constante correria e temos diversos compromissos e exigências profissionais, acadêmicas, familiares, de amigos e até de nós mesmos, fica difícil não ser pego pelo estresse.

O estresse pode interferir na maneira pela qual uma pessoa se sente, se comporta, pensa e, inclusive, na forma de funcionamento do seu organismo, tendo em vista que a mente e o corpo estão em constante interação.

Ainda que todo mundo precise de certa medida de estresse porque a falta dele indica que o corpo está pouco estimulado, o estresse muito intenso ou prolongado faz com que o corpo libere hormônios relacionados a ele durante um longo período.

Isso faz com que o risco de desenvolvimento de problemas físicos como dores de cabeça, perturbações estomacais, pressão alta, ataque cardíaco e acidente vascular cerebral aumente. Isso sem contar que o estresse também gera problemas de ordem psicológica como sensações de descrédito, raiva e medo.

A condição também está associada ao desenvolvimento de distúrbios de ansiedade e depressão. Mas não é somente isso: o estresse em longo prazo pode causar danos ao sistema imunológico.

Além disso, uma pesquisa realizada por cientistas dos Estados Unidos e do Canadá, sugeriu que a condição aumenta as chances de desenvolvimento de infecções virais. Já um estudo feito por um pesquisador de Londres indicou que o estresse eleva o risco de desenvolvimento da síndrome metabólica.

A síndrome metabólica é descrita pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) como um conjunto de fatores de risco que se manifestam em uma pessoa e aumentam as suas chances de sofrer com doenças cardíacas, derrames e diabetes.

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Ou seja, muito estresse pode fazer mal de diversas maneiras para a nossa saúde. Mas será que o estresse aumenta o colesterol e triglicérides também?

Será que o estresse aumenta o colesterol?

Existem evidências convincentes de que os níveis de estresse podem causar uma elevação de maneira indireta nas taxas do colesterol ruim.

Isso porque um estudo indicou que o estresse está associado ao fato de ter uma dieta menos saudável e um peso corporal maior, que são conhecidos como fatores de risco para o colesterol elevado, e informou ainda que isso foi identificado especialmente nos homens.

Pesquisa indicou uma associação entre o estresse no trabalho e o aumento do colesterol

Conforme o National Health System (Serviço Nacional de Saúde, NHS, sigla em inglês) do Reino Unido, uma pesquisa espanhola feita com 90 mil pessoas – por meio de questionários – indicou que aquelas que afirmaram terem estresse no trabalho apresentavam maiores chances de possuir níveis anormais de lipídeos, taxas altas do colesterol ruim e níveis baixos do colesterol bom.

Para os pesquisadores, os resultados obtidos no estudo apoiam a ideia de que pode haver uma associação entre o estresse no trabalho e a presença de níveis anormais de lipídeos no sangue (como o colesterol), informou a NHS.

Entretanto, os pesquisadores do estudo reconhecem que o efeito observado em relação ao estresse profissional neste sentido é relativamente pequeno, já que traz um aumento de 10% nas chances de se ter níveis anormais de lipídeos.

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O estudo foi conduzido por pesquisadores de uma seguradora em parceria com duas universidades na Espanha, foi publicado no Scandinavian Journal of Public Health (Jornal Escandinavo de Saúde Pública) e os participantes da pesquisa eram trabalhadores cobertos pela seguradora que tinham consultas médicas anuais, completou a NHS.

Ainda que considere a força do estudo devido à elevada quantidade de participantes envolvidos e a utilização dos mesmos métodos para analisar todos esses participantes, a NHS apontou algumas limitações da pesquisa, que fazem com que não possamos afirmar com plena certeza que o estresse aumenta o colesterol – ao menos não de maneira direta.

A primeira limitação é que o estudo não avaliou a dieta dos entrevistados e pessoas com estresse no trabalho podem comer de maneira menos saudável – outro fator de pode influenciar nos níveis de lipídeos no sangue.

Outro questionamento é que o questionário avaliou o estresse por meio de uma única pergunta, o que pode não captar todos os aspectos do estresse. Além disso, diferentes pessoas podem não considerar como estressantes as mesmas coisas. A pergunta também não separa as exatas situações estressantes em um local de trabalho e as habilidades individuais para lidar com eles.

A terceira limitação citada é que os trabalhadores que estavam fora, por estarem doentes, não poderiam ter tido a sua consulta médica de rotina e a mostra da pesquisa pode ter deixado de incluir algumas pessoas que têm problemas de saúde mais graves com estresse.

De maneira geral, não se considera estar claro por meio do estudo se o estresse realmente é uma causa direta do aumento dos níveis de lipídeos. Porém, a pesquisa é classificada como uma evidência de boa qualidade de que o estresse no ambiente de trabalho pode ter um efeito prejudicial em relação à saúde física e mental. A análise do estudo espanhol foi realizada pela Bazian e editada pelo site da NHS.

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O estresse aumenta o triglicérides?

Agora que já analisamos com cuidado se o estresse aumenta o colesterol, será que ele também pode influenciar os nossos níveis de triglicérides?

De acordo com informações do Centro Médico da Universidade de Rochester nos Estados Unidos, os níveis elevados do hormônio cortisol, que surgem em decorrência do estresse de longo prazo, podem aumentar os níveis de triglicérides.

Segundo alertou a instituição, o triglicérides elevado é um dos fatores de riscos comuns para o desenvolvimento de doença no coração.

Pesquisa apontou que o estresse pode fazer triglicérides ficarem mais tempo no sangue

Em um estudo, pesquisadores da Universidade Estadual de Ohio, nos Estados Unidos testaram em quanto tempo o triglicérides saiu do sangue de voluntários depois de um período de estresse induzido, em comparação a um período de descanso.

O resultado? O estresse fez com que os triglicérides permanecessem por mais tempo na corrente sanguínea dos participantes, que eram 70 pessoas saudáveis, não fumantes e de meia idade.

Metade eram homens e metade eram mulheres. Metade tinha entre 40 e 48 anos de idade, enquanto metade possuía entre 45 a 61 anos. Todos os voluntários foram testados duas vezes, com um intervalo de três dias entre cada teste.

Foi utilizada uma solução contendo triglicérides – o equivalente a aproximadamente 100 calorias – durante o experimento. Em uma sessão, os participantes apenas descansaram e o seu nível de triglicérides foi checado continuamente por 40 minutos.

Na outra, eles receberam a solução com o triglicérides e foram submetidos a uma tarefa estressante de 40 minutos e, então, tiveram a sua taxa de triglicérides checada continuamente por 40 minutos.

Embora para todos os voluntários os níveis de triglicérides tenham diminuído mais rapidamente no teste de descanso do que no teste estressante, em algumas pessoas as diferenças foram drásticas e em outras as divergências em relação às taxas de triglicérides foram pequenas, o que reflete as diferenças na maneira pela qual cada pessoa metaboliza a gordura.

Para a pesquisadora Catherine Stoney, coautora do estudo, foi significativo que o estresse teve um efeito negativo em todos os participantes. Ela explicou também que durante um momento de estresse, as pessoas não metabolizam a gordura de modo tão rápido e eficiente.

A pesquisadora afirmou ainda que, se uma pessoa consome um lanchinho ou faz uma refeição rica em gorduras durante um período de estresse, aquela gordura vai circular por mais tempo na corrente sanguínea. Segundo Stoney, isso significa que há mais probabilidades de que essa gordura seja depositada nas artérias onde pode contribuir com a doença cardíaca.

O triglicérides é produzido pelo nosso organismo e também pode ser obtido na alimentação por meio de alimentos ricos em carboidratos simples como açúcar e farinha branca e dos alimentos gordurosos.

Fontes e Referências Adicionais:

Você já tinha ouvido falar que o estresse aumenta o colesterol e triglicérides? Tem andado muito estressado e um exame de sangue mostrou esse aumento? Comente abaixo!

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Sobre Felipe Santos e Dra. Patrícia Leite

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7 comentários em “Estresse Aumenta o Colesterol e Triglicérides?”

  1. Meu nome é Maria Vera Matias Guerra tive uma crise de estresse muito grande ansiedade durante dois meses e depois fui fazer exames de sangue o triglicérides e colesterol muito alto fiquei preocupada

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  2. Boa noite

    Tenho tido dias estressantes no trabalho. E sentindo alguns sintomas diferentes. Tenho diabetes . Então f9z exames achando q estava descontrolada. E pra minha surpresa meu triglicerideos deu o valor de 1074. Sendo q tenho 48 anos e o desejável é 150. Será q tem haver com o estresse emocional e crise de ansiedade diárias q estou tendo?
    Pq não tem como sair desse estresse todo sendo q preciso do emprego. Estou desesperada. Alguém pode ne ajudar?

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  3. Sou muito ansioso, fico estressado no nada.. descobrir tenho triglicerídeos, nosso Deus, exame que fiz na empresa fiquei pendência ..

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  4. Faço academia, como saudável durante a semana, no final de semana me reservo o direito de comer 1 ou 2 fatias de pizza acompanhado de 1/4 copo de refrigerante. Meu colesterol está limítrofe a bastante tempo e agora ele passou de limítrofe para alto. Acredito que o stress influencia sim, passei um ano e meio sem dormir direito, tive uma crise de estafa e o médico prescreveu excitalopran. Tenho histórico familiar de AVC, Infarto e colesterol alto. Não vejo outro motivo para esses níveis senão o estresse. O demais exames estão normais ( triglicérides, insulina, glicose em jejum, hemoglobina glicada etc..)

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    • No meu caso em 3 anos de estudo com meu médico, constatou-se Hipercolesterolemia Familiar (HF), que é uma doença genética do metabolismo das lipoproteínas cujo modo de herança é autossômico codominante e que se caracteriza por níveis muito elevados do colesterol da lipoproteína de baixa densidade (LDL-c), e pela presença de sinais clínicos característicos, como xantomas tendíneos e risco aumentado de doença arterial coronariana prematura 1. Herdei isso por parte paterna.

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