Dicas de jejum intermitente para quem já passou dos 35 anos

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É bem difícil encontrar alguém que não conheça, ao menos de ouvir falar, jejum intermitente e seus benefícios.

Entretanto, para quem já passou dos 35 e sempre teve uma dieta sem restrições, a ideia de ficar várias horas em jejum pode parecer muito desafiadora.

Afinal, o jejum intermitente envolve justamente comer dentro de um período de horas (janela aberta) e privar-se de alimentos no restante do dia (janela fechada).

Será que é mais difícil para uma pessoa que já passou dos 35 anos seguir o jejum intermitente? E será que existem cuidados específicos que aqueles que estão nessa faixa etária precisam observar ao aderir ao método?

É preciso fazer algo diferente no jejum intermitente para ter melhores resultados quando se tem mais de 35 anos? Fique por aqui pois vamos falar justamente a respeito disso no artigo de hoje!

A dificuldade em seguir o protocolo padrão

O protocolo geralmente utilizado para o jejum intermitente é o de 16×8. Nele, a pessoa jejua ao longo de 16 horas do dia e faz as suas refeições em uma janela com duração de oito horas.

Entretanto, para quem já passou dos 35 anos pode ser mais difícil conseguir cumprir esse padrão de jejum.

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Um dos motivos é que com 35 anos ou mais, a pessoa pode ter um ritmo de vida diferente de pessoas mais novas, com responsabilidades com o filhos ou um trabalho muito extenuante, por exemplo. Há ainda aqueles que precisam cuidar dos pais idosos e doentes.

Outras pessoas não conseguem ficar 16 horas sem comer por questões de saúde, já que se sentem mal ao ficar tanto tempo em jejum.

Isso significa que o jejum de 16×8 não funciona para quem já passou dos 35 anos? Na verdade, ele funciona sim. Mas a grande questão é que quem tem mais de 35 anos de idade pode ser mais difícil fazer o jejum de 16×8 todos dia.

A opção do jejum de 20, 21 ou 24 horas

Jejum intermitente

Para quem tem mais de 35 e não possui contraindicações, a alternativa pode ser o jejum de 20, 21 ou até 24 horas, duas a três vezes por semana.

Isso para ter bons resultados em termos de emagrecimento e eliminação de células nocivas ao organismo (autofagia).

Quem tem mais idade apresenta mais células defeituosas em seu corpo. Para as pessoas que já são mais velhas, quanto mais tempo de jejum, mais benefícios haverá em relação à autofagia.

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A orientação é fazer o jejum de 20, 21 ou 24 horas em dias intercalados, jamais consecutivos. Ou seja, um dia de jejum, mais dois dias com alimentação normal com todas as refeições; outro dia de jejum e assim sucessivamente.

Fazer o jejum de 20, 21 ou 24 horas todos os dias torna muito difícil organizar a alimentação, de modo que ela forneça todos os antioxidantes, vitaminas, fibras, minerais, carboidratos, proteínas, gorduras e calorias (energia) que o organismo necessita para sobreviver.

Isso sem contar que fazer o jejum intermitente de 24 horas muitas vezes por semana pode acabar com o sistema imunológico.

Método exige muitos cuidados

Seguir um jejum intermitente de 20, 21 ou 24 horas diariamente é somente para aqueles que têm muito acompanhamento nutricional e médico. Afinal, a pessoa comerá praticamente apenas uma vez por dia

Por exemplo, no jejum de 24 horas, se tomar o café da manhã às 8h, só poderá comer novamente às 8h do dia seguinte. E assim por diante.

Portanto, quando passarem as 24 horas e a pessoa efetivamente puder comer, a refeição deverá ser perfeita e super equilibrada, com todas as vitaminas, minerais, fibras, carboidratos, proteínas, gorduras saudáveis e antioxidantes que o organismo necessita.

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É necessário ressaltar ainda que o jejum de 20, 21 ou 24 horas é uma abordagem mais pesada e difícil de ser seguida pela maioria das pessoas. Principalmente aquelas que nunca fizeram o jejum antes e não estão adaptados a esse tipo de técnica.

Por isso, a recomendação é fazer o jejum intermitente de 20, 21 ou 24 horas apenas se não tiver nenhum tipo de contraindicação médica e se já tiver costume com o jejum intermitente.

Adotar de uma hora para a outra um regime que envolve ficar 20, 21 ou 24 horas sem comer vai ser bem difícil. Além de poder não aguentar, a pessoa corre o risco de passar mal.

Assim, para quem é novato no mundo do jejum intermitente, uma saída mais segura pode ser começar com o jejum menor (12 horas, por exemplo). Então, aumentar o período da janela fechada aos pouquinhos.

Converse com o seu nutricionista a respeito de qual é o melhor protocolo de jejum intermitente para a sua saúde.

Planejamento é a palavra-chave

Se a correria da vida após os 35 é motivo para ter uma alimentação ruim, a solução para abandonar esse padrão é planejar-se muito bem.

No jejum intermitente, reduz-se o número de refeições em comparação a uma dieta normal, o que já facilita a organização das refeições.

A sugestão é listar no papel tudo o que vai estar em cada refeição, para que todas sejam equilibradas e nutricionalmente variadas. Isso é essencial para ter disposição ao longo de todo o dia mesmo ficando várias horas sem comer.

Se você tiver dificuldades para fazer isso por conta própria, procure o auxílio de um nutricionista. Por exemplo, quando se faz jejum intermitente e se come menos não dá para limitar um café da manhã a pão com café com leite. Cada refeição precisa ser muito nutritiva.

No caso do café da manhã, ele precisará ter a companhia de outros alimentos. como fruta, suco verde, alguns vegetais e até uma proteína de alto valor biológico como o ovo, por exemplo.

Assim que tudo estiver escrito, escolher um dia em que esteja mais livre em cada semana para preparar previamente os pratos que consumirá na semana.

O que for perecível deverá ficar na geladeira. Assim, na hora de comer bastará descongelar e esquentar a refeição.

Ciclo de jejum para manter os benefícios

Recomenda-se seguir o protocolo escolhido de jejum intermitente ao longo de seis semanas. Após, a orientação é parar por duas semanas com o jejum.

Além disso, continuar a manter uma alimentação equilibrada, consumir bastante água, dormir bem e demais atitudes saudáveis para o seu organismo.

Depois duas semanas de pausa, o jejum intermitente deverá voltar mais seis semanas. A ideia é fazer um ciclo de jejum, com duas semanas de pausa a cada seis semanas. Para que o organismo não se acostume ao método e para seus benefícios continuem a aparecer.

A nossa nutricionista também esclarece sobre o jejum intermitente após os 35 no vídeo a seguir:
Fontes e referências adicionais:

E então, gostou das dicas? Acha que o jejum intermitente pode ser uma boa para você? Conte para nós nos comentários!

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Sobre Dra. Patricia Leite

Dra. Patricia é Nutricionista - CRN-RJ 0510146-5. Ela é uma das mais conceituadas profissionais do país, sendo uma referência profissional em sua área e autora de artigos e vídeos de grande sucesso e reconhecimento. Tem pós-graduação em Nutrição pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, é especialista em Nutrição Esportiva pela Universidad Miguel de Cervantes (España) e é também membro da International Society of Sports Nutrition.

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