Diabético Pode Comer Arroz Integral?

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Veja se é verdade que o diabético pode comer arroz integral ou se esse é um dos alimentos que quem possui a condição deve evitar na dieta.

Isso porque, ao ser diagnosticado com a diabetes, o paciente sabe que terá que modificar muitas coisas em seu estilo de vida, entre elas a alimentação. Uma dieta que favoreça – e não prejudique ainda mais – o controle dos níveis de açúcar do sangue é parte importante do tratamento da doença.

Além de entender se o diabético pode comer arroz integral, vale a pena conhecer algumas dicas de dieta para diabéticos mais importantes e conferir os benefícios do arroz integral para a saúde.

A diabetes

Antes de analisar se o diabético pode comer arroz integral em sua dieta, para que a nossa compreensão seja clara, precisamos conhecer melhor a diabetes.

Pois bem, a doença é caracterizada por níveis muito elevados de glicose (açúcar) no sangue. Essa substância é a maior fonte de energia para o nosso organismo e é oriunda dos alimentos que consumimos nas refeições.

Uma pessoa desenvolve a condição quando o seu corpo não dá conta de produzir uma quantidade suficiente ou qualquer quantia de insulina ou não consegue utilizar o hormônio adequadamente.

Isso faz com que a glicose permaneça no sangue e não atinja as células do organismo, já que a insulina é justamente responsável por auxiliar a glicose obtida através da dieta a chegar até as nossas células e ser utilizada como energia.

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Ao descobrir que sofre com a diabetes, é fundamental que o paciente não perca tempo e siga todas as orientações passadas pelo médico para o seu tratamento.

Até porque, com o passar do tempo, ter níveis elevados de glicose no sangue pode gerar uma série de complicações como doença no coração, acidente vascular cerebral (AVC), doença nos rins, problemas nos olhos, doenças dentárias, danos nos nervos e problemas nos pés.

E então, será que o diabético pode comer arroz integral?

Uma matéria publicada no site da Escola de Saúde Pública T.H. Chan da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, informou que, por ser um alimento que é digerido de maneira mais lenta, o arroz integral resulta em uma alteração mais reduzida e mais delicada na taxa de açúcar sanguíneo.

Ao contrário do arroz branco, que é conhecido por provocar picos nos níveis de açúcar no sangue, o consumo de uma quantidade moderada de grãos integrais como o arroz integral e de outros alimentos ricos em fibras pode ajudar a diminuir os riscos de complicações como a neuropatia diabética, que é um dano neural oriundo da glicose elevada no sangue.

A nutricionista integrativa Beth Reardon esclareceu que graças ao fato de não serem digeridas pelo organismo, as fibras não afetam os níveis de açúcar no sangue.

De acordo com a nutricionista, isso auxilia a manter as taxas sanguíneas de glicose estáveis e pode prevenir os picos de glicose. Neste sentido, algumas variedades não processadas de arroz integral contêm mais fibras e podem entrar em uma refeição equilibrada quando consumidas em porções apropriadas.

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Segundo especialistas, combinar o arroz integral com itens como leguminosas, proteínas e gorduras saudáveis pode auxiliar a equilibrar os níveis de glicose no sangue.

Estudo piloto apontou possíveis benefícios do arroz integral para o diabético

Em um estudo piloto, membros do Grupo de Trabalho do Global Nutritional and Epidemiologic Transition (Transição Global Nutricional e Epidemiológica, tradução livre, GNET, sigla em inglês), uma colaboração entre pesquisadores dos Departamentos de Epidemiologia e Nutrição da Escola Pública de Harvard e colegas da Ásia, da América Latina e da África, avaliaram os efeitos do arroz branco e do arroz integral na saúde de 202 adultos de meia idade da China.

Durante a pesquisa, os participantes foram aleatoriamente divididos em dois grupos – um do arroz branco e outro do arroz integral – e consumiram o alimento designado ao longo de 16 semanas.

Os cientistas não identificaram diferenças gerais em relação a fatores metabólicos entre os dois grupos, porém, notaram que a intervenção com o arroz integral trouxe alguns benefícios na melhora dos níveis do colesterol HDL (o colesterol do bem) e na pressão arterial dos pacientes diabéticos.

Com isso, considerou-se que o estudo demonstrou uma viabilidade para a realização de intervenções de longo prazo com o arroz integral com a população chinesa.

Por outro lado

Precisamos lembrar que, embora os grãos integrais e as fibras provoquem um aumento mais gradual na glicose sanguínea, o arroz integral ainda é uma fonte de carboidratos e cada escolha de alimento com carboidratos vai afetar de alguma maneira os níveis de açúcar no sangue.

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Portanto, para assegurar que está incluindo corretamente o arroz integral em sua dieta, o diabético precisa consultar o médico e o nutricionista para saber como toda a sua dieta deve funcionar, incluindo qual deve ser o seu limite de ingestão de carboidratos e arroz integral em cada refeição.

Os profissionais também são os mais indicados a aconselhar com quais alimentos você pode combinar e com quais não deve parear o arroz integral dentro de uma refeição.

Esse acompanhamento profissional individualizado torna-se ainda mais importante quando lembramos que cada diabético é diferente e apresenta especificidades em seu quadro e necessidade de tratamento.

Ou seja, a quantidade de carboidratos e arroz integral recomendada para a dieta de um paciente provavelmente será diferente da quantia ideal para outro paciente.

Lembre-se ainda de que este artigo serve unicamente para informar e jamais pode substituir as opiniões e orientações profissionais do médico e do nutricionista.

Referências Adicionais:

Você já imaginava que o diabético pode comer arroz integral? Possui essa condição e costuma comer esse tipo de arroz? Comente abaixo!

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Sobre Dra. Patricia Leite

Dra. Patricia é Nutricionista - CRN-RJ 0510146-5. Ela é uma das mais conceituadas profissionais do país, sendo uma referência profissional em sua área e autora de artigos e vídeos de grande sucesso e reconhecimento. Tem pós-graduação em Nutrição pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, é especialista em Nutrição Esportiva pela Universidad Miguel de Cervantes (España) e é também membro da International Society of Sports Nutrition.

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