Couve é Remoso?

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Pode ser estranho suspeitar que um alimento saudável como a couve é remoso. Entretanto, precisamos lembrar que mesmo alimentos nutritivos podem conter algum tipo de substância que representa problemas para quem sofre com alguma condição de saúde, ainda que isso não seja necessariamente uma regra para todos.

Pensando nisso, vamos investigar se realmente deve existir algum tipo de preocupação em relação ao consumo da couve ou se podemos continuar a preparar e consumir pratos como as receitas de couve refogada light sem maiores preocupações. Aproveite e veja também todos os benefícios da couve.

Primeiro passo: o que são alimentos remosos?

Antes de seguirmos em frente para saber se um alimento como a couve é remoso e/ou oferece algum perigo para a saúde, precisamos entender o faz com que qualquer alimento seja classificado como remoso, não é mesmo?

Pois bem, de acordo com o dicionário, a expressão remoso significa “capaz de prejudicar a saúde, que faz mal à saúde, especialmente ao sangue […]”. O termo ainda pode sofrer uma pequena variação e ser chamado de reimoso.

O termo reimoso não se trata de uma classificação científica, mas é uma expressão antiga, associada à sabedoria popular, que também pode definir os alimentos que podem provocar inflamação na pele, em decorrência de uma reação alérgica.

Chama-se popularmente de reima algo que pode ser considerado um alergênico e que causa reações como coceira, diarreia e intoxicações mais sérias em algumas pessoas.

Os alimentos remosos ou reimosos também são conhecidos pela alcunha de “alimentos carregados” e essas comidas costumam apresentar quantidades elevadas de proteína e gordura animal.

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Além disso, os alimentos remosos ou reimosos também podem interferir no processo de cicatrização, mas não existem evidências científicas.

E então, será que couve é remoso?

A couve é classificada como um alimento saudável e nutritivo. Em uma xícara ou 76 gramas de couve, encontramos uma série de compostos importantes para o funcionamento adequado do organismo como fibras, manganês, cálcio, cobre, potássio, magnésio, vitamina A, vitamina B6, vitamina C, vitamina K e antioxidantes.

Além disso, no que se refere às questões de inflamação e cicatrização, a couve não parece se encaixar na definição de um alimento remoso, já que segundo especialistas, ela é considerada anti-inflamatória e cicatrizante.

Como aprendemos acima, a couve serve como fonte de vitamina C, um nutriente é utilizado pelo organismo na cicatrização de feridas e na formação do tecido cicatricial.

A couve, inclusive, ao lado de outros alimentos como iogurtes, ovos, abacate, cenoura, beterraba, abóbora, cenoura, damasco, manga, espinafre, couve, tomate, uva, goiaba, castanha-do-pará, salmão e atum, pode ser benéfica para o período pós-operatório de uma cirurgia plástica.

A questão da inflamação

Além disso, os vegetais crucíferos como a couve, o brócolis e a couve de Bruxelas são classificados como alimentos anti-inflamatórios.

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Pesquisas mostraram que comer muitos vegetais crucíferos está associado com uma diminuição no risco de doença cardíaca e câncer. Isso pode estar associado aos efeitos anti-inflamatórios dos antioxidantes que eles contêm.

Segundo a Escola de Saúde Pública de Harvard T.H. Chan, os vegetais crucíferos como a couve contêm compostos químicos vegetais chamados glucosinolatos, que são decompostos em outras duas substâncias – isotiocianatos e indol-3-carbinol – ao serem mastigados, cortados ou cozidos.

Estudos conduzidos em laboratórios demonstraram que os isotiocianatos e o indol-3-carbinol inibem processos inflamatórios, acrescentou a instituição.

Por outro lado

Isso não significa que não seja necessário tomar alguns cuidados em relação ao consumo da couve. Por exemplo, quando consumida em quantidades muito elevadas, ela pode interagir com o funcionamento da glândula tireoide.

Isso porque o alimento é composto pela progoitrina, uma substância que pode interferir com a síntese dos hormônios da tireoide e bloquear o iodo que a tireoide precisa para funcionar.

Entretanto, vale destacar que, para experimentar esses efeitos negativos, seria necessário consumir uma quantidade excessiva de couve crua. De qualquer forma, para quem já sofre com problemas na tireoide, é aconselhável conversar com um médico e/ou nutricionista para saber quais os cuidados que precisa ter em relação ao consumo da couve e em que quantia deve limitar a ingestão.

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Além disso, as pessoas que fazem uso dos medicamentos betabloqueadores também precisam tomar cuidado com a couve. Os betabloqueadores, um tipo de medicamento prescrito mais comumente para doença no coração, podem causar um aumento nos níveis de potássio no sangue. Alimentos ricos em potássio como bananas e couve cozida devem ser consumidos em moderação enquanto os betabloqueadores são usados.

A ingestão de muito potássio pode ser perigosa para os pacientes com rins que não estão funcionando plenamente. Se os rins não puderem remover o excesso de potássio do sangue, consumir potássio adicional pode ser fatal.

Portanto, aqueles que fazem uso dos betabloqueadores ou que têm problemas nos rins também precisam consultar a sua equipe médica para saber como podem consumir a couve sem trazer problemas para a própria saúde.

A couve também exige atenção por parte dos pacientes que fazem uso dos remédios anticoagulantes como a varfarina, uma vez que o seu teor de vitamina K pode interferir com a atividade desses medicamentos no organismo. Os pacientes que estão tomando esses medicamentos devem conversar com o seu médico sobre os alimentos a serem evitados.

Vídeo: Benefícios da couve

Assista ao vídeo abaixo e conheça os benefícios da couve!

Gostou das dicas?

Fontes e Referências Adicionais:

Você já tinha ouvido falar que couve é remoso? Consome com frequência este alimento em sua dieta? Comente abaixo!

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Sobre Dra. Patricia Leite

Dra. Patricia é Nutricionista - CRN-RJ 0510146-5. Ela é uma das mais conceituadas profissionais do país, sendo uma referência profissional em sua área e autora de artigos e vídeos de grande sucesso e reconhecimento. Tem pós-graduação em Nutrição pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, é especialista em Nutrição Esportiva pela Universidad Miguel de Cervantes (España) e é também membro da International Society of Sports Nutrition.

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