Como Estocar Alimentos Por Conta do Coronavírus? 6 Dicas

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Não é à toa que há muita gente preocupada em se manter saudável e imune durante o surto de coronavírus. Até a manhã desta segunda-feira, 16 de março de 2020, foram confirmados 200 casos do novo coronavírus no Brasil. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, até a noite de domingo (15), o número de pessoas atingidas pela doença já ultrapassava os 153 mil, espalhados em 144 países, com registro de 6,5 mil mortes.

Na quarta-feira passada (11), a OMS declarou ter avaliado que o COVID-19, nome dado à doença provocada pelo novo coronavírus, pode ser caracterizado como uma pandemia. Ou seja, é necessário ter muito cuidado para evitar o contágio e uma propagação ainda maior do vírus.

Os governos e autoridades de saúde têm adotado uma série de estratégias para tentar conter o problema e uma delas é a quarentena, que é um período de separação de pessoas com suspeita ou confirmação do COVID-19. Embora o nome dê a ideia de 40 dias, não é sempre que todo esse período é aplicado.

A Sociedade Brasileira de Infectologia também emitiu alerta atualizado sobre cuidados e próximos passos na luta contra o coronavírus.

Enquanto muitos países adotaram a quarentena de 14 dias, em fevereiro, o Ministério da Saúde e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinaram a quarentena de 18 dias para os brasileiros que retornaram de Wuhan na China, local que foi o epicentro dos casos do novo coronavírus.

Na quinta-feira, 12 de março de 2020, foi publicada no Diário Oficial da União uma portaria do Ministério da Saúde que regulamenta as medidas de isolamento e quarentena como estratégias de enfrentamento contra o COVID-19.

Segundo o documento, o isolamento pode ser determinado por prescrição médica ou recomendação do agente de vigilância epidemiológica. O seu prazo é de 14 dias, que pode ser prorrogado por mais 14 dias, se houve a comprovação via exames da persistência do risco de transmissão.

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Sobre a quarentena, a portaria recente prevê que ela pode durar até 40 dias e ser estendida pelo tempo necessário para diminuir a transmissão comunitária e assegurar a manutenção dos serviços de saúde. Essa prorrogação depende da avaliação prévia do Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública.

Além disso, o documento do Ministério da Saúde esclarece que ela deve ser determinada pelo ato administrativo formal de autoridade pública, como as secretárias de saúde ou o próprio ministério e que precisa ser publicada no Diário Oficial.

Quem receber a ordem de ficar em isolamento ou quarentena precisa obedecê-la, pelo bem da sua saúde e da saúde de outras pessoas. Uma doença não é classificada como pandemia à toa, não é mesmo?

Mas se nem isso for suficiente para convencer, vale a pena alertar que o Ministério da Saúde informou que há previsão legal de pena de até três anos para quem descumprir essa determinação.

A possibilidade de precisar ficar tantos dias em isolamento ou quarentena sem poder sair para comprar alimentos traz uma importante preocupação em relação à alimentação: como comer bem durante todos esses dias – o que é essencial para a boa saúde – se não é possível fazer compras no supermercado ou feira, uma vez que não está permitido sair de casa?

A solução é estocar alimentos saudáveis e não perecíveis, que permitam montar refeições nutritivas e que saciam. Na lista a seguir, vamos conhecer algumas dicas de como preparar-se para ter uma alimentação saudável durante uma quarentena de 14 dias por conta do novo coronavírus:

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1. A base: os produtos não-perecíveis secos

De acordo com a nutricionista Alyssa Pike, os alimentos secos como arroz, macarrão, feijão, aveia e outros do tipo devem ser a base da alimentação durante esses dias de quarentena. Além de terem prazos de validade longos, eles podem ser utilizados em uma série de refeições saudáveis, especialmente em suas versões integrais.

Mas atenção: para que esses produtos secos realmente durem, é fundamental que eles sejam muito bem armazenados. A orientação para manter a sua qualidade e sabor é guardá-los em recipientes herméticos e colocar os potes em um local fresco e seco.

2. Os enlatados e congelados também podem ter a sua utilidade

Calma, não estamos falando dos produtos industrializados e ultraprocessados pobres em nutrientes e cheios de calorias, açúcar e gorduras ruins. Estamos falando de versões nutritivas de enlatados e congelados.

Os enlatados têm um prazo de validade longo e são fáceis de ser encontrados nos supermercados. Por exemplo, o atum enlatado – em água, não em óleo – fornece tanto proteínas quanto líquido e as frutas enlatadas em suco – não em xaropes adocicados – podem ajudar em relação à hidratação.

Apenas tome cuidado porque alguns enlatados podem ser ricos em sódio, um mineral que em excesso faz muito mal para a saúde. Por isso, cheque a tabela nutricional na embalagem do produto antes de levá-lo para casa e opte sempre por aquele que tiver o teor mais reduzido de sódio. A recomendação da OMS é não consumir mais do que 2 mil mg ou dois gramas de sódio diariamente.

Veja uma lista de alimentos ricos em sódio para tomar cuidado.

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Outro cuidado que se deve ter com os enlatados é o de ficar de olho em sinais de que eles podem ter estragado. A orientação é conservá-los e cozinhá-los nas temperaturas adequadas e prestar atenção em sinais de mofo, bolor ou algum outro tipo de deterioração.

Os enlatados também podem estragar se a lata for danificada. Portanto, se você perceber que a lata está saliente ou inchada ou notar barulhos de silvos (uma espécie de assobio) ao abri-las, descarte-as imediatamente porque isso é sinal que o conteúdo foi contaminado. Mesmo em caso de dúvida, o ideal é não arriscar e jogar o produto fora. Afinal, a última coisa que se precisa é uma intoxicação alimentar durante a quarentena, não é mesmo?

Já as versões congeladas de vegetais saudáveis como ervilha, cenoura, espinafre ou brócolis, por exemplo, são uma boa estratégia para ter acessos aos nutrientes desses alimentos – os congelados têm um prazo de validade maior do que as suas versões frescas. Também é possível encontrar variedades de frutas congeladas. Inclusive, você mesmo pode congelar as suas próprias verduras e legumes em casa sem perder nutrientes.

Além disso, não se esqueça de algo importante: deixe bem separado os abridores de lata e outros utensílios de cozinha que precisará para abrir os alimentos, preparar as refeições e consumi-las.

3. Fazer receitas de fácil preparo

Por exemplo, você pode cozinhar o feijão, bater no liquidificador e fazer uma sopa com os vegetais congelados. Conheça diferentes receitas de sopa de feijão com legumes light, uma ótima forma de aproveitar os produtos frescos que ficaram em casa e que correm o risco de estragar e ir para o lixo caso não sejam usados rapidamente.

Outra dica simples é a de misturar a aveia com as frutas congeladas – depois de descongelá-las, obviamente. Ainda dá para fazer uma salada de macarrão com atum enlatado em água, a ervilha e os vegetais que estiverem disponíveis na despensa. Para diversificar, o truque é trocar o macarrão pelo arroz e pela cevada em outros dias.

Preparar receitas com frutas, verduras, legumes, grãos integrais, sementes e leguminosas cheias de nutrientes é muito importante para a imunidade, algo essencial na luta contra o novo coronavírus. Conheça com mais detalhes os alimentos que aumentam a imunidade que podem ser importantes.

4. Separar lanchinhos energéticos

Para os intervalos entre uma refeição principal e outra em que a fome bate, a sugestão é reservar lanchinhos energéticos que possuem um prazo de validade grande como nozes, frutas desidratadas, sementes, barrinhas de proteínas, granola e mel, por exemplo.

Em todas as refeições, é muito importante incluir as proteínas de modo que se consuma uma quantidade suficiente do nutriente ao longo de todo o dia. Além de serem boas para a saciedade, as proteínas não necessárias para manter os músculos e a saúde de modo geral.

Outro cuidado que se deve ter com os lanches energéticos da quarentena é para que eles não sejam muitos ricos em sódio ou açúcares adicionados, o que pode ocorrer com os produtos industrializados.

Para saber se um produto contém muito açúcar, cheque a lista de ingredientes apresentada em sua embalagem. Os ingredientes listados primeiro são aqueles que estão presentes em maior quantidade no produto.

Logo, se o açúcar estiver no início da lista, o produto em questão é rico em açúcar. Mas atenção: nem sempre o açúcar aparece sob o nome açúcar nas listas de ingredientes dos produtos – existem mais de 60 nomes que também podem se referir ao açúcar.

Alguns exemplos são: xarope de glicose, xarope de frutose, xarope de milho e demais xaropes, mel, palavras com a terminação “ose” e outros tipos de açúcar como açúcar invertido, açúcar mascavo e açúcar demerara. Se encontrar algum nome estranho na lista de ingredientes, pesquise para checar se não se trata de algum tipo de açúcar.

5. Não se esqueça da água

Em épocas de emergência, o fornecimento de água pode ser prejudicado. Por isso, vale a pena se precaver e estocar uma quantidade de água correspondente ao consumo de três dias, o que corresponde a um galão ou aproximadamente 3,75 litros de água por dia para cada pessoa ou animal que mora na casa.

6. Não se esqueça das comidas preferidas

Aquelas comidas preferidas, como doces, café e chás, podem ser esquecidas durante a estocagem de alimentos para um período de quarentena devido ao fato de não serem consideradas essenciais. Entretanto, o consumo moderado e sem excessos, é claro, desses itens tem a sua utilidade: eles podem fazer diferença para a saúde mental, motivação e bem-estar durante o isolamento.

Além disso, para quem não vive sem o cafezinho de todo dia, estocá-lo se torna ainda mais importante quando se descobre que cortar a cafeína bruscamente pode provocar sintomas físicos de abstinência como dores de cabeça, fadiga e irritabilidade.

Um chá pode ser uma forma de variar a hidratação – afinal, a pessoa pode cansar de tomar somente água pura todo dia. Mas atenção: o chá é para complementar e não para substituir a ingestão de água pura.

Na categoria dos doces, o chocolate amargo é uma excelente alternativa. Mais saudável que as guloseimas lotadas de açúcar, ele pode durar entre um a dois anos quando armazenado corretamente, segundo o professor de ciência alimentar da Universidade Estadual do Kansas Fadi Aramouni. Conheça os benefícios do chocolate amargo.

Conheça mais sobre o novo coronavírus

Trata-se de uma nova estirpe de uma grande família de vírus causadores de doenças respiratórias, que vão do resfriado comum até a síndrome respiratória do Oriente Médio (MERS-CoV, sigla em inglês) e a síndrome respiratória aguda grave (SARS-CoV, sigla em inglês).

O novo tipo de coronavírus, que apareceu na China em dezembro de 2019, recebeu o nome de SARS-CoV-2. Sabe-se que os seus sintomas podem incluir febre, cansaço, dores leves, diarreia, nariz escorrendo e tosse. Ele ainda pode originar uma infecção no trato respiratório inferior, como uma pneumonia.

É possível que algumas das pessoas infectadas pela condição não desenvolvam sintomas e não se sintam mal. Ainda que cerca de 80% dos pacientes se recupere da doença sem precisar de tratamentos especiais, aproximadamente uma em cada seis pessoas infectadas pelo vírus fica seriamente doente e desenvolve dificuldade para respirar, ao passo que em torno de 2% dos que pegaram o COVID-19 vieram a falecer.

Acredita-se que pessoas mais velhas e os indivíduos que sofrem com problemas de saúde preexistentes, como pressão alta, doença no coração ou diabetes, apresentam maiores riscos de desenvolver doenças sérias em decorrência do COVID-19.

Ainda não há vacina ou um medicamento antiviral específico para prevenir ou tratar a doença provocada pelo novo coronavírus. Os pacientes afetados pelo SARS-CoV-2 recebem tratamentos para aliviar os sintomas, enquanto aqueles que desenvolvem problemas graves em decorrência do vírus são hospitalizados.

As recomendações de prevenção contra o coronavírus

Para diminuir eficientemente os riscos de contrair ou de que outras pessoas sejam infectadas pela mais nova temida doença, também é necessário aderir às outras estratégias de prevenção contra ela, que incluem:

  • Lavar as mãos com frequência, usando água e sabonete ao longo de pelo menos 20 segundos;
  • Quando não tiver acesso à água e sabonete, higienizar as mãos com um desinfetante próprio para as mãos à base de álcool;
  • Evitar tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas;
  • Não ter contato próximo com pessoas que estiverem doentes;
  • Manter pelo menos um metro de distância de alguém que esteja tossindo ou espirrando;
  • Cobrir a boca e o nariz ao tossir ou espirrar com o cotovelo dobrado ou com um lenço de papel – no caso do lenço, ele deverá ser jogado fora depois da tosse ou espirro;
  • Limpar e desinfetar os objetos e superfícies tocados com frequência, como corrimões de escada, mesas, telefones e utensílios compartilhados de escritório, por exemplo. Sim, até o seu smartphone pode ser responsável pela infecção do vírus!
  • Ficar em casa se estiver sentindo-se mal e procurar o atendimento médico se apresentar febre, tosse e dificuldade para respirar;
  • Manter-se informado sobre os últimos desdobramentos acerca do coronavírus e seguir as instruções das autoridades locais de saúde.
Fontes e Referências Adicionais:

O que você achou dessas dicas para estocar alimentos durante uma quarentena? Vai passar por essa situação e pretende segui-las? Comente abaixo!

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