Como Diminuir a Vontade de Comer Doce – 26 Dicas

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É irresistível aquela vontade de comer doce que bate logo depois do almoço ou à tardinha. Você provavelmente a conhece, e também sabe que ela pode estar impedindo sua amizade com a balança.

Embora seja normal às vezes ter vontade de comer doce, algo a mais pode estar por trás daquela vontade diária (quase incontrolável…) de atacar a confeitaria. Além do sentimento de culpa que bate depois da sobremesa, o açúcar pode ainda prejudicar sua saúde.

Vamos primeiramente entender por que você às vezes parece uma formiga, e ver dicas para perder a vontade de comer doce.

Por que nosso corpo pede bolo e não um pé de alface?

O açúcar (e demais carboidratos) estimula a liberação de serotonina, neurotransmissor cerebral responsável por aquela sensação de prazer e bem estar que vem logo após um bombom. Neurotransmissores são mensageiros do cérebro, permitindo comunicação entre as células cerebrais (neurônios).

Entre as principais funções que a serotonina desempenha, temos:

  • Regular nosso sono;
  • Equilibrar nosso humor;
  • Controlar nossa saciedade.

Se por algum motivo ficamos tristes ou um pouco deprimidos, provavelmente teremos em seguida uma vontade de comer doce. Isso se deve ao fato do açúcar acelerar a absorção de triptofano, aminoácido precursor da serotonina. Ou seja:

A boa notícia é que não é somente o açúcar que promove a liberação de serotonina. Existem vários alimentos que você pode incluir na sua dieta para perder a vontade de comer doce. Veja nossas dicas de como tirar a vontade de comer doces logo abaixo.

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Evolução, uma das culpadas

Por que gostamos tanto de açúcar? Por que temos vontade de comer um brigadeiro e não uma cenoura?

Entre outros motivos (o hábito, por exemplo), podemos culpar por isso nossa amiga Evolução. Para saber quais alimentos eram seguros para se comer, nossos ancestrais se guiavam pelo sabor doce, pois nada adocicado era altamente venenoso (talvez fosse se ingerido em grandes quantidades e em longo prazo, mas não em doses moderadas). No entanto, eles somente tinham disponíveis alimentos doces em alguns períodos do ano, e sempre na sua forma natural. Frutas geralmente estavam disponíveis no verão, quando era importante para o organismo ingerir mais calorias, estocando energia para o inverno.

O açúcar refinado é um produto relativamente recente, e até pouco tempo atrás era acessível somente às classes mais abastadas. Foi a mecanização que permitiu um grande aumento na produção mundial de açúcar, diminuindo seu valor e aumentando seu alcance.

E, se na época das cavernas comer algo doce era possível muito de vez em quando, chegamos ao século XXI com um terço das calorias da nossa dieta vindas do açúcar!

A boa notícia é que nosso paladar é educável, ou seja, assim como fomos aos poucos nos acostumando com alimentos cada vez mais açucarados, também podemos nos treinar para diminuir a vontade de comer doce.

O que a vontade frequente de comer doce pode significar

A vontade de comer doce deixa de ser normal quando se torna frequente e incontrolável, deixando você refém do açúcar. Sabe aquela sensação de não conseguir se concentrar em uma tarefa, ficar irritado ou até mesmo ter dor de cabeça se não comer um docinho? Pode ser seu corpo tentando te avisar que alguma coisa não está bem. Assim como a febre é um sintoma pelo qual seu corpo chama sua atenção para algo que está errado, a vontade de comer doce pode sinalizar outras condições.

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Entre alguns dos principais fatores que podem levar à vontade de comer doces, temos:

  • Fatores emocionais: algumas situações em sua vida podem estar levando você a comer mais doces. Emoções como tristeza, raiva, carência, tédio, nervosismo ou até mesmo como forma de se recompensa por uma conquista podem ser responsáveis por sua vontade de comer doce.
  • Deficiência de alguns nutrientes: Baixos níveis de nutrientes como o ácido fólico, magnésio, Vitamina B12, Zinco e Vitamina B6 podem colaborar para aumentar o desejo por doces.
  • Falta de Cromo: O cromo é um mineral que potencializa a ação da insulina, fazendo com que esse hormônio retire a glicose (açúcar) mais eficientemente da corrente sanguínea. Quando os níveis de insulina estão desregulados, nosso corpo pode entender que está faltando energia para as células, o que o faz enviar uma mensagem de fome para nosso cérebro.
  • Resistência à Insulina: Uma alimentação baseada em carboidratos refinados (sem fibras) e pobres em nutrientes pode causar uma resistência ao hormônio insulina. Quando isso ocorre, as células não conseguem receber a energia (glicose) de que necessitam para funcionarem. Então, embora você tenha acabado de comer e seu sangue esteja repleto de açúcar, seu cérebro recebe uma mensagem de que não há energia suficiente, fazendo você ter vontade de comer doce.
  • Fome: Ficar muitas horas sem se alimentar pode levar os níveis de açúcar no seu sangue lá para baixo, deixando seu corpo desesperado por energia. Então, o recado que ele envia é: preciso de uma fonte rápida de calorias. Ou seja, açúcar.
  • Estresse: O corpo reage ao estresse liberando cortisol, que irá causar alteração nos níveis de glicose no sangue. Para aumentar então o nível de energia, você recebe uma mensagem para comer doce – uma forma rápida de energia para as células.
  • TPM: Durante o período pré-menstrual, os níveis de endorfina (neurotransmissor com efeito analgésico) diminuem. E qual a maneira que o nosso organismo encontra para aumentá-los? Adivinhou: mandar você ir correndo comprar uma barra de chocolate.
  • Sede: Sim, a vontade de comer doce pode simplesmente ser sede. Experimente beber um copo de água antes de atacar um doce.
  • Dieta com pouca quantidade de carboidratos: Como a fonte principal de energia do organismo são os carboidratos, dietas que restringem demais seu consumo podem levá-lo a ter mais vontade de comer doce. Comer somente carboidratos refinados (pão branco, açúcar, macarrão) também é prejudicial.

Dicas para diminuir a vontade de comer doce

Como você já sabe, o açúcar é altamente viciante. Daí vem aquela famosa propaganda que diz ser “impossível comer um só”. Uma das causas é que ele ativa a produção de opiáceos naturais no cérebro, substâncias relacionadas ao surgimento dos vícios.

Mas como já dissemos antes, a boa notícia é que, assim como quanto mais açúcar você come mais você quer comer, o contrário também é verdadeiro. À medida que você for mudando seus hábitos alimentares e diminuindo a ingestão de doces, seu paladar vai se modificando. Isso fará com que você precise cada vez menos de alimentos cheios de açúcar para satisfazer sua vontade. Após alguns dias você já perceberá que aquela fruta agora parece mais doce que o habitual, ou que aquele doce está muito “enjoativo”.

Listamos abaixo 26 dicas que irão ajudá-lo a perder a vontade de comer doce a toda hora.

1. Não desconte suas mágoas no pote de sorvete

Seja honesto com você mesmo e pergunte-se se não está comendo doce como resposta a alguma questão emocional. Se a resposta for afirmativa, procure identificar e trabalhar esse assunto, procurando entender que os doces são uma válvula de escape que podem fazê-lo se sentir bem no momento, mas pior mais à frente. Existe sensação pior do que devorar um montão de cupcakes e depois ter que enfrentar a balança no dia seguinte? Isso sem falar nos inúmeros danos que os doces podem causar à sua saúde.

2. Diminua os doces aos poucos

Para algumas pessoas, cortar definitivamente o açúcar de uma hora para outra pode surtir um efeito contrário. Pouco tempo depois de tirá-lo do cardápio, a vontade de comer doce vem muito maior e você come quatro bombons ao invés de um único que comeria normalmente. Para evitar que isso ocorra, vá diminuindo o doce aos poucos, até sua vontade ficar menos frequente.

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Outra dica é trocar o doce mais calórico por um pedacinho de chocolate com altos teores de cacau (75% para cima), que contém menos açúcar e sacia mais rapidamente a vontade de comer um doce. Cuidado para não abusar, pois quanto maior o teor de cacau, maior o teor de gordura.

3. Não pule o café da manhã

Ficar sem comer de manhã só irá aumentar sua vontade de comer doce mais tarde. Inclua na sua primeira refeição do dia fontes de proteína e gordura saudáveis que, além de mantê-lo saciado por mais tempo, impedirão aquelas terríveis quedas de glicose no sangue.

4. Substitua o doce por uma fruta

O açúcar encontrado nos doces é a sacarose, que o corpo absorve rapidamente. Já a frutose encontrada nas frutas tem absorção mais lenta pelo organismo, prolongando a saciedade. Além disso, as frutas contêm fibras, que também irão ajudá-lo a se manter satisfeito por mais tempo.

5. Pare de comer doces correndo

A atividade física também tem o poder de promover a liberação de endorfinas e serotoninas. Ou seja, o exercício vai ajudar você a sentir o mesmo bem estar que sentiria depois de comer um doce. Só que ele trás uma enorme vantagem: ao se mexer, além de deixar de ingerir as calorias do doce, você ainda vai queimar algumas a mais!

6. Diminua seu consumo de sal

Alimentos industrializados e fast food contêm uma grande quantidade de sódio, que alteram o paladar. O excesso de sal deixa seu corpo desesperado por algo doce logo em seguida.

7. Cuidado com o Adoçante

Apesar de não acrescentar diretamente calorias na sua dieta, os adoçantes artificiais podem fazer isso de duas maneiras indiretas:

  • Quando você ingere adoçante, seu cérebro recebe uma mensagem de que algo doce está chegando – ou seja, energia! No entanto, como as calorias não chegam, e seus níveis de serotonina não aumentam, a reação do cérebro é enviar um sinal para você comer – e de preferência, algo doce.
  • O adoçante continua deixando você “viciado” no sabor doce, não eliminando sua vontade de açúcar – apenas disfarçando e te mantendo dependente dos doces.

Se precisar utilizar um adoçante, opte pelo Stevia (mais natural) ou Sucralose e tente não exagerar nas gotas ao longo do dia. %0

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Sobre Dra. Patricia Leite

Dra. Patricia é Nutricionista - CRN-RJ 0510146-5. Ela é uma das mais conceituadas profissionais do país, sendo uma referência profissional em sua área e autora de artigos e vídeos de grande sucesso e reconhecimento. Tem pós-graduação em Nutrição pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, é especialista em Nutrição Esportiva pela Universidad Miguel de Cervantes (España) e é também membro da International Society of Sports Nutrition.