Café Tem Carboidrato? E Glúten? Tipos, Variações e Dicas

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No café da manhã ou no lanchinho da tarde, depois do almoço ou após o jantar. Preto, expresso, com leite, chocolate ou cremes. Na companhia de bolo, pão de queijo ou pão com manteiga. O café pode aparecer de diversas formas e em vários momentos no nosso dia a dia.

E se tem um povo que aprecia a bebida é o povo brasileiro, não é mesmo? Em 2015, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) noticiou que o café era a bebida mais consumida do Brasil, de acordo com uma pesquisa realizada entre novembro de 2013 e outubro de 2014, patrocinada pela Associação Brasileira de Café (Abic), parceria do Consórcio Café, coordenado pela Embrapa Café.

Já segundo notícia de 2017 do Consórcio dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), dados da Organização Internacional do Café indicaram que o brasileiro é o segundo maior consumidor de café do mundo, com uma demanda anual de 20,5 milhões de sacas.

Será que o café tem carboidrato?

Mesmo uma preferência nacional como o café não fica de fora da lista de preocupações das pessoas que seguem uma dieta com restrição ou controle do consumo de carboidratos, seja por motivos de saúde, seja com o objetivo de emagrecer.

Mas será que o café tem carboidrato a ponto de precisar ser consumido com cuidado dentro deste tipo de dieta?

Em artigo publicado no site Livestrong, a mestra em biologia molecular e celular Sylvie Tremblay, esclareceu que o café sem açúcar possui um baixo teor de carboidratos, mesmo quando ocorre a adição de uma pequena quantidade de produto laticínio à bebida.

De acordo com ela, é possível inclusive encontrar cafés livres de carboidratos. “Então, ele (o café) pode funcionar como parte da sua dieta low carb”, afirmou Tremblay.

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Por outro lado, a mestra em biologia molecular e celular alertou que se a dieta low carb tiver sido adotada para diminuir o colesterol, alguns tipos de café (alguns não filtrados como o café feito com a prensa francesa ou o café turco) podem combater os benefícios desse tipo de alimentação para o colesterol.

Além disso, Tremblay também chamou a atenção para o fato de que a adição de açúcar no café aumenta o teor de carboidratos da bebida. Segundo a mestra em biologia molecular e celular, cada colher de chá de açúcar apresenta 4 g de carboidratos.

“O café normal está ok em uma dieta low carb, mas você vai querer evitar bebidas à base de café cheias de açúcar. Mesmo se você estiver seguindo uma dieta low carb liberal, que permite diversos gramas de carboidratos diariamente, uma única bebida açucarada vai pegar uma grande porção da sua permissão de carboidratos para o dia. Isso deixa pouco espaço na sua dieta para os carboidratos saudáveis como frutas, vegetais e grãos integrais, que oferecem valor nutricional”, orientou a mestra em biologia molecular e celular.

O teor de carboidratos encontrado em diversos tipos de café

Para ficar bem claro qual tipo de café tem carboidrato, qual versão tem muito carboidrato, qual é livre de carboidratos e qual tem poucos, resolvemos preparar uma lista que apresenta a quantidade do nutriente que pode ser encontrada na bebida. Dê só uma conferida:

  • Café sem açúcar Melitta: 0g de carboidratos em 100 ml;
  • Café expresso: 0g de carboidratos em 100 ml;
  • Café com açúcar: aproximadamente 4 g de carboidratos em 100 ml ou 7,12 g de carboidratos em uma xícara com 180 ml da bebida;
  • Cappuccino pequeno Casa do Pão de Queijo: 6,7 g de carboidratos em uma xícara com 75 ml da bebida;
  • Cappuccino Kopenhagen: 17 g de carboidratos em 100 ml;
  • Cappuccino chocolate grande Starbucks: 24 g de carboidratos em 473 ml;
  • Café com leite integral: 0,48 g de carboidratos em 100 ml ou 0,84 g de carboidratos em uma xícara com 180 ml da bebida;
  • Café com leite e açúcar: aproximadamente 4 g de carboidratos em 100 ml ou 7,14 g de carboidratos em uma xícara com 180 ml da bebida;
  • Café com leite desnatado: 0,48g de carboidratos em 100 ml 0,85 g de carboidratos em uma xícara com 180 ml da bebida;
  • Frappuccino doce de leite Starbucks: 24g de carboidratos em 200 ml;
  • Frapuccino café tall Starbucks: 32g de carboidratos em 354 ml;
  • Frappuccino Choco Chip Starbucks: 27g de carboidratos em 200 ml;
  • Café mocha tall Starbucks: 28g de carboidratos em 354 ml.

Atenção

As informações a respeito dos teores de carboidratos são originárias de informações colhidas na internet. Não submetemos os cafés mencionados acima a análises nutricionais, simplesmente reproduzimos essas informações.

Sempre confira as tabelas nutricionais dos seus cafés ou dos ingredientes que você utilizar no preparo do seu café para checar a quantidade de carboidratos encontrada na bebida, tendo em vista que o teor do nutriente pode variar de marca para marca e de produto para produto.

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E será que o café é composto por glúten?

Para quem possui doenças, sensibilidade ou intolerância que impedem a ingestão ou simplesmente escolheu excluir o glúten das suas refeições, também vale a pena saber se o café o possui ou não na sua composição.

De acordo com a Celiac Disease Foundation (Fundação da Doença Celíaca, tradução livre, CDF, sigla em inglês), o café não contém glúten e pode ser consumido seguramente por pessoas com a doença celíaca, ainda que exista quem acredite que o café possui proteínas que são tratadas como invasoras pelo organismo, da mesma forma que acontece com o glúten.

Entretanto, a CDF afirmou que não existem evidências científicas para comprovar isso.

Segundo eles, um estudo divulgado na publicação Food and Nutrition Sciences (Ciências Alimentares e Nutricionais, tradução livre) apontou que apenas um tipo de café provocou uma resposta como a do glúten no organismo: um café instantâneo que havia sido contaminado com traços de glúten.

Para os pesquisadores, o café puro não contaminado com o glúten pode ser seguro para quem tem doença celíaca ou sensibilidade ao glúten e algumas pessoas passam mal depois de tomar café por serem alérgicas aos grãos de café e não ao glúten.

Entretanto, é preciso tomar cuidado com os cafés cheios de ingredientes adicionais – se os ingredientes utilizados tiverem glúten, então a bebida também conterá a substância.

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Por exemplo, a farinha de trigo, que tem glúten, pode ser ingrediente de alguns cafés instantâneos e saborizados e algumas caldas próprias para incrementar café.

A hora de guardar o café também merece cuidado: aconselhamos não utilizar potes que já tenham armazenado farinha ou outros produtos com glúten. Compre um recipiente exclusivo para guardar os seus grãos ou pó de café.

Para ter certeza de que o produto para fazer café que você comprar realmente não contém glúten, além de verificar se o rótulo afirma que ele é livre de glúten, cheque a lista de ingredientes, para se certificar de que ele não traz nenhum composto que possua a substância. Se o produto não tiver essas informações, dê preferência a algum que contenha para não correr riscos.

Também chamamos a atenção para a necessidade de tomar cuidado com a contaminação do café ou dos grãos ou pós de café com o glúten.

Essa contaminação pode ocorrer se o fabricante que torra ou embala os grãos de café também produzir ou embalar alimentos com glúten, tanto que alguns rótulos de produtos exibem o aviso a respeito da possibilidade desse risco de contaminação. Então, também vale a pena checar a embalagem do pó ou dos grãos de café para ver se não existe esse aviso.

Lembramos que essa contaminação também pode ocorrer em cafés comprados em restaurantes, cafeterias, lanchonetes e estabelecimentos do tipo, por exemplo, caso um funcionário coma pão com glúten ou manuseie uma farinha com a substância, esqueça de lavar as mãos e, então, vá mexer com o café.

Para não correr esse risco, o jeito é tomar café somente em estabelecimentos extremamente confiáveis e de boa reputação ou preparar o próprio café em casa, com ingredientes que você tem certeza que não possuem glúten.

Você imaginava que algum tipo determinado de café tem carboidrato? Costuma tomar muito café no seu dia a dia? Comente abaixo!

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Sobre Dra. Patricia Leite

Dra. Patricia é Nutricionista - CRN-RJ 0510146-5. Ela é uma das mais conceituadas profissionais do país, sendo uma referência profissional em sua área e autora de artigos e vídeos de grande sucesso e reconhecimento. Tem pós-graduação em Nutrição pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, é especialista em Nutrição Esportiva pela Universidad Miguel de Cervantes (España) e é também membro da International Society of Sports Nutrition.

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