Ácido Acetilsalicílico Afina o Sangue Mesmo?

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Veja se é verdade que o ácido acetilsalicílico afina o sangue mesmo ou se esse não é um dos efeitos desse medicamento bastante popular.

Popularmente conhecido como Aspirina, o ácido acetilsalicílico (AAS) é um remédio muito popular usado no tratamento da dor e febre que ocorre devido a várias causas e possui efeitos anti-inflamatórios e antipiréticos, além de inibir a agregação plaquetária e ser usado na prevenção do AVC – Acidente Vascular Cerebral e do enfarte do miocárdio – “ataque cardíaco”.

Falando nisso, veja outras opções de remédios para dor de cabeça mais usados e confira os remédios para afinar o sangue mais usados.

Vários estudos também chegaram a resultados que demonstram que o uso prolongado de aspirina pode diminuir o risco de vários tipos de câncer, incluindo coloretal, mama, fígado, esôfago, próstata, pulmão e câncer de pele.

A aspirina é classificada como um inibidor não seletivo da cicloxigenase (COX) e está disponível em várias formas e doses, como por comprimidos mastigáveis, formulações de liberação prolongada, supositórios, entre outros.

Muitas pessoas estão utilizando constantemente esse fármaco pois acreditam que o ácido acetilsalicílico afina o sangue, mas será que isso é verdade? Essa seria uma das indicações do medicamento?

Porque o ácido acetilsalicílico afina o sangue?

O ácido acetilsalicílico interfere na ação de coagulação do sangue. Quando uma pessoa sangra, suas células de coagulação sanguínea, chamadas de plaquetas, se acumulam no local da ferida e ajudam a formam um tampão que veda a abertura do vaso sanguíneo para interromper o sangramento.

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Porém, esta coagulação também pode acontecer dentro dos vasos que fornecem sangue para o coração, e se esses vasos sanguíneos já estão mais estreitos devido à aterosclerose – acúmulo de depósitos de gordura nas artérias –, um depósito de gordura presente no revestimento do vaso pode estourar, formando rapidamente um coágulo de sangue que bloqueia a artéria.

Isso impede o fluxo sanguíneo para o coração e causa um ataque cardíaco. Neste caso, a aspirina reduz a ação de aglutinação das plaquetas, prevenindo possivelmente um ataque cardíaco.

As ações do ácido acetilsalicílico começam com seus efeitos em duas enzimas importantes, a cicooxigenase-1 (COX-1) e ciclooxigenase-2 (COX-2).

A COX-1 é uma enzima de “limpeza” que está presente em vários tecidos e ajuda a manter várias funções, e na maioria das partes, ela realiza o seu trabalho estimulando uma família de substâncias químicas chamadas prostaglandinas.

Uma prostaglandina em particular, a tromboxano A2, é como se fosse a “cola” que faz com que as plaquetas se unam e formem os coágulos, e ao inibir a COX-1, a aspirina interrompe essa cadeia de eventos e reduz o risco de ataques cardíacos. Porém, como as plaquetas também desencadeiam coágulos “bons” que são responsáveis por estancar sangramentos de tecidos lesionados, a aspirina aumenta o sangramento.

Tomar uma dose regular de aspirina diminui a capacidade do seu sangue de se juntar em coágulos, visando as menores células do sangue do corpo, as plaquetas. Por isso, pode ser correto dizer que o ácido acetilsalicílico afina o sangue.

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Tomar ácido acetilsalicílico diariamente para prevenir um ataque cardíaco ou derrame cerebral pode ser arriscado

Embora tenha sido provado que o ácido acetilsalicílico afina o sangue, e uma dose baixa diária tenha se mostrado eficaz na prevenção da recorrência de um ataque cardíaco ou derrame cerebral, a FDA – Food and Drug Administration, dos Estados Unidos, está alertando as pessoas que não tiveram um primeiro ataque cardíaco ou derrame e que tomam esse fármaco diariamente que isso pode causar sérios efeitos colaterais.

Robert Temple, vice-diretor de ciência clínica da FDA disse que “desde a década de 1990, dados clínicos mostram que em pessoas que sofreram um ataque cardíaco, derrame ou que têm uma doença dos vasos sanguíneos no coração, uma dose diária baixa de aspirina, usada como prevenção secundária, pode ajudar a prevenir a sua recorrência.”

Um comprimido regular contém 325 miligramas e um de baixa dosagem contém 80 miligramas.

– Risco de sangramento no estômago e cérebro

No entanto, após a análise de dados científicos de grandes estudos, a FDA concluiu que os dados não suportam o uso de aspirina como medicação preventiva por pessoas que não tiveram um ataque cardíaco, derrame ou problemas cardiovasculares.

Nessas pessoas, não foram estabelecidos benefícios e os riscos como sangramento perigosos no cérebro ou no estômago ainda estão presentes.

Robert Temple alertou que a terapia diária com aspirina deve ser usada somente depois de conversar com o seu médico, que poderá avaliar os riscos e benefícios.

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– Tomar ácido acetilsalicílico com outros afinadores de sangue pode ser problemático

Como visto, um ataque cardíaco ocorre quando uma das artérias coronárias, que fornecem sangue ao coração, desenvolve um coágulo que obstrui o fluxo de sangue e oxigênio para o coração. Neste caso, o ácido acetilsalicílico funciona interferindo na ação da coagulação do sangue.

A FDA recomenda que as pessoas tenham cuidado ao usar esse medicamento junto a outros anticoagulantes, como a varfarina, rivaroxabana, dabigatrana e apixibana.

Andrea Fass, Doutora em Farmácia e professora assistente de prática de farmácia na Nova Southeastern University, Flórida, Estados Unidos, disse que “tomar aspirina com antigoagulantes pode aumentar o risco de hemorragia. Em alguns pacientes, pode ser necessário tomea-los com combinação, mas isso deve ser sempre determinado pelo seu médico.

“Eu administro pacientes que tomam varfarina, e nós temos alguns pacientes que tomam aspirina porque tiveram um ataque cardíaco significativo ou um bloqueio, mas apenas para prevenção pode não ser necessariamente a melhor coisa. Você tem que olhar para o risco do paciente para determinar se é apropriado. Eles precisam ser avaliados para determinar o risco de sangramento”, completou.

A especialista ainda disse que algumas pessoas podem não ser as melhores candidatas para a terapia com o ácido acetilsalicílico, como por exemplo aquelas que têm um histórico de qualquer tipo de úlcera.

Uma pessoa pode ter um risco tão baixo de derrame ou ataque cardíaco que esse medicamento pode não ser algo necessário. “À medida que envelhecemos, o risco de ataque cardíaco ou derrame definitivamente aumenta. Se você é muito jovem e saudável e toma aspirina, pode não ser algo que tenha que fazer. Também depende de outros medicamentos que você está tomando”.

Por último, reconhecendo que a aspirina “é uma ótima medicação”, Fass disse que “muitas vezes presumimos que os medicamentos vendidos sem receita médica são seguros porque você não precisa da receita. É muito importante conversar com um farmacêutico e com o seu médico para descobrir se a medicação é apropriada. Você sempre deve pensar no risco versus o benefício com qualquer medicação que toma”.

Fontes e Referências Adicionais:

Você já tinha ouvido falar que ácido acetilsalicílico afina o sangue? Conhece alguém que tome o medicamento com esse intuito? Comente abaixo!

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