Vacinação COVID-19 no Brasil: maiores dúvidas respondidas

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No domingo, 17 de janeiro, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso emergencial de duas vacinas contra a COVID-19 no Brasil.

São elas: a Coronavac, do Instituto Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinovac, e a vacina da AstraZeneca/Universidade de Oxford/Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

No entanto, ainda podem restar muitas dúvidas quanto aos próximos passos da vacinação contra o novo coronavírus em todo o país. Por isso, resolvemos trazer algumas respostas para esses questionamentos?

Quando a vacinação começa no Brasil? Quais vacinas serão aplicadas por aqui?

Vacina no idoso

No domingo, 17, logo após o anúncio da aprovação do uso emergencial das vacinas, tivemos a primeira brasileira vacinada em território nacional. Foi a enfermeira Mônica Calazans.

A previsão do ministro da saúde, Eduardo Pazuello, era que a vacinação no Brasil começasse na segunda-feira, 18 de janeiro, às 17h. Neste primeiro momento, a vacina usada será a Coronovac, pois as doses da vacina de Oxford ainda não chegaram.

Nem todos os estados receberam doses da vacina ainda na segunda-feira. Rondônia foi o último estado a receber suas doses da vacina, às 10h50 da manhã da terça-feira, 19 de janeiro.

Além de São Paulo, os estados de Alagoas, Bahia, Santa Catarina, Rio de Janeiro, Piauí, Goiás, Ceará, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Maranhão, Espírito Santo, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Pernambuco, Paraná, Mato Grosso, Amazonas, Rio Grande do Sul, Sergipe, Roraima e o Distrito Federal já iniciaram a vacinação.

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Por exemplo, as doses de Alagoas chegaram na segunda à noite e a aplicação da vacina começou já na manhã da terça. Já no Acre, o primeiro lote chegou na terça de manhã e a previsão é que os primeiros vacinados sejam três profissionais de saúde.

É preciso se cadastrar em algum site ou apresentar documentos?

Não, desde que comprove que faz parte do grupo prioritário da fase atual de vacinação, todos poderão receber a imunização. Entretanto, para ter um controle, o Ministério da Saúde orienta que a pessoa informe seu CPF ou leve seu cartão do Sistema Único de Saúde (SUS).

O governo de São Paulo criou um site de pré-cadastro para a vacinação contra a COVID-19. O objetivo é agilizar a campanha de vacinação e evitar aglomerações. Mas, não se trata de um agendamento e mesmo quem não fizer o pré-cadastro poderá se vacinar no estado.

Fique atento às informações da sua cidade e estado quanto a algum pré-cadastro.

Quais são os grupos prioritários e as fases da vacinação?

Conforme o Plano Nacional de Imunização do Governo Federal, os grupos prioritários incluem:

  • Trabalhadores da saúde;
  • Indígenas;
  • Quilombolas;
  • Pessoas com mais de 60 anos (idosos);
  • Pessoas com comorbidades (doenças preexistentes);
  • Professores;
  • Profissionais de força de segurança e salvamento;
  • Funcionários do sistema prisional;
  • Comunidades tradicionais ribeirinhas;
  • Trabalhadores de transporte coletivo;
  • Pessoas em situação de rua;
  • População privada de liberdade.

A primeira fase do plano nacional prevê a vacinação das pessoas que trabalham na área da saúde, os indígenas aldeados que vivem em terras demarcadas aldeadas, os povos e comunidades tradicionais ribeirinhas, os idosos com mais de 75 anos e as pessoas institucionalizadas com 60 anos ou mais.

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Já a segunda fase contempla as pessoas entre 60 e 74 anos, enquanto a terceira imunizará as pessoas com comorbidades. Ainda não se sabe em qual fase entrarão os outros grupos prioritários. De acordo com o governo, isso depende da aprovação e disponibilidade das vacinas.

Fique de olho nas informações do seu estado e município para saber exatamente onde e quando cada integrante dos grupos prioritários poderão se vacinar.

Quanto tempo após tomar a vacina estarei imunizado?

De acordo com o infectologista Jose Geraldo Leite Ribeiro, mesmo após duas doses da vacina, o organismo não produz uma resposta imune imediata.

Conforme Ribeiro, que é vice-presidente regional da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBI), a proteção ocorre certo tempo após a segunda dose e o tempo varia de vacina para vacina. Para a maioria, a imunidade surge a partir de 10 ou 20 dias após a segunda dose, completou.

Posso pegar o novo coronavírus ao tomar a vacina?

Não. Isso porque nenhuma das vacinas em testes trabalham com o vírus vivo. Por exemplo, a Coronavac usa o vírus inativado. Ou seja, ele não consegue se reproduzir e nem deixar uma pessoa doente.

Já a vacina de Oxford é feita de uma versão enfraquecida do vírus do resfriado comum (adenovírus) em chimpanzés. Ela passou por uma modificação para se parecer mais com o coronavírus, mas também não deixa uma pessoa doente.

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A vacinação vai acabar com a COVID-19?

Médico de máscara

Não se sabe. Em maio do ano passado, a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou que não há como prever se o novo coronavírus desaparecerá um dia, mesmo com a vacina.

Mas a vacina será capaz de interromper as cadeias de transmissão e conter a disseminação da COVID-19 entre a população. Ou seja, será útil para controlar a pandemia. Isso é importante para desafogar os sistemas de saúde lotados com pacientes infectados pelo novo coronavírus.

O retorno à normalidade será instantâneo?

Além disso, não é como em um passe de mágica. A vacina não é um passaporte para aglomerar ou abandonar todos os cuidados de proteção contra a COVID-19 logo depois da sua aplicação.

Mesmo após receber a imunização será preciso continuar com as medidas de prevenção contra o vírus, como usar máscaras ao sair, manter o distanciamento de no mínimo dois metros para outras pessoas e lavar as mãos ou passar álcool em gel, entre outras.

Para os cientistas, até que se tenha vacina o suficiente para imunizar além dos grupos de risco e atingir uma grande parte da população, não poderemos descartar o distanciamento social.

A epidemiologista especializada em modelagem matemática de doenças infecciosas, Azra Ghani, acredita que será precisa vacinar 70% da população para que estejamos seguros.

Ao mesmo tempo, a logística para vacinar um número suficiente de pessoas para ter segurança em todo o mundo ao ponto de retornar à normalidade é complexa. Isso pode demorar meses ou até mesmo anos.

É preciso lembrar ainda que nem todo mundo pode se vacinar devido a questões de saúde, enquanto outros simplesmente se recusam. Isso sem contar que nenhuma vacina tem 100% de eficácia.

Mas isso não significa que as vacinas não terão um impacto positivo na pandemia. Pelo contrário, já em curto prazo elas devem ajudar a evitar que as pessoas mais vulneráveis desenvolvam complicações graves devido à COVID-19 e morram.

Fontes e Referências Adicionais

Está ansioso para se vacinar contra a COVID-19? Quais as suas expectativas? Conte para nós nos comentários!

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