Constipação Intestinal – O Que é, Sintomas e Tratamento

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É fato que todos nós sofremos com a constipação intestinal em algum momento, mas para algumas pessoas a condição é recorrente e provoca uma série de sintomas desconfortáveis que impactam a qualidade de vida. Desconforto abdominal, inchaço e dificuldade para evacuar são apenas alguns sinais, e diante desse cenário é comum buscar soluções e um remédio para estimular o funcionamento adequado do intestino.

Se você convive com a situação, ou conhece alguém que sofre constantemente com ela, abordaremos aqui o que é a constipação intestinal, sintomas mais comuns e também os tratamentos comumente realizados.

Constipação intestinal – O que é?

A constipação pode afetar as pessoas de diferentes formas. Algumas podem sofrer com a passagem infrequente de fezes, e outros com fezes endurecidas, muito esforço para evacuar ou a sensação de esvaziamento incompleto, após uma visita ao banheiro.

É comum que o número de evacuações diminua com a idade. Entre os adultos é considerado normal evacuar entre 3 e 21 vezes por semana, e embora o padrão mais comum seja uma vez ao dia, a maioria das pessoas tem um funcionamento intestinal irregular e não tem evacuações todos os dias ou o mesmo número diariamente.

Um diagnóstico de constipação intestinal é feito quando a pessoa apresenta menos de três evacuações por semana e nos casos mais severos, menos de uma. Ela geralmente é classificada como aguda, quando é uma condição recente, ou crônica, quando é um problema que já está presente por muito tempo. No entanto, é preciso considerar, especialmente nos casos agudos, se existe alguma condição médica subjacente, impedindo o funcionamento correto do intestino.

Sintomas

Os sintomas da constipação intestinal costumam variar de acordo com os padrões intestinais de cada um, dieta e idade. No entanto, existem alguns que são comuns, como:

  • Movimentos intestinais infrequentes;
  • Demasiado esforço quando vai ao banheiro;
  • Fezes duras ou pequenas;
  • Sensação de evacuação incompleta depois de ir ao banheiro;
  • Desconforto na parte inferior do abdômen;
  • Inchaço abdominal, ocasionalmente distensão;
  • Sangramento ou fissuras anais provocadas pela passagem das fezes duras;
  • Ansiedade e obsessão para ir ao banheiro;
  • Agravamento da doença diverticular, hemorroidas e prolapso retal.

Em casos de síndrome do intestino irritável (SII):

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  • Dor abdominal cólica;
  • Excesso de gases (flatulência);
  • Inchaço e mudanças nos hábitos intestinais.

Em casos de obstrução intestinal:

  • Náuseas;
  • Vómitos;
  • Ausência de movimento intestinal;
  • Incapacidade de passar os gases;
  • Abdômen distendido;
  • Dores de cabeça;
  • Perda de apetite.

Causas

São várias as causas que podem provocar a constipação intestinal, entre elas:

1. Falta de fibra na dieta

As pessoas que mantêm uma dieta pobre em fibras estão mais predispostas a sofrer com a constipação. Quando consumidas, as fibras desempenham um papel essencial no trato digestivo e contribuem com os movimentos intestinais, estimulando a evacuação. Então, na hora de fazer as refeições, inclua sempre frutas, legumes e grãos integrais.

2. Inatividade

Os adultos mais velhos e aqueles que sofrem com problemas de saúde que os tornam excessivamente inativos costumam sofrer com a constipação. Geralmente as pessoas fisicamente ativas são menos propensas a se tornar constipadas porque a atividade física ajuda a manter o metabolismo alto, fazendo com que os processos no corpo aconteçam mais rapidamente e naturalmente, segundo alguns especialistas.

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3. Medicamentos

Alguns medicamentos têm como efeito colateral a constipação. Drogas usadas para dor narcótica, como a codeína (Tylenol), oxicodona (Percocet) e hidromorfona (Dilaudid); antidepressivos como amitriptilina (Elavil) e imipramina (Tofranil), anticonvulsivantes como suplementos de ferro com fenitoína (Dilantin) e carbamazepina (Tegretol) estão na relação.

Além disso, os medicamentos bloqueadores dos canais de cálcio como diltiazem (Cardizem) e nifedipina (Procardia), antiácidos contendo alumínio, incluindo Amphojel e Basaljel e diuréticos incluindo clorotiazida (Diuril) também são responsáveis por provocar a prisão de ventre.

4. Leite

Os alimentos interferem diretamente na constipação intestinal, mas seus efeitos costumam ser diferentes para cada pessoa. Uma das bebidas apontadas como capaz de causar prisão de ventre é o leite e os seus derivados.

5. Síndrome do intestino irritável (SII)

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As pessoas que sofrem com a síndrome do intestino irritável são acometidas pela constipação com muito mais frequência que as demais.

6. Gravidez

A constipação intestinal na gravidez é uma condição muito comum e geralmente acontece por causa dos altos níveis de estrogênio e progesterona, mudanças hormonais que podem tornar a mulher mais suscetível. Outra causa frequente é o crescimento do útero, que pode comprimir o intestino, diminuindo a passagem da comida.

7. Envelhecimento

Muitos processos corporais mudam consideravelmente à medida que envelhecemos. Por exemplo, o metabolismo diminui e provoca uma baixa atividade intestinal. Além disso, os músculos do trato digestivo não têm mais o mesmo desempenho e isso pode impactar diretamente nos movimentos intestinais.

8. Mudanças na rotina

Muitas pessoas só conseguem evacuar nos seus próprios banheiros. Isso significa que qualquer evento como uma viagem, por exemplo, pode alterar drasticamente a sua rotina normal. Além disso, as mudanças nos horários das refeições, horários de dormir e acordar condicionam a uma alteração no organismo que aumenta os riscos de constipação.

9. Uso excessivo de laxantes

Muita gente considera que o intestino normal é aquele que funciona no mínimo uma vez ao dia, por esse motivo é comum iniciar por conta própria um tratamento com laxantes, para garantir que isso aconteça.

É claro que os laxantes são eficazes para ajudar nos movimentos intestinais e tratar os casos de constipação, porém o uso regular faz com que o corpo se acostume à sua ação e, gradualmente, a dose precisa ser aumentada para obter os mesmos efeitos. Quando o seu uso é prolongado, o corpo pode ficar viciado, o que significa que no momento em que a interrupção é feita os intestinos podem não conseguir trabalhar sozinhos e isso provocará a constipação.

10. Não ir ao banheiro quando tem vontade

Ignorar a vontade de ir ao banheiro não é uma boa ideia. Ainda que ocasionalmente seja apropriado segurar a vontade, fazer isso com muita frequência pode levar o organismo a diminuir gradativamente os estímulos, até que você não sinta mais a vontade. Essa condição condiciona as fezes a ficarem duras e difíceis de passar.

11. Falta de hidratação

Beber água e manter o corpo hidratado pode ser bastante eficaz para ajudar a diminuir os riscos de constipação, mas se ela já está presente, beber mais líquidos pode não aliviar o quadro. Além disso, consumir refrigerantes, bebidas que contêm cafeína e álcool pode causar desidratação, agravando ainda mais a constipação intestinal. A bebida mais indicada para hidratar o corpo e promover benefícios é a água.

12. Distúrbios hormonais

Geralmente, as pessoas que têm hipotireoidismo (pouco hormônio da tireoide) ou muito hormônio da paratireoide que aumenta os níveis de cálcio no sangue sofrem com a constipação intestinal.

Outra condição comum e que também impacta são as alterações hormonais que acontecem no período menstrual de uma mulher, quando os níveis de estrogênio e progesterona são altos. No entanto, essa condição costuma ser pontual e dificilmente é prolongada.

13. Problemas específicos no cólon ou reto

Alguns problemas podem impactar diretamente o funcionamento intestinal. Por exemplo, a presença de tumores na região que podem comprimir ou restringir as passagem das fezes, o tecido cicatricial, diverticulose e estreitamento anormal do cólon ou reto, conhecido como estenose colorretal. Também é comum em pessoas com doença de Hirschsprung, que é um defeito congênito no qual algumas células nervosas estão ausentes no intestino grosso.

14. Doenças e condições diversas

Além de problemas específicos no cólon ou reto, algumas doenças costumam retardar o movimento das fezes através do cólon, reto ou ânus. As mais comuns são:

  • Distúrbios neurológicos: Problemas como a lesão na medula espinhal, acidente vascular cerebral (AVC), Esclerose Múltipla (EM), doença de Parkinson e pseudo-obstrução intestinal idiopática crônica são condições que comumente provocam constipação.
  • Condições endócrinas e metabólicas: Uremia, diabetes, hipercalcemia, controle glicêmico inadequado e hipotireoidismo.
  • Doenças sistêmicas: As doenças sistêmicas são aquelas que costumam afetar vários órgãos e tecidos do corpo, ou pior, afetam o corpo como um todo. As mais comuns são o lúpus, esclerodermia e amiloidose.
  • Câncer: Pacientes com câncer geralmente são submetidos a tratamentos com drogas agressivas e invasivas como a quimioterapia e alguns analgésicos, que costumam alterar o funcionamento correto do intestino. Além disso, a presença de um tumor pode provocar um bloqueio ou apertar o sistema digestivo, causando a constipação intestinal.

Tratamento

O tratamento pode incluir mudanças no estilo de vida, como comer mais fibras, beber mais água e também incluir na rotina a prática de exercícios, mas os laxantes também ajudam a impulsionar os resultados do tratamento. Confira a seguir as abordagens mais comuns:

Tratamento natural

  • Aumentar o consumo de fibras: Como vimos, as fibras têm um papel fundamental no funcionamento intestinal e as pessoas que sofrem com a prisão de ventre podem se beneficiar com esse recurso. A recomendação é ingerir entre 18 e 30 gramas de fibras diariamente e boas fontes são frutas, vegetais frescos, grãos integrais e inteiros e cereais fortificados com alto teor de fibra.
  • Beber água: O consumo de água pode beneficiar todo o organismo, inclusive o intestino. Tomar aproximadamente 2 litros de água por dia é uma boa quantidade.
  • Agentes de volume: Adicionar agentes de volume à alimentação pode ajudar a amolecer fezes, e isso torna a sua passagem bem mais fácil e menos dolorosa.  Algumas sugestões de agentes de volume são farelo de trigo e também o psyllium.
  • Exercício regular: Assim como a alimentação adequada, os exercícios regulares interferem no funcionamento dos processos corporais. Geralmente, a prática de atividades físicas estimula o corpo a trabalhar corretamente e isso inclui o estímulo dos movimentos intestinais, o que ajuda a aliviar a constipação intestinal.
  • Manter uma rotina: Procure ter um horário do dia para ir ao banheiro. Isso pode estimular o seu corpo a evacuar, além de criar uma rotina.
  • Evite segurar as fezes: Sempre que possível, vá ao banheiro quando sentir vontade. É claro que se estiver em um lugar onde não tenha um banheiro disponível isso não será possível, mas se estiver em um local apropriado, não deixe de atender aos impulsos naturais do seu corpo.
  • Remédios homeopáticos: Tomar calcarea carbonica, nux vomica, sílica, bryonia e lycopodium pode ajudar a tratar a constipação. Alguns estudos sugerem que as abordagens para a constipação oferecidas por médicos homeopatas podem ser bem-sucedidas, embora sua eficácia seja bastante contestada. Converse com o seu médico sobre essa alternativa e verifique se pode ajudar o seu caso.

Laxantes

Os laxantes mais comuns são vendidos como comprimidos, cápsulas e líquidos, para usar oralmente, como supositórios ou enemas. Embora o uso de um supositório ou enema não seja a administração mais agradável, pelo fato de serem inseridos manualmente, geralmente eles funcionam muito mais rápido para aliviar os sintomas.

– Agentes de volume (fibra)

A fibra está naturalmente disponível em frutas, vegetais e grãos integrais, porém quando a alimentação não traz a quantidade necessária, é possível comprar um laxante para compensar. As marcas mais comuns são: Benefiber, Citrucel, Equilactin, Fibercon, Fiber-Lax e Metamucil, e quando ingeridas, trabalham para aumentar o teor de água e volume das fezes, estimulando a movimentação mais rápida através do cólon.

Ao tomar suplementos de fibra, é essencial beber bastante água para minimizar a possibilidade de flatulência e uma possível obstrução. Também considere que o aumento ou alteração repentina na ingestão de fibras alimentares pode provocar cólicas abdominais, inchaço ou gases.

– Laxantes lubrificantes

Sua principal função é aumentar a lubrificação para que as fezes se tornem “escorregadias” e mais fáceis de passar. Isso é possível porque a sua composição carrega óleo mineral, que adiciona uma camada lisa às paredes do intestino e impede que as fezes sequem.

O seu uso deve ser de curto prazo, pois o prolongado pode permitir que o óleo mineral absorva vitaminas lipossolúveis do intestino e também interfira no efeito de alguns medicamentos prescritos. Outro ponto importante é que ele não deve ser combinado com outros medicamentos ou suplementos.

– Laxantes emolientes

Laxantes emolientes como o Colace contêm docusato, um surfactante que ajuda a umedecer e amaciar as fezes. Popularmente conhecidos como “amaciador de fezes”, eles são frequentemente usados ​​por aqueles que estão se recuperando de cirurgia, por mulheres que passaram por um parto recentemente ou por pessoas que sofrem com hemorroidas. Se comparados a outras opções, sua ação pode ser mais demorada – geralmente é preciso uma semana ou mais para começar a fazer efeito.

– Laxantes osmóticos e hiperosmolares

O foco desse tipo de laxante é promover a umidade excessiva. Quando ingerido, ele trabalha para extrair fluidos no intestino dos tecidos circundantes, e o resultado são fezes mais macias e mais fáceis de passar.

Para obter os resultados esperados é fundamental beber muita água. A hidratação adequada potencializará os efeitos do laxante e ajudará a diminuir a incidência de gases e cãibras musculares.

– Laxantes estimulantes

Esse tipo de laxante tem ação rápida e trabalha para estimular o revestimento do intestino e aumentar a hidratação das fezes, o que acelera a passagem das mesmas através do cólon. Porém, ele não deve ser usado diariamente ou regularmente, pois pode enfraquecer a capacidade natural do corpo de defecar e causar dependência laxativa. Eles também não estão isentos de outros efeitos colaterais, e os mais comuns são cólicas e diarreia.

Cuidados importantes com o uso de laxantes

Qualquer laxante precisa ser usado com segurança e moderação, então alguns cuidados são extremamente necessários. 

  • Se você pretende usar um laxante para regularizar o funcionamento do seu intestino, comece usando os de fibra primeiro (agentes de volume).
  • Ao usar laxantes, sempre beba muita água e outros líquidos para se manter hidratado. Essa medida é necessária porque os laxantes absorvem água para umedecer as fezes.
  • Se a melhor opção para tratar o seu caso for um laxante estimulante, saiba que alguns podem limitar a capacidade do seu corpo de absorver vitamina D e cálcio.
  • Não use laxantes por um período prolongado, apenas pelo tempo recomendado pelo fabricante ou pelo médico. A frequência desse tipo de remédio pode provocar uma dependência e impedir que seu intestino funcione sozinho.

Considerações finais

Um tratamento para a constipação intestinal deve ser recomendado por um profissional, então é importante procurar um médico. Ele será capaz de investigar primeiro se a constipação é aguda ou crônica, porque se for aguda ou estiver piorando, é necessário avaliar a causa precocemente para não negligenciar uma doença grave que deve ser tratada com urgência.

O segundo passo é iniciar o tratamento rapidamente e usar abordagens que apresentam menores impactos, pois isso impedirá que o problema se agrave e vai minimizar possíveis danos ao cólon, que podem ser causados ​​pelo uso frequente de produtos estimulantes. Já o terceiro passo é acompanhar a resposta ao tratamento receitado e fazer interferências, quando necessário.

Embora seja considerado por muitos um problema simples e de fácil solução, obter ajuda de um especialista permitirá realizar um tratamento eficaz e assertivo.

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Fontes e Referências Adicionais:

Você costuma sofrer com constipação intestinal crônica frequentemente? Que tipo de tratamento o médico já receitou? Comente abaixo!

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