Comer Pouco Faz Mal? Qual é o Limite?

atualizado em

Não são apenas os carros e as motos que necessitam de combustível para funcionar, nós também precisamos fornecer uma espécie de combustível para que o nosso organismo funcione de maneira apropriada.

O que nosso corpo precisa mesmo é de nutrientes e energia para nos manter firmes e fortes em todas as tarefas que executa diariamente.

Essa energia e esses nutrientes são fornecidos por meio da nossa alimentação. Entretanto, eles não chegam até o organismo com qualidade através de qualquer dieta – é necessário que as nossas refeições sejam saudáveis e nutritivas.

Se por um lado existem aquelas pessoas que comem demais, mas alimentos pobres nutricionalmente e ricos em calorias e açúcar, falhando no fornecimento dos nutrientes necessários ao corpo, do outro lado estão aqueles que comem pouco e não conseguem oferecer a quantidade de energia e nutrientes que o organismo precisa para funcionar de modo adequado.

E então, comer pouco faz mal?

Antes de explicarmos por quais razões comer pouco faz mal, é preciso que entendamos o que é comer pouco de fato. Isso poderia ser explicado como o ato de não consumir uma quantidade suficiente de alimentos, nutrientes ou calorias para saciar as necessidades do organismo.

Uma dieta com uma diminuição expressiva de calorias pode ser um exemplo de comer pouco.

A bacharela em enfermagem Rachel Nall apontou que o Merck Manual Home Edition (um manual de medicina na língua inglesa) define um consumo insuficiente de alimentos como ingerir uma quantidade mais baixa do que 1 mil calorias diariamente.

  Continua Depois da Publicidade  

Por que comer pouco faz mal?

Consumir menos de 1200 calorias diariamente, por exemplo, pode provocar problemas como fraqueza, intolerância ao frio, fadiga, irregularidade no período menstrual, prisão de ventre e inchaço das mãos e dos pés, como consta no livro Nutrition, Exercise, and Behavior: An Integrated Approach to Weight Management (Nutrição, Exercício e Comportamento: Uma Abordagem Integrada ao Controle do Peso, tradução livre).

Em artigo publicado, a nutricionista Erin Coleman ressaltou que o Weight Control Information Network (Rede de Informação do Controle de Peso, tradução livre) do Instituto Nacional de Diabetes e Doenças Digestivas e Renais dos Estados Unidos destaca que seguir uma dieta de muita baixa caloria também pode provocar a náusea.

“Desnutrição, tontura, dor de cabeça e perda de cabelo são outros potenciais efeitos colaterais negativos associados ao consumo de muita pouca caloria”, completou a nutricionista Coleman.

Além disso, o fato de perder peso muito rápido em uma dieta com restrição de calorias pode provocar o cálculo biliar. Problemas como gota, distúrbios associados à desnutrição, desequilíbrio de eletrólitos, osteoporose e até mesmo a morte súbita (em casos extremos) são outros que podem ocorrer em decorrência de uma dieta de baixa calorias.

Comer pouco faz mal também porque força o corpo a queimar músculo no lugar de gordura, o que desacelera a taxa metabólica, dificultando a perda de peso.

Como se não bastasse, chamamos atenção para o fato de que não é provável que uma pessoa permaneça por muito tempo na dieta com poucas calorias. Além disso, ao retornar para os seus hábitos alimentares, ela certamente recuperará o peso perdido.

  Continua Depois da Publicidade  

Caquexia

A bacharela em enfermagem Rachel Nall falou sobre a caquexia, uma condição caracterizada pelo gasto de tecido adiposo e muscular no corpo.

“Quando você não come o suficiente, o seu corpo pega gordura e músculo para utilizar como energia. Além dos sintomas físicos da perda muscular, a caquexia pode causar sintomas como fadiga, diarreia, irritabilidade, sentir frio sempre e indiferença”, explicou Rachel.

A bacharela em enfermagem também alertou que a doença pode provocar uma parada no sistema imunológico, o que pode aumentar o risco de infecções. Ela disse ainda que os sistemas do corpo, incluindo o cardíaco e o respiratório, podem até mesmo chegar a parar de funcionar.

Comer pouco faz mal de maneira mais intensa com o passar do tempo

“Enquanto não consumir calorias suficientes em um dia pode fazer o estômago doer, não consumir o suficiente ao longo de dias ou meses pode ter efeitos prejudiciais no seu corpo. O seu corpo requer certos nutrientes para ficar saudável e manter os músculos trabalhando e os ossos fortes”, afirmou Rachel Nall, em seu artigo.

A bacharela em enfermagem alertou ainda que, sem uma quantidade suficiente de nutrientes, os processos do organismo podem começar a ser afetados e inclusive chegar a parar se a pessoa não consumir o suficiente por um período estendido de tempo.

Conforme Rachel, quando alguém não consome uma quantidade suficiente de calorias, o organismo começa a utilizar os estoques de energia do corpo para as suas funções e auxiliar em relação ao estado de alerta.

  Continua Depois da Publicidade  

“Ao continuar a consumir muito pouca caloria sem estoques de energia, você pode experimentar efeitos colaterais como se sentir letárgico. Isso é porque o seu corpo não pode poupar energia das suas funções diárias – como manter o seu coração batendo – para prover energia para movimentos como os exercícios”, completou a bacharela em enfermagem.

Mas e se eu quiser comer pouco para estimular o emagrecimento?

Você só deve fazer uma diminuição na quantidade de alimento que consome com o objetivo de emagrecer, principalmente se isso acontecer de maneira drástica, quando o médico autorizar e acompanhar todo o seu processo.

Portanto, se você se encontra acima do peso ou simplesmente tem o desejo de ser mais magro, consulte o médico e/ou nutricionista para encontrar uma forma saudável de fazer isso.

É possível que os profissionais recomendem uma redução nas calorias? Até é, mas eles certamente indicarão isso para casos específicos, quando for realmente necessário e de uma maneira que o seu organismo não sofra com graves consequências.

Você já imaginava que comer pouco faz mal? Já experimentou uma dieta com poucas calorias e teve problemas? Comente abaixo!

Foi útil?
1 Estrela2 Estrelas3 Estrelas4 Estrelas5 Estrelas
Loading...
  Continua Depois da Publicidade  
Sobre Dra. Patricia Leite

Dra. Patricia é Nutricionista - CRN-RJ 0510146-5. Ela é uma das mais conceituadas profissionais do país, sendo uma referência profissional em sua área e autora de artigos e vídeos de grande sucesso e reconhecimento. Tem pós-graduação em Nutrição pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, é especialista em Nutrição Esportiva pela Universidad Miguel de Cervantes (España) e é também membro da International Society of Sports Nutrition.

Deixe um comentário