Alimentos ultraprocessados adicionam 500 calorias por dia à dieta, causando ganho de peso

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Os alimentos ultraprocessados, que são mais baratos, práticos e fáceis de preparar, podem engordar e prejudicar a saúde, segundo um novo estudo publicado em 2019 na revista Cell Metabolism.

Os participantes do estudo que estavam limitados a uma dieta de alimentos altamente processados ingeriram mais calorias e ganharam mais peso do que quando sua dieta consistia em alimentos minimamente processados, segundo o estudo.

Este estudo de pequena escala é o primeiro estudo controlado randomizado – considerado o padrão-ouro na ciência – que examina os efeitos de alimentos ultraprocessados. Eles são definidos como alimentos que contêm ingredientes industriais, como óleos hidrogenados, xarope de milho (rico em frutose), agentes aromatizantes e emulsionantes.

alimentos ultraprocessados

Durante um mês de estudo, 20 voluntários adultos saudáveis permaneceram no National Institutes of Health (NIH) Clinical Center, onde todas as refeições diárias foram fornecidas a eles. O NIH Clinical Center é o maior hospital dos Estados Unidos, inteiramente dedicado à pesquisa clínica.

Neste estudo, por 14 dias eles estavam limitados à dieta, e podiam comer o quanto quisessem (para mais ou para menos), sendo dois os tipos de refeição disponíveis (processada e não processada).

As duas versões de refeições (processada e não processada) tinham as mesmas quantidades de calorias, açúcares, fibras, gorduras e carboidratos. Por exemplo, o café da manhã não processado podia ter aveia com bananas, nozes e leite desnatado, enquanto o outro consistia em um bagel com cream cheese e bacon de peru. Os participantes exercitavam-se aproximadamente a mesma quantidade todos os dias durante o estudo.

Na dieta com alimentos ultraprocessados, as pessoas comiam mais rápido e em maior quantidade, consumindo cerca de 500 calorias extras por dia comparado aos indivíduos que estavam seguindo a dieta com alimentos não processados. Constatou-se que este aumento do consumo de calorias se deu por conta do maior consumo de carboidratos e gorduras, mas não de proteína.

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Como resultado, eles ganharam mais peso – em média, cerca de 0,9 kg, enquanto na dieta não processada, os participantes perderam essa mesma quantidade de peso.

O gênero dos participantes e seu índice de massa corporal (IMC) não influenciaram nos resultados do estudo, de acordo com os autores do mesmo.

Os alimentos ultraprocessados levaram as pessoas a ingerir muitas calorias extras e ganhar peso, os pesquisadores concluíram.

Para muitas pessoas pode ser difícil restringir o consumo de alimentos processados, não só apenas por conta do sabor, mas também por razões econômicas. Por exemplo, o custo de uma dieta de 2.000 calorias por dia contendo alimentos processados foi estimado em sendo 30% menor do que o custo de uma dieta contendo alimentos mais naturais.

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Além disso, é inegável que alimentos ultraprocessados adicionam mais praticidade ao dia a dia, uma vez que o preparo de alimentos mais saudáveis é normalmente maior. Isso porque os alimentos ultraprocessados são consumidos principalmente como refeições prontas, assim como lanches e sobremesas. As pessoas têm consumido cada vez mais delas nas últimas décadas, principalmente no mundo ocidental.

As pesquisas também já mostraram que esses alimentos industrializados podem levar à obesidade, pressão alta e câncer.

Fontes e referências adicionais

Você tem o costume de consumir mais alimentos ultraprocessados em sua dieta do que os naturais? Pretende mudar isso? Comente abaixo!

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Sobre Dra. Patricia Leite

Dra. Patricia é Nutricionista - CRN-RJ 0510146-5. Ela é uma das mais conceituadas profissionais do país, sendo uma referência profissional em sua área e autora de artigos e vídeos de grande sucesso e reconhecimento. Tem pós-graduação em Nutrição pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, é especialista em Nutrição Esportiva pela Universidad Miguel de Cervantes (España) e é também membro da International Society of Sports Nutrition.

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