Abóbora Prende ou Solta o Intestino?

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Antes de entrarmos propriamente na questão se a abóbora prende ou solta o intestino, vamos conhecer um pouquinho melhor esse vegetal?

Fibras, potássio, cobre, manganês, ferro, magnésio, fósforo, vitamina A, vitamina B1, vitamina B3, vitamina B5, vitamina B6, vitamina B9 (folato), vitamina C e vitamina E são nutrientes necessários para o nosso organismo funcionar corretamente, que são encontrados na composição da abóbora.

O nutricionista também contou que o alimento já foi associado a benefícios como: o fornecimento de antioxidantes ao organismo, o auxílio à saúde do coração, a ajuda à diminuição dos riscos de desenvolvimento de câncer na próstata e o estímulo ao sistema imunológico.

E então, a abóbora prende ou solta o intestino?

Para sabermos se a abóbora prende ou solta o intestino, precisamos nos ater principalmente à quantidade de fibras que podem ser encontradas no alimento.

De acordo com a nutricionista Megan Ware, o Banco de Dados Nacional de Nutrientes do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, sigla em inglês), informa que uma porção de uma xícara de abóbora cozida sem sal apresenta 2,7 g de fibras.

As fibras são carboidratos que não podem ser digeridos e estão presentes em alimentos como frutas, vegetais e grãos integrais, definiu a mestra em fisiologia do exercício e nutricionista licenciada Kathryn Vera.

Kathryn explicou que as fibras adicionam volume às fezes, aceleram a movimentação dos alimentos dentro do trato digestivo e promovem a regularidade (intestinal), o que pode contribuir com o tratamento ou a prevenção da prisão de ventre, que também é conhecida como o intestino preso.

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Segundo ela, o intestino preso é definido como uma condição em que a pessoa tem menos de três movimentos intestinais por semana ou em que os movimentos intestinais são pequenos, secos, duros e dolorosos.

A nutricionista afirmou ainda que entre os fatores que podem provocar a prisão de ventre, encontra-se justamente o fato de seguir uma alimentação pobre na ingestão de fibras.

“A quantidade significativa de fibras encontradas em alguns tipos de abóbora faz com que ela seja uma alternativa saudável se você deseja evitar ou controlar a prisão de ventre”, escreveu a mestra em fisiologia do exercício.

O médico, chefe de gastroenterologia e professor associado da Universidade Case Western Reserve dos Estados Unidos, Gerard Isenberg, afirmou que é incomum que um alimento específico provoque o intestino preso.

“O que é importante na dieta (neste sentido) é a fibra”, completou o chefe de gastroenterologia.

Se a sua prisão de ventre for persistente, procure rapidamente o auxílio médico para checar o que está originando o problema. Por exemplo, pode ser que o intestino preso seja sintoma de alguma doença.

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A diarreia

Quando analisamos se a abóbora prende ou solta o intestino, precisamos abordar também a questão da diarreia, que é o intestino solto demais.

A professora assistente do Programa de Saúde Pública da Universidade Estadual de Michigan nos Estados Unidos e mestra em nutrição e saúde pública, Natalie Stein, escreveu em artigo publicado que a presença de fibras na dieta também pode ajudar a aliviar a diarreia porque o nutriente faz com que as fezes fiquem mais duras e menos soltas.

Além disso, a mestra em nutrição indicou que a abóbora pode ser útil para o tratamento da condição porque contém o mineral potássio em sua composição. Segundo a professora assistente, a diarreia pode provocar perdas excessivas de potássio, causando um quadro que é conhecido como hipocalemia.

A hipocalemia também é conhecida como níveis perigosamente baixos de potássio no sangue e pode gerar fadiga, fraqueza e inclusive a morte, completou Natalie.

Uma xícara de abóbora cozida em fatias apresenta 344 mg do mineral potássio.

Entretanto, converse com o seu médico antes de incluir a abóbora como estratégia no seu tratamento para combater a diarreia (como veremos daqui a pouco, muita fibra também pode pior o quadro) e para saber como o alimento pode ser consumido nesse período, de forma que não venha prejudicar a sua saúde.

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Por exemplo, ele pode indicar que você consuma a abóbora na forma de um purê. Também não deixe de procurar o médico se a sua diarreia durar mais do que três dias, conforme aconselhou Natalie Stein.

Fibras solúveis

A professora assistente do Programa de Saúde Pública da Universidade Estadual de Michigan informou também que as fibras encontradas na abóbora são do tipo solúveis.

As fibras solúveis absorvem água conforme passam pelo organismo, o que ajuda a dar volume às fezes e a proteger contra a diarreia e o intestino preso.

Cuidados com o excesso de fibras na alimentação

Conforme informações da Academia Nacional de Medicina dos Estados Unidos, replicadas pelo Instituto Linus Pauling da Universidade Estadual de Oregon, esses são os teores diários de fibras que devemos consumir ao longo de um dia:

  • Crianças (meninas e meninos) de um a três anos de idade: 19 g por dia;
  • Crianças (meninas e meninos) de quatro a oito anos de idade: 25 g por dia;
  • Meninas de nove a 13 anos de idade: 26 g por dia;
  • Meninos de nove a 13 anos de idade: 31 g por dia;
  • Meninas de 14 a 18 anos de idade: 26 g por dia;
  • Meninos de 14 a 18 anos de idade: 38 g por dia;
  • Mulheres de 19 a 50 anos de idade: 25 g por dia;
  • Homens de 19 a 50 anos de idade: 38 g por dia;
  • Mulheres com mais de 51 anos de idade: 21 g por dia;
  • Homens com mais de 51 anos de idade: 30 g por dia;
  • Grávidas de todas as idades: 28 g por dia;
  • Mulheres que estejam amamentando de todas as idades: 29 g por dia.

Quando as fibras alimentares são ingeridas de maneira excessiva, elas podem provocar fezes moles, movimentos intestinais frequentes e inclusive a diarreia.

Isso acontece por conta da necessidade que o corpo tem de puxar água para passar a fibra para fora do corpo, o que resulta na diarreia, condição que também pode vir acompanhada de uma desidratação.

Consumir uma quantidade de fibras mais elevada do que a recomendada por dia em um curto espaço de tempo ainda pode causar o intestino preso, além de outros problemas como inchaço, gases, cólica e o prejuízo à absorção de minerais como ferro, zinco, magnésio e cálcio.

Ainda que pareça difícil ultrapassar esse limite com os 2,7 g de fibras presentes em uma xícara de abóbora cozida sem sal, precisamos lembrar que se o consumo do alimento for exagerado, o teor do nutriente aumentará significativamente.

Além disso, a abóbora não é o único alimento da dieta que possui fibras em sua composição. Portanto, vale a pena prestar atenção para não comer fibras demais, principalmente em um curto espaço de tempo.

Aumente a sua ingestão de fibras aos poucos

Se você come poucas fibras, mas deseja aumentar a sua ingestão do nutriente, faça isso gradualmente, aos pouquinhos.

Isso é necessário porque as bactérias intestinais que decompõem parte das fibras precisam de tempo para se acostumar com esse crescimento na ingestão do nutriente.

Já quando esse aumento acontece todo de uma vez, corre-se o risco de sofrer com problemas intestinais.

A importância de ingerir as fibras acompanhadas de água

Quando consumimos alimentos ricos em fibras, também precisamos nos certificar de ingerir uma boa quantidade de água durante todo o dia.

A fibra necessita de água para passar pelo sistema digestivo e formar as fezes. Quando uma pessoa consome mais fibra, porém, não ingere uma quantidade suficiente de água, pode ocorrer o agravamento de um quadro de intestino preso e ela ainda pode sofrer com dor abdominal.

Além disso, a ingestão de fibras sem a presença da água pode resultar no ressecamento do intestino.

Atenção: tudo o que escrevemos aqui serve apenas como informação e jamais pode substituir a orientação e prescrição de um médico ou nutricionista.

Fontes e Referências Adicionais:

Você já tinha ouvido falar que a abóbora prende ou solta o intestino? Tem costume de consumir algum tipo de abóbora? Isso reflete de que forma em seu intestino? Comente abaixo!

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Sobre Dra. Patricia Leite

Dra. Patricia é Nutricionista - CRN-RJ 0510146-5. Ela é uma das mais conceituadas profissionais do país, sendo uma referência profissional em sua área e autora de artigos e vídeos de grande sucesso e reconhecimento. Tem pós-graduação em Nutrição pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, é especialista em Nutrição Esportiva pela Universidad Miguel de Cervantes (España) e é também membro da International Society of Sports Nutrition.

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