6 Maiores Causas do Ronco e O Que Fazer

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Roncar pode ser até normal para a maioria das pessoas, mas é muito ruim para quem dorme perto delas. Apesar de todas as pessoas roncarem uma vez ou outra, roncar todas as noites não é considerado normal e isso pode indicar a presença de um hábito nocivo ou um problema de saúde que deve ser investigado e tratado.

Muitas vezes, o ronco pode ser evitado ou reduzido por meio de mudanças de estilo de vida que podem incluir a perda de peso, a alteração de posição na hora de dormir e a eliminação ou redução do consumo de álcool, principalmente perto da hora de dormir.

Em casos em que o ronco é causado por uma patologia, é indicado tratar a causa subjacente. Também é possível usar dispositivos que reduzem o ronco ou se submeter a cirurgias para amenizar o problema.

Aqui, vamos conhecer as maiores causas do ronco e entender o que fazer para diminuir o desconforto associado com o ronco durante o sono.

Ronco

O ronco é um som rouco e áspero que é observado quando o ar passa pelos tecidos relaxados presentes na garganta durante a noite. O som é produzido pela vibração de tais tecidos quando a pessoa respira.

Quando começamos a pegar no sono e o sono leve progride para um sono mais profundo, os músculos do céu da boca (chamados de palato mole), da língua e da garganta relaxam. Esse relaxamento pode fazer com que as vias aéreas fiquem parcialmente bloqueadas e comecem a vibrar. Quanto mais estreitas as vias aéreas, mais forte é o fluxo de ar. Isso faz com que os tecidos vibrem mais e o ronco fique mais forte e mais alto.

É normal que todo mundo ronque de vez em quando, mas quando isso se torna um problema crônico, é preciso ficar atento, pois em alguns casos pode indicar a presença de uma condição séria de saúde.

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Mesmo que não seja nada grave, o ronco incomoda – especialmente aqueles que dormem próximos do indivíduo que ronca bastante. Assim, é interessante conhecer as causas do ronco para entender o problema e tentar evitar o ronco durante a noite para ter uma noite mais tranquila e incomodar menos o seu parceiro.

Maiores causas do ronco

1. Apneia

O ronco é muitas vezes associado a um distúrbio do sono conhecido como apneia obstrutiva do sono. Nem todo mundo que ronca tem apneia, mas todos que têm apneia roncam.

Alguns sintomas comuns de pessoas que sofrem de apneia do sono podem incluir:

  • Sonolência diurna em excesso;
  • Pressão arterial elevada;
  • Dor no peito durante a noite;
  • Ronco alto que atrapalha o sono de outras pessoas no mesmo cômodo;
  • Acordar engasgado ou ofegante durante a noite;
  • Dor de garganta pela manhã;
  • Dificuldade de concentração;
  • Falta de atenção ou mau desempenho na escola ou no trabalho;
  • Problemas para respirar durante o sono.

Na apneia do sono, os pacientes podem parar de respirar temporariamente durante a noite, o que pode ser muito perigoso. Quando isso acontece, a pessoa tende a acordar ofegante. É bastante comum que indivíduos com apneia obstrutiva do sono acordem cerca de 5 vezes durante o sono, mas nem todos percebem a dificuldade para respirar e outros nem mesmo percebem que acordaram, pois voltam a dormir logo em seguida.

Desta forma, é importante procurar um médico ao notar que o seu sono não está sendo reparador ou se você apresentar algum dos sintomas acima. Também é importante contar com a ajuda dos familiares ou de um parceiro para identificar se você ronca muito ou acorda várias vezes durante a noite sem notar.

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2. Privação de sono

Quando uma pessoa não dorme bem ou está há muito tempo sem dormir, os músculos tendem a relaxar mais, o que faz com que a pessoa ronque.

É normal roncar em períodos conturbados da vida ou em momentos que seu sono está sendo prejudicado. É o caso, por exemplo, de estudantes que precisam estudar para vários testes de uma só vez ou de uma mulher que acabou de se tornar mãe que acaba tendo menos tempo para dormir nos primeiros meses de vida do bebê.

Os exemplos mencionados acima são situações temporárias que acontecem na vida de quase todo mundo. Mas se a privação de sono se tornar um problema recorrente e parte da sua rotina, é hora de ligar o sinal de alerta, pois isso não vai apenas fazer você roncar, e sim prejudicar diversos aspectos da vida, incluindo a qualidade de vida e o metabolismo em geral.

3. Anatomia da boca

A anatomia da boca pode ser uma das causas do ronco. Ter um palato mole e espesso pode deixar a via aérea mais estreita. Isso é comum também em pessoas que estão acima do peso, pois elas podem apresentar tecidos extras na parte de trás da garganta, que tornam as vias aéreas mais estreitas.

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Há casos em que se o pedaço triangular de tecido pendurado no véu palatino – chamado de úvula – for alongado, o fluxo de ar pode ser obstruído, o que causa um aumento da vibração dos tecidos, que deixa o ronco mais proeminente.

4. Uso de álcool

O consumo excessivo de bebidas alcoólicas antes de dormir também pode ser uma das causas do ronco. Isso acontece porque o álcool relaxa os músculos encontrados na garganta e diminui as defesas naturais contra a obstrução das vias aéreas.

Assim, pessoas que bebem muito álcool antes de dormir tendem a roncar mais e mais alto. Fumar também pode ser igualmente prejudicial.

5. Problemas nasais

Às vezes roncamos porque estamos resfriados ou gripados. A congestão nasal, por exemplo, pode obstruir as vias respiratórias, o que dificulta a respiração e causa o ronco.

Problemas estruturais no nariz também podem ser as causas do ronco. O desvio do septo nasal, que é uma divisão torta entre as narinas, também pode causar obstruções e resultar em roncos durante a noite.

6. Posição de dormir

Não é à toa que dar aquele empurrãozinho no parceiro para que ele fique de lado e pare de roncar funciona.

Quando uma pessoa deita de costas, o efeito da gravidade sobre a garganta torna as vias aéreas mais estreitas, o que deixa o ronco mais intenso. Ao se virar para deitar de lado, esse efeito deixa de existir e a intensidade do ronco diminui.

Outras causas

A obesidade e a gravidez podem contribuir para o ronco devido ao excesso de peso. Problemas respiratórios ou alergias como a sinusite e a rinite, por exemplo, podem levar à congestão nasal, o que também leva ao ronco.

Fatores de risco

Há ainda alguns fatores de risco que podem contribuir para a ocorrência de roncos. Alguns deles são:

  • Ser homem: os homens são mais propensos a roncar ou sofrer de apneia do sono do que as mulheres;
  • Beber álcool: ingerir álcool em excesso relaxa os músculos encontrados na garganta e aumenta o risco de ronco durante o sono;
  • Ter problemas nasais: problemas estruturais nas vias respiratórias ou problemas de congestão nasal crônica podem aumentar o risco de ronco;
  • Ter uma via aérea estreita: características estruturais como ter um palato longo ou amígdalas e adenoides grandes podem deixar as vias aéreas mais estreitas, resultando no ronco;
  • Ser obeso: como já mencionado, estar acima do peso eleva o risco de uma pessoa roncar ou sofrer de apneia obstrutiva do sono;
  • Ter histórico familiar de ronco ou de apneia do sono: há também o fator hereditário que contribui para o risco de roncar ou de ter apneia obstrutiva do sono.

Diagnóstico

Ao perceber que o ronco está atrapalhando a sua qualidade de vida, é hora de procurar um médico para diagnosticar o problema e indicar o tratamento adequado.

Além de analisar os sintomas, o médico pode solicitar o seu histórico médico, perguntar sobre os seus hábitos diários e requisitar exames que podem incluir exames de imagem como raios X, tomografia computadorizada ou ressonância magnética para verificar as estruturas das vias aéreas e testes que avaliam o sono do paciente.

Os testes que analisam o sono são chamados de estudo do sono e podem ser feitos em casa com dispositivos portáteis ou em um hospital ou instituto do sono em que o paciente deve passar a noite. Tais exames realizam uma análise detalhada da respiração durante o sono por meio de uma polissonografia. Nesse teste, vários sensores são conectados ao corpo do paciente para que possam ser registradas informações sobre:

  • Nível de oxigênio no sangue;
  • Taxa de respiração;
  • Estágios do sono;
  • Ondas cerebrais;
  • Frequência cardíaca;
  • Movimentos dos olhos e das pernas.

O que fazer

O tratamento vai depender das causas do ronco do paciente. Quando não há suspeita de apneia obstrutiva do sono, o ronco tende a ser reduzido ou até mesmo eliminado por meio de alterações simples no estilo de vida. Algumas delas incluem:

  • Perder peso;
  • Tratar a congestão nasal;
  • Usar um travesseiro mais alto;
  • Evitar dormir de costas e preferir dormir de lado ou de bruços;
  • Não ingerir bebidas alcoólicas perto da hora de dormir;
  • Aplicar tiras ou adesivos nasais na parte externa do nariz que ajudam a dilatar as vias aéreas e a melhorar a respiração;
  • Parar de fumar;
  • Evitar a privação de sono e dormir por tempo suficiente;
  • Adotar horários aproximadamente fixos para dormir e acordar, evitando o cansaço excessivo e a privação de sono.

Outros tipos de tratamentos incluem:

– Uso de dispositivos

No caso de apneia obstrutiva do sono, o tratamento é um pouco mais delicado. O paciente pode precisar utilizar aparelhos orais, que são aparelhos que devem ser posicionados na boca para ajustar a posição da mandíbula, da língua e do palato mole na hora de dormir.

Esse tipo de aparelho ajuda a manter aberta a passagem de ar, evitando episódios de apneia em que o indivíduo para de respirar durante o sono. O ajuste desse tipo de aparelho deve ser feito em conjunto por um dentista e pelo especialista do sono.

Outro tipo de dispositivo que auxilia pessoas com apneia do sono é uma máscara que é usada sobre o nariz ou sobre a boca durante o sono que aplica uma técnica chamada de pressão positiva contínua nas vias aéreas. Tal máscara serve para direcionar o ar pressurizado de uma bomba para a via aérea, mantendo-a aberta durante o sono.

Porém, o uso desses dispositivos depende da adaptação de cada um a eles. Muitas pessoas podem achar muito difícil se acostumar com o uso de uma máscara ou de um aparelho bucal na hora de dormir e a eficácia do tratamento vai depender da disciplina de cada paciente.

– Procedimentos cirúrgicos

Por fim, a cirurgia pode ser uma opção quando o estreitamento das vias aéreas é causado por problemas estruturais que podem ser corrigidos cirurgicamente.

Na uvulopalatofaringoplastia, por exemplo, o cirurgião é capaz de apertar ou remover o excesso de tecidos na garganta, melhorando o fluxo de ar nas vias aéreas.

Outro procedimento conhecido como avanço maxilomandibular serve para mover as mandíbulas superior e inferior para a frente, auxiliando a desobstruir as vias aéreas.

A ablação de tecido por radiofrequência também é outra técnica cirúrgica em que um sinal de baixa intensidade de radiofrequência é utilizado para encolher o tecido no palato mole, na língua ou no nariz.

A eficácia das cirurgias pode variar e é preciso discutir com o médico os prós e contras antes de tomar uma decisão.

Considerações

O ronco pode ser muito mais do que um incômodo, principalmente quando ele está associado à apneia obstrutiva do sono. Nesses casos, além de roncar, o indivíduo não dorme bem, podendo assim desenvolver problemas relacionados à concentração, a alterações de humor, a problemas de aprendizagem, a rendimentos ruins no trabalho ou na produtividade em geral.

O indivíduo também pode apresentar sonolência excessiva, risco maior de desenvolver problemas de saúde como a pressão arterial elevada, problemas cardíacos e acidente vascular cerebral e de sofrer acidentes automotivos por causa da privação de sono.

Assim, não ignore seu ronco e não hesite em procurar tratamento médico se outros sintomas forem observados, uma vez que o sono reparador é muito importante para o equilíbrio da nossa saúde.

Fontes e Referências Adicionais:

Você ronca muito de noite? Encontra entre as possíveis causas do ronco que listamos uma para seu problema? Comente abaixo!

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Sobre Felipe Santos e Dra. Patrícia Leite

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