11 Sintomas de Problemas na Vesícula Biliar – Pedra, Inflamada, Câncer, etc

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A vesícula biliar é um órgão pequeno com cerca de 10 cm de comprimento, porém muito importante para a manutenção da nossa saúde. Trata-se de uma espécie de saco que armazena toda a bílis produzida pelo fígado.

A bílis é extremamente necessária para a digestão dos alimentos ingeridos através da dieta, especialmente das gorduras. Além de ajudar no processo digestivo, a bile ajuda a melhorar a absorção de vitaminas e nutrientes lipossolúveis como a vitamina D, por exemplo.

Grande parte das pessoas só se lembra da vesícula biliar quando o órgão apresenta algum problema. Geralmente, os sintomas de problemas na vesícula biliar têm relação com algum tipo de bloqueio ou redução do fluxo de bile por meio do órgão, o que pode causar diversos problemas de saúde.

Abaixo, vamos mostrar quais são os principais sintomas de problemas na vesícula biliar e o que eles significam.

Vesícula Biliar

Recapitulando, a vesícula biliar é um órgão localizado logo abaixo do fígado e que armazena a bile produzida por ele para promover a boa digestão.

A principal função da vesícula biliar é armazenar a bílis. Chamada também de bile, ela é uma combinação de fluidos, colesterol e gordura que ajuda a quebrar os alimentos em pedaços menores, o que facilita a digestão e também a absorção de nutrientes pela corrente sanguínea.

A vesícula biliar é um órgão que não costuma apresentar problemas. No entanto, quando algo atrapalha o seu funcionamento normal, a pessoa pode sentir muita dor e precisar ser até hospitalizada. Claro que isso vai depender do tipo e da gravidade dos sintomas.

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Vesícula biliar: Sintomas

Embora possam significar várias coisas diferentes, muitos sintomas são comuns para vários tipos de problemas na vesícula biliar. Os sintomas mais comuns de que algo não anda bem com a vesícula incluem:

1. Dor abdominal

Esse sintoma é um clássico de qualquer que seja a causa do problema na vesícula biliar. A dor abdominal geralmente ocorre na parte superior direita ou no centro do abdômen e é uma dor muito intensa que pode ir e voltar dependendo da gravidade da condição.

Em alguns casos, a dor pode irradiar para outras partes do corpo como para as costas ou para o peito.

2. Dor nas costas

Normalmente é uma extensão da dor abdominal que é sentida logo abaixo da omoplata direita ou nas costas.

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3. Dor após as refeições

Uma dor que ocorre logo após as refeições, principalmente quando alimentos gordurosos são ingeridos, pode significar que a bile não está fazendo o seu papel na digestão. Isso é um sinal de alerta da sua vesícula biliar.

4. Náuseas ou vômitos

Mais um sinal de que há problemas na digestão devido à falta de secreção da bile. Como a digestão não é adequada, o organismo tenta expulsar aquele alimento através do vômito.

Qualquer problema na vesícula pode causar esses sintomas. No entanto, apenas pessoas com doença crônica da vesícula biliar apresentam também outros sintomas como refluxo ácido e gases.

5. Diarreia crônica

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A diarreia é considerada crônica quanto ocorrem pelo menos 4 evacuações por dia durante um período mínimo de 3 meses. Esse sintoma pode ser um sinal de que o indivíduo tem doença crônica da vesícula biliar.

6. Febre ou calafrios

Apresentar febre sem motivo aparente indica que há uma infecção ocorrendo em algum lugar no seu organismo. Sentir febre e calafrios e outros sintomas mencionados aqui pode indicar uma infecção na vesícula.

7. Icterícia

A icterícia é caracterizada pela cor amarelada da pele ou dos olhos. Além de problemas no fígado, esse sintoma pode sinalizar problemas na vesícula, como um bloqueio nos ductos biliares ou a presença de cálculos biliares no órgão.

8. Alterações na urina

A urina de pessoas com problemas na vesícula pode se tornar mais escura do que o usual, indicando um possível bloqueio no ducto biliar.

9. Mudanças nas fezes e alterações nos movimentos intestinais

Assim como a urina, as fezes também podem apresentar alterações. Em casos de problemas na vesícula biliar, elas podem se tornar mais claras do que o normal. Além disso, podem ocorrer alterações nos movimentos intestinais, o que pode causar diarreia frequente ou mudança de hábito de evacuações.

Esses sintomas podem indicar bloqueio nos ductos biliares ou doença crônica da vesícula biliar.

10. Alterações gastrointestinais

Além de náuseas e vômitos, é possível que sintomas como azia, indigestão ou excesso de gases sejam observados.

11. Cólica biliar

Algumas vezes confundida com a dor abdominal, a cólica biliar é um termo usado para descrever uma dor muito intensa que indica a presença de cálculos biliares que causam o bloqueio da bile para o intestino. O bloqueio do fluxo de bile faz com que a vesícula se contraia, o que resulta em uma dor muito forte e espasmos.

Vale ressaltar que quando esse sintoma é observado, é preciso procurar ajuda médica imediatamente, já que apenas cálculos biliares graves costumam causar sintomas. Essas cólicas duram de 1 a 5 horas e continuam com uma dor mais leve durante pelo menos 24 horas.

Situações em que o auxílio médico é indispensável

Além da cólica biliar, ao observar sintomas como febre, vômito e diarreia constantes e/ou alterações nas fezes e na urina, é essencial procurar atendimento médico de emergência, pois pode estar em curso uma inflamação ou infecção grave na vesícula biliar.

Causas de problemas na vesícula 

Os sintomas listados acima podem ser causados por diversos problemas na vesícula, que incluem:

1. Cálculos biliares ou colelitíase

Conhecidos também como pedras na vesícula, os cálculos biliares são pequenas pedras que são formadas na vesícula biliar e se acumulam no órgão. A maioria dos cálculos biliares é formada por acúmulo de colesterol, enquanto outros podem ser formados por subprodutos da quebra de glóbulos vermelhos como o bilirrubinato de cálcio. Uma pessoa pode ter cálculos biliares durante anos e nunca sentir nenhum sintoma.

No entanto, conforme vão se acumulando várias pedras ou se elas crescem de tamanho, o fluxo da bile pode ser bloqueado, o que causa dores e complicações de saúde. Cálculos biliares não tratados podem resultar em complicações como inflamação ou infecção da vesícula, bloqueio do ducto biliar comum, bloqueio do ducto pancreático e, em casos raros, câncer.

2. Bloqueio do ducto biliar comum ou coledocolitíase

Problema em que há um bloqueio dos tubos através dos quais a bile transita da vesícula ou do fígado até o intestino delgado. Embora possam ser formados cálculos biliares no ducto biliar comum, é mais provável que um cálculo desenvolvido na vesícula tenha migrado para o ducto, que é o que chamamos de cálculo secundário do ducto biliar comum.

3. Inflamação da vesícula biliar ou colecistite

A colecistite ocorre quando a bile não consegue sair da vesícula, ou seja, quando há uma obstrução no órgão. Isso causa uma inflamação que pode resultar em crises de dor aguda recorrentes. A inflamação decorre do acúmulo de bile que acaba irritando a vesícula e causa inchaço e inflamação.

Além disso, a inflamação no órgão facilita o ataque de micro-organismos como bactérias intestinais, agravando o quadro e gerando uma infecção. A inflamação ou infecção não tratada pode danificar o órgão permanentemente.

4. Bloqueio do ducto pancreático

O ducto pancreático é uma espécie de tubo que conecta o pâncreas até o ducto biliar comum. Os sucos pancreáticos que auxiliam o processo digestivo fluem através desse caminho. Quando um cálculo biliar bloqueia o ducto pancreático, pode ocorrer inflamação no órgão, causando a pancreatite.

5. Câncer de vesícula biliar

O câncer na vesícula biliar é uma condição muito rara, mas que pode afetar algumas pessoas. Fatores considerados de risco para o desenvolvimento da doença incluem ocorrência de cálculos biliares, vesícula biliar de porcelana, sexo feminino, idade avançada ou obesidade.

Apesar de raro, se não for detectado ou tratado, esse tipo de câncer pode se espalhar rapidamente para outros órgãos, dificultando o tratamento e aumentando o risco de morte.

Um sintoma específico de câncer na vesícula pode ser o surgimento de um ou mais nódulos na barriga que podem ser observados na própria pele ou por meio de exames de imagem como o ultrassom.

6. Vesícula biliar perfurada

Trata-se de uma complicação de casos de colecistite ou de cálculos biliares não tratados em que surge um buraco na parede da vesícula biliar. Essa condição é muito perigosa, já que em casos em que o órgão está inflamado ou infeccionado, a infecção pode se espalhar rapidamente pelo resto do corpo.

7. Infecção do ducto biliar comum

Se o ducto biliar ficar bloqueado por muito tempo, pode ocorrer uma infecção, que se não detectada e tratada logo no início, pode colocar em risco todo o organismo e causar a morte.

8. Vesícula biliar disfuncional ou doença crônica da vesícula biliar

Crises repetidas de cálculos biliares podem danificar permanentemente a vesícula biliar. Isso causa uma doença crônica que deixa o órgão rígido e causa cicatrizes. Os sintomas dessa condição costumam incluir uma combinação de sensação de plenitude abdominal, aumento de gases, indigestão e diarreia.

9. Íleo biliar

O íleo biliar é uma condição rara na qual um cálculo biliar migra para o intestino e bloqueia o órgão. Isso requer uma cirurgia de emergência para desobstrução, já que o íleo biliar impede a saída das fezes. O problema pode ser fatal se não tratado como uma emergência médica e costuma atingir pessoas maiores de 65 anos.

10. Abscesso da vesícula biliar

Em alguns casos, o paciente pode desenvolver um pus na vesícula chamado de empiema que é composto por glóbulos brancos, bactérias e células mortas. Além de causar muita dor, o problema pode ser fatal se não tratado.

Pessoas com diabetes, obesidade ou sistema imunológico comprometido têm um risco maior de desenvolver essa condição.

11. Vesícula biliar de porcelana ou calcificada

A vesícula biliar pode se calcificar devido ao acúmulo de cálcio que deixa as paredes do órgão rígido e limita sua função. Esse problema pode aumentar o risco de desenvolver câncer na vesícula.

12. Pólipos da vesícula biliar

Pólipos são crescimentos anormais e benignos no organismo. A presença desses corpos estranhos na vesícula biliar não costuma causar problemas. No entanto, se forem muito grandes, a remoção cirúrgica deve ser feita para evitar problemas de obstrução no órgão ou o desenvolvimento de um câncer.

13. Doença da vesícula biliar sem cálculos

Chamada também de doença da vesícula biliar acalculosa, essa condição acontece quando sintomas associados à presença de cálculos biliares são observados, mas não é observada nenhuma pedra ou obstrução nos exames de imagem.

Nesse caso, a causa exata do problema não é detectada, podendo ser devido ao esvaziamento inadequado do órgão, à sensibilidade dos ductos biliares ou à presença de pedras muito pequenas que não podem ser vistas por meio de exames ou que já foram eliminadas através da urina.

14. Colangite esclerosante primária ou estreitamento dos canais biliares

Trata-se de uma inflamação que causa cicatrização e o estreitamento dos ductos biliares em que a causa não é conhecida. Embora a causa não seja estabelecida, alguns especialistas acreditam que a condição pode ocorrer em pessoas com sistema imunológico enfraquecido como aquelas que sofrem de doenças autoimunes. Isso pode causar infecções frequentes e outros problemas na vesícula.

Diagnóstico

Para saber exatamente qual é o problema na sua vesícula biliar, o diagnóstico médico é indispensável. Além da análise dos sintomas, o médico pode solicitar alguns tipos de exames para observar a situação do órgão.

  • Exames de imagem: Exames como radiografias, ultrassonografias ou tomografias computadorizadas podem ser solicitados para observar visualmente a vesícula biliar. Através desses exames, é possível detectar a presença de pedras na vesícula, por exemplo.
  • Exames de sangue: O exame de sangue pode ser um complemento que vai indicar sinais de infecção ou inflamação no organismo, o que pode ajudar no diagnóstico de inflamação ou infecção nos ductos biliares ou de pancreatite, dentre outras condições de saúde.
  • Outros exames: Além do teste de sangue e dos exames de imagem, exames mais específicos podem ser solicitados quando o médico julgar necessário. Alguns deles incluem a ressonância magnética, a colangiopancreatografia retrógrada endoscópica e exames com ácido iminodiacético hepatobiliar, que servem para auxiliar no diagnóstico de colecistite e outras condições que afetam a vesícula.

Tratamento

O tratamento vai depender da causa diagnosticada, mas consiste no uso de medicamentos para dissolver os cálculos biliares, facilitando a sua remoção, ou de antibióticos em casos de infecções. Analgésicos também podem ser prescritos para controlar a dor.

Em alguns casos, a remoção da vesícula biliar é uma alternativa viável, já que o ser humano é capaz de sobreviver sem o órgão. Por ser um órgão pequeno, a cirurgia de remoção é relativamente simples e feita com o auxílio de um laparoscópio (pequeno tubo com uma câmera acoplada que é inserido no organismo através de uma pequena incisão na região abdominal).

A cirurgia pode ser indicada em casos em que há muita reincidência de problemas no órgão ou quando o problema não pode mais ser tratado ou põe em risco outros sistemas do corpo humano devido a uma grave infecção, por exemplo.

Dicas

É preciso conhecer o próprio corpo para distinguir uma dor abdominal passageira de uma cólica biliar persistente que surge acompanhada de outros sintomas. Além disso, pessoas que já tiveram algum problema na vesícula biliar são mais propensas a desenvolver novos problemas no futuro e precisam ter atenção redobrada.

Segundo o National Institute of Diabetes and Digestive and Kidney Diseases dos EUA, pessoas com as seguintes características têm um risco maior de desenvolver problemas na vesícula como cálculos biliares:

  • Mulheres;
  • Pessoas com histórico familiar de cálculos biliares;
  • Indivíduos com mais de 40 anos;
  • Nativos americanos ou mexicanos;
  • Pessoas obesas.

As pessoas que se encontram em algum desses grupos de risco devem evitar mudanças rápidas de peso como perda ou ganho de peso súbitos e incluir alimentos ricos em fibra na dieta.

Algumas dicas úteis para evitar a ocorrência de problemas na vesícula são cuidados com a dieta, que incluem:

  • Manter uma dieta balanceada e saudável que contenha alimentos variados incluindo fibras, leguminosas, frutas, vegetais, grãos integrais e boas fontes de gordura;
  • Beber bastante água e líquidos para se manter bem hidratado;
  • Reduzir o consumo de alimentos como carboidratos de fácil digestão e açúcares refinados.

Apesar de dificilmente evoluírem para casos mais graves, os problemas na vesícula biliar devem ser diagnosticados e tratados de forma adequada e dicas para evitar um problema de saúde são sempre bem-vindas.

Vídeos:

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Fontes e Referências Adicionais:

Você já sofreu algum problema na vesícula biliar? Quais sintomas destes listados acima você sentiu e qual foi o diagnóstico médico? Comente abaixo!

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Sobre Dr. Lucio Pacheco

Dr. Lucio Pacheco é Cirurgião do aparelho digestivo, Cirurgião geral - CRM 597798 RJ/ CBCD. Formou-se em Medicina pela UFRJ em 1994. Em 1996 fez um curso de aperfeiçoamento em transplantes no Hospital Paul Brousse, da Universidade de Paris-Sud, um dos mais especializados na Europa. Concluiu o mestrado em Medicina (Cirurgia Geral) em 2000 e o Doutorado em Medicina (Clinica Médica) pela UFRJ em 2010. Dr. Lucio Pacheco é autor de diversos livros e artigos sobre transplante de fígado. Atualmente é médico-cirurgião, chefe da equipe de transplante hepático do Hospital Copa Star, Hospital Quinta D'Or e do Hospital Copa D'Or. Além disso é diretor médico do Instituto de Transplantes. Suas áreas de atuação principais são: cirurgia geral, oncologia cirúrgica, hepatologia, e transplante de fígado. Para mais informações, entre em contato.

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4 comentários em “11 Sintomas de Problemas na Vesícula Biliar – Pedra, Inflamada, Câncer, etc”

  1. tenho visicula porcelana sintomas é lentidão digestão dor continua moderada durante digestão leucocitose incurável e por fim todo remédio que tomo faz efeito dias depois mesmo os de efeito rapido

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